sexta-feira, 27 de junho de 2008

Bar gay ameaça República Portuguesa


Foi ao ler o Público que tive conhecimento de que Pedro Feist – vereador na CML – quer acabar com a "casa de prostituição gay", o Labyrinto – o primeiro clube de sexo exclusivamente gay em Portugal. Que nobre e importante causa, pensei eu. Se tivesse que fazer uma lista com as coisas com que me preocuparia, caso fosse vereador, esta, estaria com certeza no topo dessa lista.
Quais os motivos desta preocupação? São imensos… senão vejamos. Este estabelecimento situa-se junto à Assembleia da República… Ora cá está um bom motivo. De maneira alguma pode haver um estabelecimento “daquele tipo” a operar junto de tão importante e mui prestigiada instituição. Interrogo-me o que será pior ou mais lesivo aos interesses do nosso país. O que se passa regularmente nas entranhas de tal instituição ou o que se passa nas imediações desta? Deixo a pergunta, à consideração do leitor…


O problema da localização do Labyrinto não fica por aqui, dado que bem perto fica o Instituto Superior de Economia e Gestão. Aqui a coisa fica mais complicada… Acontece que, “ainda por cima o local é altamente frequentado por gente jovem, uma vez que a entrada é gratuita até aos 25 anos". Gente jovem. Aqueles que mais se indignam com a existência de tão impróprio estabelecimento. Porém, é de relevar que a entrada é gratuita até aos 25 anos. Devemos, por isso, impedir a todo o custo que um qualquer jovem desprevenido possa entrar por engano, peça uma cerveja… e… e… [a beba] e que por um passe de mágica [ou feitiçaria], “saia do guarda-fato”. Talvez influenciado pelo apelo irresistível [do ponto de vista hetero] de um belo strip masculino ou pelas falinhas mansas de um rapaz bem parecido que entretanto meteu conversa. Muito ardilosos, são aqueles homossexuais… Também pode ser que em vez de um jovem, a “armadilha sexual” apanhe desprevenido um deputado… não queremos que os gays tomem conta da Assembleia… não é? Já para não falar da “sombra omnipresente”, da possibilidade de um jovem [ou deputado] poder ser abusado ou assediado, por um grupo de depravados vestidos de marinheiro, policia, índio... Já perceberam a ideia.



"Do meu ponto de vista, esta actividade fere os usos e os costumes” Pedro Feist. Isto vindo da mesma pessoa que assegurou que a sua atitude não era moralista. Hão de inventar ainda, o nome que melhor define esta atitude [talvez faça parte do novo acordo ortográfico].
Pedro Feist afirmou que, "há locais próprios para se desenvolverem determinadas actividades"…"é completamente desadequado". Por lugares próprios presumo que se refira ao quarto, pois lugar melhor que um “clube de sexo exclusivamente gay”, não me parece que exista… Em Monsanto, alunos de três [não uma] faculdades, deparam-se diariamente com o fenómeno da prostituição – feminina – e ninguém se preocupa. Note--se que ao contrário do referido bar, estas, estão à vista de todos, e impressionam mais, pois a decadência está escrita na cara de muitas [talvez pelas condições a que estão sujeitas por ninguém se preocupar pela sua condição semi-ilegal]. Mas o bar gay que funciona com o princípio do mútuo consentimento, da maior idade e que para todos os efeitos é muito mais discreto, é que é o problema.
Incomoda-me quando alguém em nome dos usos e costumes, atenta contra a esfera de liberdade de outrem, com o intuito de reprimir práticas que nada mais fazem do que ferir a sua própria ideia de moralidade. Sugiro uma “investigação pessoal” que possa responder a estas perguntas:
- Eles obrigam alguém a actos sexuais?
- São protagonistas de alguma forma de atentado ao pudor?
- Cobram demasiado pelas bebidas?
[cerveja a 5 euros e whisky a 10, isso sim é um crime]
- Fogem aos impostos?
- Vendem droga?
- Estão a aliciar menores nas esquinas?

Como dizia o outro… Eu sou verde? Então vá…

1 comentário:

Planetas - Bruno disse...

Recomenda-se ao Labyrinto que lhe envie a Pedro Feist um cartão com direito a garrafa Pisangabom!