domingo, 29 de julho de 2012

Coerência

“Conformidade entre factos ou ideias. Nexo, conexão.”



Esta é a definição de “Coerência” no dicionário de Língua Portuguesa, e é na falta dela que reside o problema da sociedade portuguesa.

A falta de conformidade entre os factos ou as ideias dos portugueses, nos últimos 38 anos, tem sido alarmante. Claro que não defendo a ditadura, nem sou adepto de Salazar, mas vejamos a questão de fundo: Salazar era coerente. Agia de acordo com o que pensava. Havia conformidade entre as suas ideias e aquilo que executava. O nexo e a conexão não se perdiam no meio deste processo.

O mesmo não se pode dizer sobre a maior parte das figuras políticas desde então. Podem ter as melhores ideias do mundo, “as mais nobres e belas”, mas a falta de coerência não permite a garantia da conexão e do nexo entre aquilo que pensam e aquilo que fazem. Acabam sempre por nunca fazer aquilo que pensam, daí a célebre expressão: “Prometem, prometem mas nunca fazem nada!”.

O meu ponto é este: é mais fácil mudar o pensamento do “Salazar”, tendo sempre a garantia que o processo entre as suas ideias e as suas ações é feito com nexo e coerência (ou seja, o que pensa vai fazer!), do que garantir a quem não é coerente, que o caminho entre ideias e ações não é alterado (como constantemente verificou-se ao longo dos últimos 38 anos).

Mudar o pensamento do “Salazar” apenas requer o poder de argumentação.


Por Ricardo Cabral

Sem comentários: