quinta-feira, 29 de julho de 2010

Interesses estratégicos – Preço: 300 e tal milhões

Há pouco tempo atrás, com um não ao negócio:

“O Governo fez o que devia fazer para defender os interesses estratégicos de Portugal e da Portugal Telecom (PT)”


“E a verdade é que esta proposta não convenceu o Estado, não convenceu o Governo.” O Socialista, José Sócrates

Agora, com um sim a praticamente o mesmo negócio:

“A defesa intransigente do interesse estratégico foi absolutamente essencial para que a PT pudesse fazer um excelente negócio.”


A Oi, uma empresa “com mais clientes e mais facturação”.


Do PSD reclamam e bem



Afinal a Golden share não era um instrumento regulatório, era apenas um governo com um matraquilho financeiro. Algo que diz muito quer dos “interesses estratégicos”, quer da maneira de actuar deste governo.


[Imagem retirada de sabetudo.net]

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Política da não notícia


 
Vamos a meio de uma semana que continua marcada pela proposta de revisão constitucional do PSD, e mais importante ainda, marcada pelo coro de situacionistas da política portuguesa do BE ao CDS-PP que vêem o status quo ameaçado pelo… [tremei]… malfadado liberalismo [UuuuUUUuuuHhhhh…]. O drama de um “mal” que ainda não tem expressão em Portugal. Mesmo com Passos Coelho, um social-democrata [quer queira, quer não]. E do PS, acusações de retrocesso, a destruição do Estado Social, o retrocesso, o mau timing, o retrocesso… mas apesar de tudo até dá jeito ir na onda com comissões para analisar o “pesadelo“ que vem do PSD, ou não fosse útil tirar partido de clichés instituídos para “malhar” no PSD.


A custo de um suposto “preço político” Passos Coelho marcou a agenda política, e a diferença entre PSD e PS [diferença essa que se esbaterá por alturas do próximo tango]. Coelho mantém o ânimo combativo com o mau desempenho das contas públicas de um governo que, seguindo a moda política portuguesa, corta em tudo menos no que deve. Isto para preparar uma boa reentre capaz de sustentar o peso das cedências que eventualmente terá que fazer.


Coelho faz tudo menos embarcar no comboio de Jardim e demais seguidores, que numa prossecução da inimputabilidade política que vive o PSD-M, segue para uma recandidatura de Jardim que ninguém sabe se vai acontecer [pois…]. Uma espécie de parente exuberante do “tabuzinho” da recandidatura de Cavaco... enfim. Depois da sua habitual verborragia na festa do PSD-M, marcada pelo constante esbracejar do Presidente Regional, e pelo “pano de fundo” da musiquinha do PSD, Jardim decidiu “diagnosticar" a justiça em Portugal:


Queixinhas contraproducentes quando não interessam ao Sr. Jardim. Pois quando Sua Excelência decide fazer queixinhas das suas [Jardim processa: o dirigente do PND-Madeira; a PSP Madeira; Carlos Pereira e o DN-Funchal] o “funcionamento da justiça” já não é relevante.


Já que é de justiça que falamos, “A verdade acaba por vir ao de cima”, diz Sócrates sobre o Freeport. E é mesmo verdade… veio ao de cima a verdade de uma justiça castrada e condicionada.


[Imagem retirada de Muambeiros]

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Depois do tango…

… um descanso um reagrupar e reforçar tanto do PS como do PSD, antes das próximas danças. Um quase imperativo da escolha de PSócrates em não escolher um par para o seu governo minoritário. Agora na hora do baile tem de dançar na AR com quem estiver disponível, sujeitando-se a quem não queira dançar a música no mesmo compasso.

Passos Coelho quer agora uma distância higiénica do PS, daí as entrevistas, daí as propostas de revisão constitucional, daí as ameaças para o próximo OE. Fecha-se no PSD e recupera, antes da próxima dança. Eleições? Ninguém as quer. Este comportamento faz parte do ritmo político. Das propostas de revisão constitucional, o Parlamento a designar os reguladores sob proposta do Governo, o aumento dos mandatos do Governo e do Presidente da República, uma mexida nos poderes do PR, e a introdução de um mecanismo de moções de censura construtiva. Volta o OE, volta o tango, pois Passo Coelho apenas mostra dentinhos, e testa o ar. Contra, esta posição os dramas existenciais do PSD de Santana Lopes, e melhor ainda, Francisco Louçã que não consegue evitar a “brilhante” comparação com a Namíbia ou o Burkina Faso … enfim. Já do CDS-PP o aproveitar da deixa para repisar o “corajoso” golpe mediático do executivo de coligação.



Passos Coelho diz que quer mas não faz. Um pouco demagógico, mas não deixa de ser verdade. A última coisa que Coelho queria agora era uma “moção de censura construtiva.” Entretanto o socialista reconvertido Sócrates reverte para as tácticas de sempre (a cabala), e acusa o PSD de “estratagema constitucional” para aumentar a instabilidade política. Tal como a restante oposição, o PSD já percebeu que é muito mais fácil deixar o PS afundar em si mesmo. A propósito, o cheque bebé (supostos 200 euros) que afinal é preciso “reavaliar”, e Helena André a tentar correr mais rápido do que os sindicatos.


[Imagem retirada de fortnet.org]

Um Candidato


Defensor de Moura (deputado do PS) será mais um candidato “da esquerda” unida de forma desunida contra a “candidatura de direita” de Cavaco.


É interessante a ideia de uma candidatura para seja lá o que for que venha complementar outras candidaturas, mas não é mais interessante do que uma candidatura que tem como objectivo forçar uma segunda volta [caso não haja um candidato que obtenha mais de metade dos voos validamente expressos], pois assim não será certamente uma candidatura… assemelha-se mais a uma tentativa barata de manipulação eleitoral.

Muito mais do que um problema a Cavaco, Defensor de Moura cria um problema ao PS e em última análise à esquerda que tanto quer defender. Quanto aos princípios democráticos… já estão habituados aos atropelos partidário-ideológicos.

[Imagem retirada de larevmil.wordpress.com]

domingo, 18 de julho de 2010

Vencimento político

Continua a redução do vencimento dos políticos [e afins], uma medida que vale mais pela sua “posição moral” do que pelos resultados imediatos da sua aplicação. Convenhamos que esta não é a única medida mensurável através dos resultados qualitativos da sua intenção, e por conseguinte não necessariamente quantificáveis. Ser ou não hipocrisia fazê-lo torna-se irrelevante, por sê-lo simplesmente necessário. Um sentido de justiça social pede que assim seja, tanto quanto a credibilização de uma imagem da política desgastada por anos de partidarismos e ensimesmamentos, assim o requer.



Com ensimesmamentos em mente, da parte do Sr. Jardim que é como quem diz do PSD-M, recusa-se a fazer descer os salários dos políticos na Madeira. Nada de espectacular pois a palavra de ordem na política madeirense nunca foi dar o exemplo. Assim o Sr. Jardim continua a usar e abusar da Autonomia Regional em tudo o que tem a haver com os interesses de alguns [que são sempre os mesmos].


[Imagem retirada de netconsumo.com]

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Da semana


Damos entrada em mais uma semana de política espectáculo. Com um olho nas presidenciais o PSócratismo vira à esquerda. Com dois olhos no poder Passos Coelho respira social-democracia.

Sócrates não deixa de ser Sócrates, Coelho não deixa de ser Coelho, e a política Sócrates-Coelho, essa também se mantém “unida”. Pelo meio o fumo negro da golden-share, das scuts, e da conversa… muita conversa.

Já o PCP e BE continuam em rebuliço com a deixa do ultraliberalismo europeu.

MCultura no seu melhor


Jorge Barreto Xavier, director-geral das Artes, demite-se do cargo alegando “divergência” com a Ministra da Cultura. Cortes no financiamento, divergência na orientação a seguir… Compreensível, coerente.

Menos compreensível, mas ainda coerente, o Ministério da Cultura num acto de ressabiamento político:

Barreto Xavier a grande pedra no sapato do Ministério da Cultura, o obstáculo, a barreira, o ineficaz, a fonte dos problemas… enfim… se o drama era tanto assim, o que dizer do constrangimento de Gabriela Canavilhas em tomar a liberdade de fazer o que Barreto Xavier acabou por fazer. Estranho no mínimo.

São coisas da vida, coisas do Governo PSócratista, daí a coerência…

Barreto Xavier, continuou a saber como agir escusando-se de merecidamente qualificar o comunicado do MC.