domingo, 1 de novembro de 2009

Crise, emprego e ferraduras


Depois da escolha de Maria André, uma sindicalista, para Ministra do Trabalho e da Solidariedade Social [que ainda estamos para ver se é ou não um “presente envenenado”], Sócrates dá uma no cravo e outra na ferradura trazendo para a Secretaria de Estado do Emprego, Valter Lemos, que saltou da educação para o emprego.



Uma autêntica provocação, diz Carvalho da Silva, que considera um “sinal absolutamente desastroso” a escolha para o emprego. Para o secretário-geral da CGTP, Valter Lemos foi “um membro do Governo que mais expandiu argumentos violentos de ataque aos trabalhadores”. Já Jerónimo de Sousa considera um erro atribuir a um secretário de Estado um assunto que é da responsabilidade de um governo.



Como o emprego [mais precisamente o desemprego] é agora uma enorme preocupação nacional, o Bloco de esquerda opta por dar inicio uma campanha nacional [encontros e comício de rua] que visa o alargamento do subsídio de desemprego.

Ainda no Emprego já se começa a falar de ordenados, com os sindicatos a defender a subida do ordenado mínimo. Da UGT vem a defesa de um aumento significativo do salário mínimo e das pensões. Da CGTP vem um pedido para o aumento de 450 para 475 euros [para pensões 1,5%], algo que Carvalho da Silva considera até ser um aumento “muito modesto”.


Num cenário actual de crise económica, associado à posição de um governo minoritário, eis um tema que dará muito que falar nos próximos tempos. Não tardará muito em aparecer aquele argumento fantástico do ou salário ou emprego, algo que não espanta muito num pais em que alguma da competitividade tem sido ganha à custa de salários baixos. Isto já para não falar num governo que até agora tem orientado a sua governação à custa de números e estatísticas, e que com certeza não terá qualquer problema em lidar com o problema avaliando-o de forma quantitativa e não qualitativa… enfim, aguardemos…

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