domingo, 15 de agosto de 2010

Multados

Mais uma habitual ronda de multas para os partidos [Acórdão N.º 316/10] , com os Madeira em 2007. O PSD de Jardim lidera a tabela das multas, tendo que pagar 10 mil €. Logo a seguir o CDS-PP e a CDU, com uma multa de 8 mil € cada. Ao PS e BE uma prenda de 6 mil €, e o PND e MPT são presenteados com uma multa de 4 mil e 500 € cada.


Só mais um capítulo na telenovela partidária do “crime compensa”. Ainda assim, o TC foi ameno nas multas, pois os montantes poderiam ser muito mais elevados. Aparentemente o TC considerou como atenuante o facto de estas eleições serem as "primeiras eleições de deputados à Assembleia Regional" a "obedecer ao regime de financiamento e organização contabilística" definido pela lei 19/2003


Eles é… não reflectir nas contas as contribuições do partido em meios e dinheiro… receber dinheiro para a campanha depois do acto eleitoral… não apresentar descritivos pormenorizados e claros nas facturas de fornecedores… pagar despesas com contas bancárias que não a de campanha… falta de registo ou certificação das contribuições… subavaliação da subvenção estatal… enfim, uma baralhada onde se tenta que caiba tudo. Não obstante, tivemos alguns políticos a reclamar da lei:


Deve estar a referir-se à dinâmica da campanha em receber €90.000,00 do partido depois do acto eleitoral…

O TC tem “uma visão demasiado restritiva”…“O BE-M teve o cuidado de apresentar na sua contabilidade todas as despesas efectuadas.” Roberto Almada [coordenador regional do BE]

Até porque o problema do BE estava nas receitas…




Assim continua o incumprimento sistemático por parte dos partidos no que toca as receitas e despesas de campanha [outro exemplo]. Seja aldrabice, incompetência, ou pura desorganização, há uma coisa que não deixa de ser… um comportamento a não seguir. Nada mau… numa democracia representativa…

[Imagem retirada de froog.com.br]

sábado, 14 de agosto de 2010

Sistema de purga do PS II



Está feito, sem novidade ou exclamação. Narciso Miranda e mais uns quantos têm ordem de expulsão do PS.

Quanto às expulsões o que penso resume-se a isto:

“(…)No entanto não sei o que é pior:

- Se a tentativa de automatizar os militantes;
- Se a admissão de que a orientação de um partido é tão limitada, que oferece sempre uma via, a única para uma pessoa que em plena consciência abraçou um determinado partido;
- Se a ideia peregrina de que perante a decisão, o que eu considero melhor para o país [ou distrito, etc.], ou o que o partido considera ser melhor, um bom militante não pensa por si.

Enfim…” Sistema de purga do PS 

Mal ou bem, a prática é comum por entre os partidos [ex: PSD], e estando prevista nos estatutos é também legal. Por causa do pormenor de estar previsto nos estatutos, muito surpreende a atitude de revolta de Narciso Miranda. É caso para perguntar: Estava à espera de quê? Se Kafka consta dos estatutos…


Ainda no mesmo assunto, melhor resposta o PS não poderia dar:


Sejam bem vindos ao quintal de Narciso!

Tabuzinhos de Verão



Pois…


[Imagem retirada de nunomalo.com]

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Sobre os chumbos



Agora que pela mão da ministra, Isabel Alçada, voltamos a falar do valor pedagógico da reprovação [PSD, CDS-PP, PCP] importa lembrar que embora não seja necessário inventar o que já existe, a tentativa de um copy paste à la nórdica chocaria com a realidade da educação portuguesa. Isto já para não falar que a fórmula do chumbo só por si não têm nada de pouco pedagógico, desde que os casos sejam sujeitos ao acompanhamento devido. Menos pedagógico [e muito menos justo] será deixar que um aluno, que por qualquer razão não tenha atingido as metas de aprendizagem, transite de ano aumentando cada vez mais a lacuna de conhecimentos entre colegas e a própria matéria. Claro está que tudo isto é conversa se não houver um acompanhamento efectivo e proporcional.


De pouca monta será também o argumento pecuniário dado que devemos estar atentos ao preço por aluno e à redução dos custos, mas não podemos pôr um preço na educação desse mesmo aluno. Até porque 600 milhões de euros na educação batem de longe outros gastos que se vêem por aí. Este será até um caso em que um maior investimento preventivo no aluno provocará uma redução dos factores que levam à maior despesa, eliminando desta forma tal argumento.

Dos chumbos ninguém gosta. Só que o verdadeiro problema não é eles existirem, é eles acontecerem. Antes de dar um salto maior que as pernas, percamos mais tempo a considerar indicadores como as médias negativas dos exames nacionais, e menos tempo a olhar para indicadores que sofreram numa ou noutra altura  processos de cosmética, potenciais geradores do novo adulto português qualificado e incompetente. Embora seja reconhecidamente uma característica da governação PSócratista, nisto não basta parecer, é mesmo preciso ser.

 
[Imagem retirada de AirGun.com.br]