domingo, 7 de outubro de 2012

Que Alternativas?




O Governo de coligação PSD / CDS-PP está a passar o seu pior momento político. A meu ver, deve-se sobretudo à péssima capacidade de comunicação e falta de preparação no anúncio de algumas medidas.
Um dos mais claros exemplos desta incapacidade foi o anúncio do aumento da TSU, com o nosso Primeiro-Ministro a abdicar da utilização do teleponto. É um exemplo significativo daquilo que Eduardo Catroga designa de “Má Comunicação Politica”.

Perante esta dificuldade de comunicação que o Governo tem (e passar a mensagem é um dos pontos fundamentais para qualquer governante), seria de esperar uma oposição forte construindo um caminho alternativo ao que Pedro Passos Coelho percorre. Mas não é isso que ocorre, senão vejamos:
Temos um Bloco de Esquerda que prepara a sucessão de Francisco Louçã. A liderança bicéfala sugerida por Louçã não é do agrado de muitos bloquistas e é uma questão de tempo para que os confrontos internos comecem a surgir.
O PCP, apesar da sua estabilidade e da eterna ligação à CGTP, não apresenta alternativas viáveis.
Tanto PCP como Bloco insistem no “Rejeitar o Pacto de Agressão” ou “Romper com a Troika” e na demissão do Governo. A alternativa pára neste ponto, pois não se sabe como e onde Portugal se iria financiar… O que aconteceria depois de cumprirmos o chavão “FMI fora daqui”? Ninguém sabe e BE e PCP também não fazem muita questão de explicar…

Sobra o PS de Seguro. Seguro, esse, que tem sido uma desilusão para os seus militantes. Basta constatar a amargura dos jovens socialistas em terem um secretário-geral que não anima, não cativa e não transmite uma imagem de ser alternativa credível.
Para além de restituir o feriado no dia 5 de Outubro, o melhor que Seguro consegue fazer é imitar um slogan publicitário “a linha que separa…” e apresentar uma proposta para redução dos deputados na Assembleia?! (proposta essa que o PSD já há muito anda a estudar….).
“Rigor e disciplina orçamental”, “transparência”, “mais tempo para a consolidação das contas públicas” e mais um punhado de frases feitas não bastam para convencer os militantes, quanto mais a população portuguesa…

Daí o discurso de António Costa no 5 de Outubro, perfilando-se para assumir uma liderança no PS, que eu apostaria acontecer antes das próximas legislativas.