quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Reeditando candidatura

Acabou-se o tabu e Cavaco é candidato. Assim a bem dizer, Marcelo Rebelo de Sousa tomou a liberdade de levantar esse véu há uns dias atrás. Mas o discurso foi ontem e Cavaco optou por uma reedição da candidatura que o levou à presidência.

Em 2005 Cavaco candidatava-se por “imperativo de consciência” não se resignando a uma situação difícil, e com um olho no futuro. Agora candidata-se “por dever” perante uma situação extremamente difícil e pelo futuro de Portugal.

Cavaco apostou na sua experiência e na estabilidade da sua “magistratura de influência” para cativar os portugueses, só é pena que o “Presidente próximo das populações” por mais do que uma vez tenha roçado a altivez:

Orgulho-me de ser um dos responsáveis políticos que melhor conhece a realidade das diferentes regiões do País.”


O que teria acontecido sem os alertas e apelos que lancei na devida altura, sem os compromissos que estimulei, sem os caminhos de futuro que apontei, sem a defesa dos interesses nacionais que tenho incansavelmente promovido junto de entidades estrangeiras?”

Em 2005 o candidato Cavaco pediu a suspensão da sua filiação no PSD e não se candidatava contra ninguém, agora Cavaco tem uma candidatura independente de todas as forças partidárias, e: “O meu partido é Portugal.”…muito ao estilo do companheiro Jardim que afirma: “O meu Partido é a Madeira.” São palavras muito bonitas que caem bem no ouvido, mas na verdade o “independente” Cavaco é a candidatura do PSD apoiada pelo CDS-PP, tanto quanto o “independente” Alegre é a candidatura do PS apoiada pelo BE.

Para além da menção ao desempenho irrepreensível [de acordo com o próprio] do seu mandato como Presidente, a grande diferença para 2005 foi o anúncio da contenção na despesa da sua campanha. Em tudo diferente das últimas presidenciais onde Cavaco foi protagonista da campanha mais cara. “Não colocarei um único cartaz exterior” diz Cavaco em jeito de boca a Alegre…



… ou até mesmo a Nobre que pelo menos na sede pensa em grande…


Os restantes candidatos reagiram logo:

- Para Defensor Moura [o socialista que “complementa a candidatura de Alegre”… enfim…] Cavaco traz “zero novidades”;

- Para Francisco Lopes [candidato do PCP] a longa experiência de Cavaco, como PM e PR, foi o que nos trouxe a esta situação difícil;

- Para Nobre [o verdadeiro independente] é necessário "escrever um novo livro, com um novo Presidente da República";

- Já Alegre [candidato do PS], que antecipou-se ao anúncio de Cavaco, a única novidade é que este tem os mesmos apoios de 2005 enquanto ele [Alegre] agora tem mais apoios.

As Presidenciais 2011 já estão em marcha, agora só falta saber se Manuel João Vieira, líder dos Ena Pá 2000 sempre vai ser candidato.

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