O Governo avançou [e bem] com a proposta de lei que permitirá o casamento entre pessoas do mesmo sexo, e ao mesmo tempo restringe [e bem \ note-se que eu concordo com a adopção] a adopção a esses casais.
O PCP concorda com a orientação seguida pelo governo com a separação das matérias, a ILGA aprova, e eis que surgem as já esperadas vozes dissonantes.
Primeiro a mais característica delas todas, o que tem um problema com o nome. O PSD vai apresentar um projecto de lei que propõe a união civil registada, ao invés do casamento. O partido não gosta de discriminação na questão do casamento, assim opta por meia discriminação, e dá outro nome… ao casamento. Depois temos o outro “partido”, Alberto João Jardim:
Sim… com tantos problemas para quê preocuparmo-nos com uma coisa menor como a discriminação… enfim…
Já o BE e a associação Panteras Rosa, acham que o casamento e a adopção estão no mesmo saco e acusam o governo de criar uma nova discriminação. Esta posição é a que eu tenho mais dificuldade em compreender. Na verdade o que acontece é um upgrade da discriminação, pois em relação à adopção a discriminação já existia. O que tenho menos dificuldade em perceber é o objectivo em pôr a questão dessa maneira. Mas isso já é outra história.
O CDS-PP, a igreja, o PND, ou seja, os defensores da “família” e dos “bons costumes” [ou pelo menos defensores da sua versão destes], já se insurgiram contra a medida, e fazem-se agora apoiar por uma iniciativa popular de recolha de assinaturas que conta agora com 72 mil assinaturas. O referendo em si não me parece necessário, no entanto nunca fui adverso à participação popular na tomada de decisões.
1 comentário:
Não fosse o tempo que leva a "montar " um referendo, e a discutir e a dar ainda mais importãncia ao assunto enquanto todos caminhamos alegremente para a bancarrota e confesso que tambem gostaria de ver o resultado. É que ao contrário do que muitos pensam há muito boa gente que se está a marimbar para o casamento gay, mas não suporta ouvir os "queques" que supostamente defendem a "familia" - resta saber a de quem, porque a minha defendo-a eu - ficarem com uma grande "queixola". É que tal como o CDS/PP acaba sempre por ter mais votos do que as sondagens lhe dão porque as pessoas têem vergonha de assumir que votam PP, tambem nesta matéria há muita gente que concorda mas não se manifesta com receio de ser conotado com tendencias sexuais menos "normais".
Todo o tempo que se perder com estes 2/3% da população é menos tempo que temos para resolver os problemas dos outros 97/98%.
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