sábado, 30 de agosto de 2008

Capitalistas, comunistas… farinha do mesmo saco


Agora que Manuel Monteiro quer andar por ai a “deputar”, tenta cair nas boas graças dos trabalhadores oprimidos. E não é que Monteiro ataca os sindicatos, os defensores desses mesmos trabalhadores [pelo menos no papel]. “O líder do Partido Nova Democracia, Manuel Monteiro, acusou hoje o Sindicato Têxtil do Minho de exigir aos trabalhadores de empresas ameaçadas de falência o pagamento de 18 meses de quotas e dez por cento das indemnizações em troca de apoio.”"Isto é prática corrente nos sindicatos afectos à CGTP" Público



Aparentemente os donativos destinados a ajudar "nas despesas judiciais", não passam de uma obrigação oculta, onde o trabalhador assina um documento onde se compromete a pagar as quotas e 10% do valor da indemnização que lhes é devida.
Quando não tiram de um lado, tiram do outro. E assim vamos andando com o jogo de quem “chupa mais a mais pessoas”, que afecta todas as áreas da vida em sociedade.
O que encaixa perfeitamente na óptica do “mundo é dos espertos”, mas fica muito aquém de como as coisas deveriam ser [ou como pensamos que elas são]. È caso para andar pelas ruas a cantarolar, “CGTP…unidade sindical” ou “A luta continua”….

Só de vez em quando






"Não acreditamos que nenhuma limitação da liberdade dê mais segurança aos cidadãos."
Jerónimo de Sousa


Há vezes em que Jerónimo merece ser ouvido.
Só é pena que no caso do PCP a teoria não se aplica, ou pelo menos só se aplica quando convêm.

Fale Manuela, fale...

Mal posso esperar até 7 de Setembro.
Estou em pulgas para ouvir o discurso que porá fim à contestação do silêncio.

- Qual coelho sairá da cartola?
- Chegará à universidade de Ferrari, ou de Fiat 600?
- Como será o cenário "mais europeu" e "moderno"[sem sardinhas]?
- Quando se dignará a fazer... oposição?

O meu conselho para Manuela Ferreira Leite, é que insista nesta estratégia brilhante do silêncio.
Estou mesmo a ver: Todos a gritar, “PSD…PSD…”, Manuela aproxima-se com os dedos no ar, prepara-se para fazer o discurso, e ataca… 20 longos minutos sem dizer uma única palavra, mas com um olhar “revelador”… passam-se os 20 minutos e vai se embora, com os dedos no ar, enquanto todos ainda gritam mais alto “PSD… PSD….”.

Isso sim, seria brilhante…

Menezes no seu melhor


sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Haja crime


Numa altura em que só se fala em insegurança, importa saber o que se passa. Não podemos simplesmente dançar ao sabor da música que nos tocam. Até porque de “pimbalhadas”, já estou eu farto [não da música “pimba” propriamente dita, porque essa sempre nos anima].

Um Portugal inseguro coberto com uma manta de retalhos, é do que temos notícia por estas alturas: são assaltos a bancos; são tiros para aqui e para ali; são tribunais saqueados [essa até tem o seu quê de piada]; são esquadras invadidas; é a violência doméstica; mortes; feridos; armas… por aí em diante. Mas que país é este? Perguntam algumas almas atormentadas. Bahhh! É o mesmo país de 2002, 2003, 2004, 2005, 2006, e 2007, alturas em que o drama da insegurança não se havia instalado, e que nas notícias se falavam em outras coisas. Como quem diz. Porque: “Tirando o assalto à carrinha de valores, o episódio do BES e a Quinta da Fonte, ainda não vi nada que não pudesse ver ao pegar num Correio da Manhã ou num 24H, de há dois ou três anos.

Através de um comunicado do Gabinete Coordenador de Segurança soubemos que a criminalidade violenta subiu cerca de 15%, porém fica registado que essa percentagem não deixa de ser inferior às de 2004 e 2006. No que toca à criminalidade participada, esta cresceu 7% em relação a 2007, mas com números idênticos aos de 2003 e 2004. Nesta mistela o que me preocupa mesmo são os crimes de “carjacking” que andam com acréscimos de 50%. Já em 2005 havia a consciência de que a criminalidade era cada vez mais violenta e com recurso a armas de fogo.

«Estamos muito preocupados com o uso excessivo de violência e de armas de fogo» Chefe da repartição de informações da GNR, coronel Fernando dos Santos Afonso

De qualquer das maneiras, mesmo com o “recente” aumento de criminalidade, não podemos começar a bradar aos céus. A titulo de exemplo, de acordo com o Global Peace Índex, num total de 121 países em 2007, e de 140 países em 2008, atingimos o nono e sétimo lugares no ranking dos países mais pacíficos. Não estou com isto querendo dizer que a nossa situação é a melhor, receitando para esse efeito mais do mesmo. Qualquer criminalidade é má criminalidade, no entanto não partilho do desespero que por ai anda, e muito menos do aproveitamento que se lhe segue. Precisamos estar conscientes da situação que nos rodeia, pondo as coisas em perspectiva e não deixando que a emoção tome conta, alimentando os tais “aproveitamentos”. Estamos em perfeitas condições de melhorar a situação, desde que deixemos de parte o fumo que nos mandam para os olhos, e desde que a vontade política não esteja sujeita aos caprichos das sondagens, avançando com medidas concretas e não medidas “tapa buracos”.

Por falar em… o governo vai avançar com a alteração da Lei da Armas, com a aplicação da prisão preventiva em todos os crimes que envolvam o uso de armas. Ponho em dúvida o verdadeiro alcance desta medida, tendo em conta que os “crimes violentos e graves são crimes aos quais se aplica a prisão preventiva” [Rui Pereira, MAI], apesar disso, mal também não fará. É mais uma para o currículo já extenso das políticas de estanque.

Por falar em… a GNR e a PSP têm andado ocupadas com mega operações de “prevenção da criminalidade” no Porto e em Lisboa. Prevenção sim Sr., a curto prazo, mas prevenção. O efeito de tais operações é real, quer pelo aspecto dissuasor [do lado dos criminosos], quer pelo aumento de confiança [do lado dos restantes] de que algo está a ser feito. Mas, tal como o atafulhar de polícias armados até aos dentes, na Quinta da Fonte ou do Mocho durante meia dúzia de dias, nada resolverá. Esta movimentação não deixa de ter um toque de manipulação política.

Por falar em… o Primeiro-ministro já escolheu o titular do cargo de secretário-geral do Sistema de Segurança Interna. O juiz conselheiro Mário Mendes é o felizardo que terá a seu cargo a coordenação das forças policiais e de segurança [no caso de ataques a órgãos de soberania, hospitais, prisões e escolas, sistemas de abastecimento de água e electricidade, bem como estradas e transportes colectivos], o que calha bem pois o terrorismo português… peço desculpa… em Portugal, já me andava a preocupar. As boas notícias são que o Sr. secretário-geral estará sob dependência directa do Primeiro-ministro. Digo boas notícias, derivado a um súbito ataque de patetice.

Por falar em… Alberto João Jardim, propõe-nos uma visão diferente sobre a criminalidade:“Está a ser vendido aos portugueses que se trata de um surto grave de criminalidade, mas é preciso saber se não é só criminalidade, senão foi despoletada uma revolução social com laivos de violência”.“É preciso não desligar o que está a suceder, das leis socialistas sobre a droga porque aumentou extraordinariamente o consumo e há indivíduos que recorrem a todos os meios para obter financiamento para esse ilícito”.Faz-se de tudo para se tentar passar a sua própria agenda. Mesmo correlacionar fenómenos e circunstâncias que só por si nada justificam. Já para não falar que eu duvido, que os personagens que andam a assaltar banco o façam drogados ou para arranjar droga. Esta maneira de abordar o problema não deixa de ser uma tentativa desesperada para chamar à atenção.

Por falar em… Paulo Portas pede mais polícias e videovigilância nos “bairros problemáticos”. Pelo andar da carruagem estranho não ter pedido implante de um chip nas nádegas dos portugueses como forma de controlar a criminalidade…
Por falar em... Aguiar Branco acaba de reclamar [na Sic Notícias] para o PSD, os louros de ter trazido para a hasta pública a preocupação sobre a insegurança.... Mário Crespo [e bem] disse-lhe:
Isso quem fez foram os assaltantes do BES... Ah pois é, bebé.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

PSD LOVE


"Nos bastidores do PSD há informações que dão conta da possibilidade de um grupo de militantes obter assinaturas necessárias para marcar um congresso anti-Ferreira Leite." DN


Ao "grupo do Norte" não anda a cair bem o silêncio de Manela. O que eu mais aprecio é o amor ao partido... o PS portanto.
Havendo ou não o tal grupo... Manela... tiveste mal..

Russia vs E.U.A.





Não é como se nunca tivesse acontecido... entre os dois países que venha o diabo e escolha...

O combate




Muito bem, está a fazer o que lhe compete. Entretanto fico à espera do Governo, com as medidas que se destinam a prevenir a criminalidade e não simplesmente combatê-la.

Claro que julgar pelo, "sim.. isso é importante, mas vamos deixar as coisas assim", do PS...

No chips?


Através de uma leitora, tive conhecimento desta petição, Contra a Colocação Obrigatória de Chips de Vigilância nas Matrículas dos Veículos Automóveis.

Por enquanto, mantenho-me sem assinar, pois aguardo pelo segundo parecer da Comissão Nacional de Protecção de Dados, e pelo diploma do “chip” electrónico.


Não deixo de sublinhar que esta é uma questão melindrosa…

Os silêncios

Nuno Magalhães do CDS-PP critica o silêncio de Socrates.





Macário Correia do PSD critica o silêncio de Manuela Ferreira Leite.





Eu critico o silêncio do Toy
Desde que começou esta onda de criminalidade o cantor ainda não se pronunciou. Por amor de Deus... é uma vergonha. Como é que ele pode deixar o país a mão?

Chipados


O Governo está autorizado a legislar sobre a instalação obrigatória de um dispositivo electrónico de matrícula, após a promulgação do respectivo projecto de lei.

Num comunicado presente no sitio da Assembleia da República, podemos ler: “Trata-se, sem dúvida, de um domínio particularmente melindroso do ponto de vista da salvaguarda da esfera da vida privada dos cidadãos que exige uma adequada densidade normativa e um conjunto de garantias substantivas que o decreto-lei a emitir na sequência da lei de autorização legislativa deve contemplar.”

De facto melindroso é a palavra ideal, visto estarmos perante fronteiras que devem ser bem guardadas e definidas, sob risco de deitarmos a perder a liberdade. No entanto, somos quase que obrigados a entender as vantagens que poderão daí advir, em termos de vantagens para a segurança rodoviária. Pesados os prós e os contras [programa que já me faz falta], parece-me que a promulgação é bem vinda. Não obstante, penso que deve haver uma séria ponderação sobre como se pretende avançar com a medida, não deitando a perder o que se pretende atingir. Não vamos enveredar pelo caminho de Vitalino Canas , como se esta questão não fosse, aquilo que é… melindrosa.

O Mário até fica verde


"Os Verdes" querem Mário Lino na Assembleia da República, para “prestar um esclarecimento rigoroso sobre o acidente na linha do Tua".

Com quatro acidentes em menos de ano e meio, já vinha a calhar. Mais ainda se considerarmos a aura de suspeita que rodeia a questão.

Agora, esperar um "esclarecimento rigoroso" de Mário Lino é simplesmente wishful thinking.

Aconteceu o inimaginável

"Nada nos impedirá de formar um novo governo (...) Temos que seguir em frente, temos de ter a certeza de que o Zimbabwe vai recuperar o seu estatuto, temos de nos concentrar na economia" Bright Matonga

As “negociações” esfumam-se e agora Mugabe vai se concentrar na economia que ele próprio destruiu, recuperando o estatuto de ditador. Até porque a margem de manobra não é muita, pois a “máquina repressiva” que é aquele Estado pode estar a ultrapassa-lo pela direita.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Remodelação


A remodelação da Assembleia não se ficará pelas obras ainda em curso.
Vamos adoptar um sistema ‘no paper’ [sem papel], em que as perguntas e os requerimentos serão entregues electronicamente, o que vai permitir uma economia de papel de mais de 60 mil ofícios por ano” Público


O período experimental do Guia de Boas Práticas sobre Requerimentos e Perguntas, já acabou, passando este a ser definitivo. Com este guia, vêm também prazos mais reduzidos de resposta, o que será com certeza uma mais valia.

Obama


Como é que Obama está a levar a sua campanha?

Podemos ter um cheirinho, nesta sequência de posts do Corta-fitas.

Aqui, aqui, e aqui.

O pacto






Marcelo Rebelo de Sousa quer um pacto de unidade interna no PSD.

Mais do que um pacto de unidade interna, o PSD precisa de uma direcção. Da mesma maneira que o país precisa de uma oposição decente.

Infelizmente não antevejo a possibilidade de virmos a ter alguma das três.

O domínio do medo


O Movimento Mérito e Sociedade quer “molhar o pincel” na segurança de Portugal, propondo para isso um conjunto de medidas. O CDS-PP também anda preocupado, querendo enveredar pela via parlamentar extraordinária, proposta que já foi posta de parte pelo PS. Muito bonita tanta preocupação. Tanto aproveitamento.

Este é sem dúvida o “verão da insegurança” ao bom estilo Norte-americano. É o drama. Portugal está a ir para o galheiro. Temos todos que emigrar ou mudar de nacionalidade [como ouvi ontem no Opinião Publica da SIC Notícias]. Tirando o assalto à carrinha de valores, o episódio do BES e a Quinta da Fonte, ainda não vi nada que não pudesse ver ao pegar num Correio da Manhã ou num 24H, de há dois ou três anos. Mas agora… agora cai o Carmo, o Saldanha e o Campo Grande, tudo junto. Há mais insegurança? Há. Mas será isso novidade para alguém? Isto não está uma maravilha, mas também não é o Iraque [ou os E.U.A.] como querem fazer parecer. Muito pode e deve ser feito, desde que não se perca o norte no processo.

Com o MMS veio a promessa de um novo partido, preparado para romper com as barreiras tradicionais. E conseguiu. A verdade é que as medidas apresentadas pelo novo partido são diferentes daquilo a que estamos habituados. Acontece que o método não é de todo inovador. Através de Raul Esteves, o partido fez saber que pretende a “sensibilização das populações para as medidas que estão a ser tomadas no sentido contrário ao da evolução da sociedade.” Dito assim, até parece bem. Mas então o que pretendem fazer? Nada mais, nada menos, do que a velha repressão da criminalidade. Criticam a política do deixa andar, e oferecem como solução o seu oposto. Ora, como tudo na vida, nem 8 nem 88. Acredito firmemente que quem não sabe o que fazer, reprime, limita, proíbe ou obriga. E de novo isso não tem nada. Advogar uma maior repressão é nada mais do que as políticas de tampão que sempre tivemos, apoiada naquilo que se pensa ser a “evolução da sociedade”, quando no fundo falamos de um retrocesso civilizacional.


O MMS pretende que a policia possa actuar de forma mais firme e com maior recurso a armas de fogo. No assalto ao BES, dois tiros [em directo] na tromba dos assaltantes, não serviram para desmotivar os assaltos que lhe seguiram. Já foi registada uma morte de uma criança, exactamente por causa do mau uso de uma arma de fogo. Mas um maior recurso a armas de fogo é que vai resolver a coisa. Não tarda nada estarão a pedir uma arma por cada cidadão.
Se a morte só por si fosse dissuasora no que concerne ao crime, os “esquadrões de morte” compostos por polícias [que simplesmente matam criminosos], que foram aparecendo na América Latina, ou a acção “incisiva e musculada” da polícia brasileira, teriam resolvido o problema. A violência gera mais violência, directa ou indirectamente. Isso sim, podemos ter como certo.


Quanto à proposta de que a vitima tenha um papel mais activo no processo, “onde a vítima tenha uma palavra sobre a pena a aplicar ao arguido”, simplesmente recuso-me a dignar esta “proposta” com um comentário. Nas medidas apresentadas, incluem-se a revogação do limite de 25 anos, e a possibilidade das penas passarem a ser cumulativas. Apedrejem os criminosos na rua, prendam-nos para toda a vida e mesmo assim, continuaremos a assistir ao aumento da criminalidade. Talvez até seja legítima a contestação do limite de 25 anos, mas assim o será, quando apoiada numa lógica que não a repressiva. O medo e o mediatismo é algo que sempre foi e continuará a ser usado no jogo político pelas mais variadas razões, porém se é soluções que procuram concentrem-se nas causas.
Ninguém nasce criminoso, as circunstâncias fazem-no assim. Isto em nada retira a culpabilidade do criminoso, no entanto oferece-nos as pistas de como melhor abordar a questão. No campo das consequências, deixemos de lado o agravamento das penas ou dos mecanismos de repressão, e procuremos a maior eficácia das nossas polícias e do sistema judicial. Não há nada como a maior probabilidade de escapar, para fazer aumentar a criminalidade, numa conjuntura económica instável como aquela em que vivemos.

É um pouco mais ao lado

O responsável pelo Gabinete Coordenador de Segurança e Criminalidade defende que a divulgação de notícias sobre os assaltos que são cometidos no país pode levar ao aumento destes crimes. (…) fomenta o sentimento de insegurança das pessoas, o que também não é positivo.” Público

O problema é que o que provoca mais crimes não é a divulgação das notícias sobre os assaltos, é o facto de que na maior parte das noticias, os ladrões não são apanhados. Esta coisa dos fenómenos de repetição é mesmo lixada.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Geórgia


Super bófia

É oficial, temos mais um policia de serviço... o poder político.


Claro está que o super bófia só servirá para promover a coordenação entre as forças policiais.... pois.....
Juízes, PCP, BE já vieram questionar esta promulgação [de uma lei, aprovada em Assembleia com o peso da maioria socialista]. Mai nada...
O PSD foi mais brando, mas eles já vieram pedir a demissão do Ministro. Não queriam abusar.

Pois sim




O ministro irlandês para os Assuntos Europeus admitiu, numa entrevista publicada hoje, que o país terá de realizar um segundo referendo ao Tratado de Lisboa, a fim de evitar o isolamento a que será votado se todos os outros Estados-membros ratificarem o diploma.” Público


“Se queremos manter-nos como um Estado-membro construtivo, não podemos ficar parados, como alguns pretendem, e continuar a dizer quenãoquer dizernão’” Michael Martin.


Asseguro-vos, eu não poderia ter dito melhor…. vão vencer pelo cansaço.

A cunha

Foi do blogue Portugal sem cunhas, que me chegou a referência a uma petição contra as cunhas.

Assim de repente, parece-me mais fácil fazer com que o Irão desista do nuclear…
A cunha está cimentada na nossa sociedade e como pequena corrupção [porque é disso que se trata], esta é impossível de se erradicar. A cunha está presente em quase todos os aspectos da vida quotidiana e nem sempre como algo negativo [tal como todas as corrupções]. Com isto, não quero dizer que concordo com a cunha [ou que dê-lhe uso], antes pelo contrário. A cunha é em toda a sua magnitude algo de perverso, que mina as liberdades e garantias dos cidadãos, bem como a competitividade e funcionamento saudável das várias instituições. Muitas incompetências instalam-se devido ao factor cunha. Muitas injustiças são criadas. No entanto, é necessário perceber que a cunha pode ser um atestado de estupidez [o que é verdade em muitos casos], porém esta também pode tornar-se num atestado de necessidade, dada a hegemonia desse factor em todo o lado [por exemplo].

Mais do que tentar impingir, de cima para baixo, a destruição da cunha, é importante que se criem condições para que esta se auto destrua dentro da própria sociedade civil. Consideremos que a maior parte dos cidadãos portugueses, vê a cunha como um recurso legítimo [a não ser que sejam eles os prejudicados]. Que não se subestime o poder da cunhocracia, pois eles andem aí… no governo, nos partidos, nas empresas [públicas e privadas], nas faculdades, nas escolas, nos serviços mais elementares… Criem todas as regras necessárias e não deixam de estar a atacar os ramos, quando o problema está na raiz. Pois a ética não nasce da imposição, ela brota da compreensão.


A relação dos portugueses com a cunha está bem expressa no estudo, “Corrupção e Ética em Democracia: o Caso de Portugal” [do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia], publicado no Jornal de Negócios [18\04\08].









Ou falamos de política, ou a cunha é perfeita. Esta é que é a realidade portuguesa e vê-se a olho nu todos os dias.

Lê-se na referida petição:
”Assim sendo os abaixo-assinados pedem a V. Exas. tomem as providências necessárias para:
- Tornar os concursos públicos mais isentos e com um processo de admissão que inclua observadores imparciais e externos à entidade empregadora;- Punir, de forma célere e com firmeza, todas as formas vulgarmente conhecidas como “cunhas” – vigiando os acessos à função pública e processos nela constantes, através da fiscalização de relações sociais e partidárias.- Legislar no sentido de, a curto e médio prazo, poder erradicar dos hábitos culturais dos portugueses a aceitação da cunha e de favorecimentos semelhantes, criando as bases para um país mais desenvolvido, mais produtivo, mais competitivo e mais justo.”


Não vou assinar esta petição. Isto porque não vejo o que faria a punição, “de forma célere e com firmeza, todas as formas vulgarmente conhecidas como “cunhas” – vigiando os acessos à função pública e processos nela constantes, através da fiscalização de relações sociais e partidárias”, até porque se propõe algo impossível de realizar e possivelmente sem efeitos, mesmo se seguirmos a via legislativa como é proposto.
Se a petição fosse no sentido de se fazer pleno uso de uma atitude pedagógica activa [ou mesmo agressiva], de forma a combater o problema da cunha, já poderiam contar com a minha assinatura.

Melhor seria se esta fizesse parte de uma estratégia global de combate à corrupção. Nada como estes salamaleques de salão que se vê “por aí”.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

2009 é o ano de Manuel Monteiro


Manuel Monteiro lança-se à conquista de um lugar na Assembleia da República.


um caMINHO, diz o proponente a candidato. Pertences ao Distrito de Braga? Não gostas dos partidos? Assina com Monteiro, aqui...

Mais negociações no Zimbabwe




É assim que se fazem as coisas no Parlamento do Zimbabwe. Prende-se, elege-se e pronto; simples e eficaz. Não querem que o parlamento seja convocado? Tsc, Tsc...

From Russia with love





“Os povos da Ossétia do Sul e da Abcásia têm o direito à independência”.
Sergei Mironov, Presidente do Senado



Andam a brincar às independências? Pode ser que se queimem...

sábado, 23 de agosto de 2008

Portas goes E.U.A.




Paulo Portas vai representar o CDS-PP na Convenção do Partido Republicano norte-americano, que se realizará entre 1 a 4 de Setembro.
McCain vai receber umas dicas de como falar com velhotes e feirantes.

Os partidos começam já a “afiar a língua”


Na linha do que Aguiar Branco já havia criticado, o PSD pede que a cabeça do Ministro da Administração Interna, seja servida como prato principal na rentrée do partido:

"O PSD recusa pactuar com a tentativa enganosa do primeiro-ministro em transmitir aos portugueses uma ideia de normalidade em matéria de segurança e exige a substituição do Ministro da Administração Interna, bem como o esclarecimento das medidas que irão ser postas em prática de forma a ultrapassar o aumento da criminalidade violenta"


Não acredito que Rui Pereira esteja isento de culpas nesta matéria, mas daí a pedir a sua demissão, vai um longo caminho. O PSD está a se aproveitar de que o país está a acordar para o aumento da criminalidade violenta, de modo a ganhar pontos [ou retira-los] para 2009, caindo no exagero. A insegurança tem vindo a fermentar há muito tempo, fruto da ineficácia policial e judicial [ou a mera sensação de tal]. O que reduz eficazmente a criminalidade, são as perspectivas de ser ou não apanhado, mesmo se considerarmos a gravidade maior ou menor das penas. Já para não falar, nos casos das “quintas” que derivam mais de aspectos que torneiam o modo como os bairros sociais são criados, as politicas de integração social e a situação económica. Uma melhor estratégia seria a de pedir que o MAI fosse ao parlamento e pegar a partir daí, atacando o que não foi feito e especialmente o que deveria ser feito, dada a necessidade de fugir à apresentação de uma critica oca.
A reacção do PS, por intermédio de Vitalino Canas foi rápida, indicando que o PSD está a tentar “desesperadamente dizer alguma coisa", de maneira a responder às criticas internas, acrescentando que o "PSD em vez de correr desesperadamente contra si próprio devia ter uma posição de Estado e apoiar o Governo." Eu não iria assim tão longe. A posição de Estado não incluirá com certeza o fechar os olhos.



Depois do acidente na linha do Tua, que provocou a morte de uma mulher e 42 feridos, Mário Lino anunciou a abertura de um inquérito: “Vamos fazer um inquérito aprofundado. Esperamos que até dia 24 de Agosto já esteja terminado.” Amanhã, portanto.
O Bloco não ficou muito convencido e decidiu chamar Mário Lino ao parlamento, como podemos confirmar pelo comunicado do Bloco. Já o Bloco de Esquerda de Mirandela, decide ir um bocadinho mais longe com este post, Chega de acidentes na linha do Tua!, onde podemos ler:


“Estranho é que os acidentes só tenham ocorrido depois de se ouvir falar na construção da Barragem Foz–Tua que, a ser construída e segundo o projecto, inviabilizaria grande parte do actual traçado, de grande valor patrimonial.”


“A situação de grande instabilidade que se está a criar quanto à segurança da linha, torna exigível que os responsáveis pela sua manutenção e segurança e, desde logo, os responsáveis governamentais pelos transportes e mobilidade, tornem pública uma avaliação integral das condições de operação da linha e do respectivo material circulante, bem como as conclusões sobre as razões e responsabilidades de tantos acidentes em tão pouco tempo.”

Fico-me…

Pandas

Soube agora mesmo, através da SIC, que na China quem matar o seu tesouro nacional, está sujeito à pena de morte. [1];[2];[3];[4];[5] Fantástico!!!!

Luís Descartes Menezes

A política portuguesa está a ganhar qualidade. No governo temos o rei filósofo Sócrates, cuja prática política, afirma não haverem alternativas, e agora do PSD vem-nos Luís Descartes Menezes, com o seu "Não existo, logo penso", como parte crucial do seu “silêncio”.

“Para além da coerência que obriga a não haver misturas com um povão a cheirar a sardinha assada. Prevalece, assim, o voto de castidade verbal, só violável a 7 de Setembro!”

“Recordo a guerra estival que o PS desencadeou contra Cavaco Silva por causa das gravuras do Côa. Será que as do Sabor sabem nadar? (…) ou será que a actual Direcção do PSD não quer incomodar de todo os interesses instalados?”

“Eu sei que um dos actuais vice-presidentes do PSD foi um dos mais apagados e medíocres responsáveis pela pasta do Desporto. Mas isso é passado. Se fôssemos por aí, julgando o curriculum governativo das actuais Direcção e liderança do PSD, estávamos conversados.”

“O actual silêncio da Direcção do PSD está errado. Errado porque um país em dificuldades não foi de férias e precisava de ouvir a voz de uma oposição alternativa, errado porque se deu espaço para o primeiro-ministro marcar a rentrée (…) errado porque em democracia nada substitui o carinho e a mobilização da base social de apoio partidária, algo que ainda não se faz através da net ou da TV. Nada substitui, em democracia, a força do contacto pessoal, do aperto de mão sentido, do olhar profundo nos olhos de um eleitor.”

“Oxalá não culpem o impacto mediático do Red Bull, a realizar na mesma data no rio Douro, pelo fiasco anunciado. A ser assim, só restará à nova Direcção do PSD desacreditar Descartes e defender uma nova tese, ajustada ao seu comportamento: "Não existo, logo penso."
À consideração…

Início das hostilidades

A rentrée política está à porta, mas tendo em conta o comportamento habitual dos nossos partidos prefiro chamá-la de início das hostilidades.

O PS tem agendadas quatro iniciativas todas com a presença do “filósofo” Sócrates [não resisti], para dar continuidade ao período de campanha do PS, há muito iniciado. O PSD mantem a Universidade de Verão como palco para o início oficial embora mais recentemente Aguiar Branco e o partido já começaram a “disparar”. O CDS-PP, quebra a tradição recente e volta às ruas, enquanto o PCP mantêm-se fiel ao Avante. Já o Bloco de Esquerda repete o Fórum de Ideias Socialismo de 2007. A precariedade laboral, o urbanismo, o modelo social europeu, o mercado de ensino, a eutanásia e a regulação da prostituição, serão os temas abordados; pergunto-me se brinquedos sexuais, também estarão na mira dos bloquistas.

Bem a propósito veio o Estudo da GFK em parceria com o Wall Street Journal, que incluiu Portugal, na tentativa de medir os índices de confiança relativos às profissões.




Nada de novo…

Funchal, Município de Valores


Curiosamente, não é assim tão mau ler Alberto João Jardim quando este decide pôr de lado as habituais regurgitações mentais. Não acreditam? Confirmem aqui.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Há quem de tudo se aproveite













E depois são os atletas que não sabem lidar com a comunicação social.

Petição pela regionalização


"Considerando que:
1- Os níveis de desenvolvimento económico e social em Portugal se encontram mais desequilibrados do que nunca, a par de uma assimetria territorial na qual apenas 22 municípios detêm 60\% da população, 75\% do poder de compra e 60\% da riqueza nacional;
2- A desertificação económica e humana atinge proporções alarmantes no abandono do território;
3- Portugal é um dos países mais centralistas de uma Europa em progressiva descentralização, onde se verifica uma afirmação consistente do poder e do protagonismo das regiões;
4- As cinco regiões administrativas a criar contribuirão para a democraticidade da administração dos interesses públicos regionais, e para a redução do número dos responsáveis políticos actualmente existentes a nível dos 18 distritos;
5- As cinco regiões administrativas a criar devem contribuir para o equilíbrio das finanças públicas, e de uma correcta aplicação do princípio da subsidiariedade;
6- As Regiões representam um valor acrescentado estratégico, no sentido de estimular uma competitividade criativa e positiva entre os espaços regionais, em matérias como a tecnologia, a inovação, o emprego e a qualificação, para lá das competências que lhes venham a ser cometidas;
7- A regionalização administrativa assente nas actuais cinco regiões-plano, apresenta-se como um modelo bastante consensual e adequado ao desenvolvimento sustentável do território de Portugal;
8- A não criação das regiões administrativas, previstas na Constituição da República desde 1976, tem constituído uma continuada inconstitucionalidade por omissão, para além de representar a negação de um direito dos cidadãos a uma Administração pública regionalmente descentralizada; 9- Numa época em que a participação cívica e política na vida colectiva, sobretudo ao nível das novas gerações, é cada vez menor, a regionalização apresenta-se como um projecto de promoção da cidadania, mobilizador da aproximação entre eleitos e eleitores, cidadãos e instituições, verdadeiro factor de credibilização do Estado e da democracia;
10-A criação das cinco regiões, atendendo às características de desenvolvimento económico e social que nelas já existem, será um instrumento natural de aplicação do espírito de solidariedade inter e intra-regional e de coesão e unidade do território nacional, A- Apelam à Assembleia da República e aos partidos políticos nela representados para que, em sede de revisão constitucional, prevista para o ano de 2009, saibam formar a maioria qualificada necessária para eliminar os condicionalismos excessivos, que até hoje têm obstaculizado a implementação da regionalização administrativa, designadamente, retirando a obrigatoriedade da criação simultânea das Regiões Administrativas (Artigo 255º da CRP), e a exigência de que o número de votantes seja superior a metade dos eleitores inscritos no recenseamento, para que o referendo, a que se refere o nº 11 do Artigo 115º da CRP, seja considerado vinculativo, procedendo depois, em conformidade, com a correspondente alteração à Lei Orgânica do Referendo. B- Informam a Assembleia da República de que exortam os partidos políticos a assumir de forma clara e inequívoca nos seus programas eleitorais a apresentar ao povo português, nas eleições legislativas de 2009, o compromisso de concretizar, na próxima legislatura, a criação e a instituição das cinco Regiões Administrativas, correspondentes às actuais NUTs II."
Aos interessados, aqui.

Parabéns Funchal

Comemoram-se hoje, os 500 Anos da Cidade do Funchal.






Noites Olímpicas

Ontem à noite estive a ver o programa da RTP, Noites Olímpicas, que teve como convidada Odete Santos. Também lá estava o bode expiatório da comitiva portuguesa em Pequim Marco Fortes, autor do lançar de manhã é complicado.

«Cheguei à conclusão que de manhã só estou bem na “caminha”. Lançar a esta hora foi muito complicado. Apesar de ter entrado bem na prova, com dois lançamentos longos com mais de 19 metros, no último lançamento as pernas queriam era estar esticadas na cama», disse o atleta, em declarações à RTP. Embora não seja uma boa explicação, a da “caminha”, fiquei surpreendido [talvez por ingenuidade] pelo turbilhão que tais declarações causaram na cabeça de algumas “princesas” portuguesas que, esbaforidas, começaram logo a cuspir veneno em todas as direcções. Gostava de saber quem mais que o próprio atleta gostaria que o mesmo tivesse melhor desempenho nos jogos olímpicos. E que atire a primeira pedra aquele que não acha que tem maior rendimento físico pela tarde. Não estou a sugerir que aquelas declarações não tenham sido um pouco infelizes no entanto, não me parecem ter sido o suficientemente escabrosas para provocarem esta onda de indignação. De qualquer maneira, já foi oferecido o cordeiro para o sacrifício na tentativa de se acalmarem os espíritos mais irados. Foi o próprio atleta que confirmou ter sido elegantemente convidado a abandonar a missão olímpica portuguesa. Muito divertido pois quanto a mim, houveram declarações bem piores… enfim.


Apreciei saber, pela boca de Odete Santos, que os atletas cubanos estão a conseguir mais medalhas, pois lá em Cuba são mais patrióticos, do que cá em Portugal. Oferecendo como exemplo a frase revolucionária de Castro, “Pátria o Muerte ”, que é como quem diz, ou é como eu quero ou muerte. Em cada país existem maneiras singulares de se expressar o patriotismo e a meu ver, cá em Portugal não é por não haver um fervor patriótico desmesurado [como por exemplo com os “imperialistas” Norte-americanos], que podemos afirmarmo-nos, menos patrióticos. Aproveito para dizer que “Pátria o Muerte”, cá em Portugal, ”só por cima do meu cadáver”.

Mais para o fim do programa, a RTP decidiu ser “malandra” e passou uma peça sobre a repressão chinesa. Como devem calcular, à Odete saltou-lhe a tampa. Começou por explicar que era normal as medidas de segurança redobradas [não repressivas…simplesmente mais medidas], tendo em conta os “desafios” que a China foi obrigada a enfrentar com as manifestações pró Tibete [nos países em que se pode manifestar, claro está] e com a passagem conturbada da chama olímpica. Pois… é normal é… na cabeça de alguns. “Em Portugal também temos problemas de liberdades a torto e a direito”, disse indignada. Sim… mas não vamos comparar o incomparável. E se a Sra. se indigna tanto com os problemas de falta de liberdade em Portugal, não deveria falar baixinho quando os direitos humanos mais básicos são espezinhados, “a torto e a direito”, na China e em Cuba. Depois, Odete apontou baterias ao Sr. Dalai Lama que, segundo ela, era o chefe de uma classe dominante que torturava a população e cortava membros às pessoas. Aliás, uma das características mais evidentes, presentes no budismo e na mensagem que Dalai Lama tenta passar ao mundo. Ah, pois é. Não sabiam? Os chineses foram salvar o Tibete…

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Há corrupção na Câmara de Lisboa?

Via Efeito Placebo encontrei esta notícia que me escapou. Foi a Vereadora do PSD em Lisboa, Margarida Saavedra, a protagonista desta maravilha.

“Alguma vez a tentaram subornar? Várias vezes. Por duas vezes, deixaram-me em cima da secretária envelopes com dinheiro. Fui a correr atrás dos munícipes e devolvi-os, e eles ficaram muito atrapalhados. Noutras situações, diziam-me: "Faça o seu preço, que nós temos pressa". Quando a cunha era grande, retiravam os processos da minha apreciação. Mas os funcionários da câmara não são, na sua maioria, corruptos. (…) O departamento de projectos especiais da câmara, que ainda existe, foi muitas vezes um canal para tratamento de excepção em relação ao cumprimento do Plano Director Municipal. Foi o caso das Twin Towers e das torres do Colombo.” Público

Partilho da indignação presente no post do blogue Efeito Placebo: ”É uma vergonha a leviandade como se assume a corrupção numa autarquia como a de Lisboa.”

Não se acusa, não se denuncia, não nada… Certa vez, damos uma entrevista e dizemos estas coisas, como se fosse a coisa mais normal do mundo. Espectáculo. De facto a surpresa não é muita. Muitos devem ser os casos espalhados pelas câmaras do país. Encara-se este tipo de corrupção com a mesma facilidade, como se encara a existência da cunha. É uma simples particularidade do sistema. A vida é assim… e continuará a ser até que se veja o problema da corrupção como existente e passível de ser reduzido.

Neste caso é o peso da máquina que sustenta a câmara a maior dificuldade que se encontra quando queremos abordar o problema da corrupção. Ao invés de grandes reformas fogo de vista que acabam por criar mais problemas do que aqueles que resolvem, dever-se-ia enveredar pelas pequenas soluções. É na simplificação dos procedimentos [de dentro para fora e não o habitual], na redução do poder discricionário, na total transparência, no estabelecimento de prazos funcionais [e mais curtos] à conclusão dos processos, e na criação de incentivos para os funcionários, que encontramos o caminho a seguir.
Mas para isto, teria de haver vontade política, ou simplesmente vontade.

Só é pena que cá não acontecem coisas destas.

SÓ EM PORTUGAL


Retiro esta história de embalar do Jumento, que continua a desencantar umas pérolas.



"Em Vila Nova de Poiares a GNR decidiu multar uma viatura da autarquia, mas teve azar, veio a polícia municipal e multou os soldados da GNR por terem estacionado em cima do passeio, um hábito que se generalizou entre as nossas polícias que acham que o código da estrada não se lhes aplica. O mais divertido de tudo isto está no facto de ser o próprio comando da GNR assegurar que os seus soldados não cometeram qualquer infracção, isto é, a partir de agora podemos estacionar em cima dos passeios, a não ser que esta excepção apenas se aplique às viaturas da GNR."

Porque não te calas?

Foi no Planetas Politik que encontrei esta notícia.

O irmão perdido de Obama


A Vanity Fair Italiana encontrou nos arredores de Nairobi o irmão perdido de Obama, George Hussein Onyango Obama.


"No-one knows who I am,"

"I live here on less than a dollar a month."

"If anyone says something about my surname, I say we are not related. I am ashamed,"


O PSD de agora

O PSD anda muito animado ultimamente. Depois da questão Pontal, com Ângelo Correia a mexer as águas, na sua tentativa de minar… peço desculpa… de encaminhar a liderança [não sei se pensando nele próprio ou em Passos Coelho, mas certamente pensando no “PSD”], vem o Sr. Jardim com o seu “novo partido” e com a sua promessa de oposição nacional, que pelos vistos anda a manter, enquanto critica Sócrates pelos empregos virtuais, manda umas farpas à legislação que “restringe a capacidade de actuação dos partidos políticos” [reforçando a pressão do “novo partido”], e ataca a “desconfiança sobre quem exerce cargos políticos”. Junta-se á festa e mina… lá estou eu outra vez… e tenta encaminhar a recém liderança do partido [não sei se pensando nele próprio ou nele próprio, mas certamente pensando no “PSD”]. São de certa maneira curiosas estas preocupações do Sr. Jardim, dado que a livre actuação dos partidos políticos, não me parece ser um dos pratos fortes da Região Autónoma da Madeira [o que não isenta de culpas a não oposição madeirense], e tendo em conta que a maior confiança que o Sr. Jardim “pede”, facilmente desemboca no clientelismo, lambebotismo e delfinização de alguns, a que o mesmo está tão habituado. A meio disto tudo, ainda consegue arranjar tempo para atirar aos Açores uns números forjados. Anda ou não anda a fazer oposição?


Entretanto, a na preparação para o Outubro açoriano, lá vem Carlos Costa Neves a prometer 14 mil empregos até 2013. Talvez inspirado pelo “sucesso virtual” de Sócrates. Sinto-me tentado a cavalgar na mesma onda que Manuela Ferreira Leite: Devia ser proibido prometer… empregos. Qualquer dia andam por ai todos loucos. Quantos empregos prometeu? Eu cubro e ponho mais um.
Passos Coelho aposta na sua plataforma de reflexão estratégica, que arranca em Setembro. E Aguiar Branco, por sua vez, mostra-se preocupado com o aumento de fenómenos de violência grave em Portugal, aproveitando para falar no relatório da Inspecção-Geral da Administração Interna, tornado confidencial por poder “pôr em causa as próximas eleições… não é isto… “pôr em causa a segurança de agentes das polícias e dos cidadãos em geral".Muito sinceramente, acho bem. Eu também não percebo o “incompreensível silêncio” do Primeiro-ministro.
Por falar em "silêncios incompreensíveis"………………..

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Serve-se prato frio?

"A Rússia reagiu com indignação à posição assumida pela NATO quanto ao conflito na Ossétia do Sul, ameaçando que a declaração da Aliança Atlântica terá “consequências” nas relações com Moscovo." Público

Isto porque, a NATO afirmou não poder manter relações com Moscovo “como se nada se tivesse passado” na Geórgia.

A política internacional mostra-se sempre belicosa no que toca a geografia de interesses, até porque integridade territorial, democracia e direitos humanos pouco peso têm, no que toca as “grandes” relações internacionais.
Quando falamos neste arrefecimento preanunciado de relações, estamos na verdade a falar do oleoduto Baku-Tbilisi-Ceyhan e no escudo anti-missil, inseridos nos jogos de poderes, das grandes potências.