Depois da greve dos pescadores, vem a greve dos camionistas… bem… a paralisação dos patrões. Pensava eu que tínhamos atingido um novo alto na perda de direitos individuais, quando com os pescadores avançaram com bloqueios que ultrapassaram o admissível num Estado de Direito. Eis que vieram os camionistas provar-me errado. Um morto, atropelamentos com feridos, apedrejamentos, camiões queimados, piquetes abusivos. Uma greve, uma paralisação, não pode ser levada à lei do punho – não digo da bala, porque “ainda” lá não chegamos – Ninguém, em plena estrada, pode obrigar seja lá quem for, a parar e encostar (a não ser que este alguém tenha luzinhas azuis por cima do carro), mesmo que as palavras utilizadas sejam, “vamos convidar o camionista a se juntar à paralisação”. Chegamos inclusivamente ao ridículo de se esperar que a policia avise os piquetes, quais os camiões que transportam mercadorias prioritárias, de modo a que estes não sejam vitimas de represálias. “Policia avisar os piquetes”, disse bem. Mas avisar para quê? Têm é que deixar passar e mais nada…
E muito felizes estão os que aparecem na televisão – como se de grande coisa se pudessem orgulhar – enquanto falam de atropelos dos direitos uns dos outros. Entretanto o combustível acaba, os produtos alimentares perecíveis começam a escassear e inevitavelmente o sentimento de segurança em Portugal, já débil de si, começa a esvair-se. Não podemos confundir o direito a protestar contra aquilo que se considera errado, com o direito a fazer o que nos dá na telha. A liberdade é uma coisa muito bonita, que perde a sua beleza quando se transforma em libertinagem. A esfera de liberdade de cada um, é algo que não pode ser transposta e deve ser defendida, sob pena de perdermos, em última análise, a liberdade de que nos orgulhamos. Por muito boas que sejam as razões que levam a protestar, nunca essas razões justificam este tipo de atitudes.
E muito felizes estão os que aparecem na televisão – como se de grande coisa se pudessem orgulhar – enquanto falam de atropelos dos direitos uns dos outros. Entretanto o combustível acaba, os produtos alimentares perecíveis começam a escassear e inevitavelmente o sentimento de segurança em Portugal, já débil de si, começa a esvair-se. Não podemos confundir o direito a protestar contra aquilo que se considera errado, com o direito a fazer o que nos dá na telha. A liberdade é uma coisa muito bonita, que perde a sua beleza quando se transforma em libertinagem. A esfera de liberdade de cada um, é algo que não pode ser transposta e deve ser defendida, sob pena de perdermos, em última análise, a liberdade de que nos orgulhamos. Por muito boas que sejam as razões que levam a protestar, nunca essas razões justificam este tipo de atitudes.
Passemos agora para o “outro lado” da questão. A polícia não faz nada? Se me vierem assaltar agora, devo telefonar para a polícia ou para os camionistas? Porque pelo andar das coisas eles mandam mais. E do Governo? Silêncio… Ontem falou o Primeiro-ministro e disse nada. O Ministro das Finanças, nada tem para dizer. Mário Lino idem. Da Administração Interna, nem uma palavra. (pelo menos até às 14:00 de hoje) Ninguém quer ser o mau da fita… as eleições estão perto… não sabem o que fazer… Ou seja, o Estado de direito, não tem força (ou vontade) suficiente para se, manter…
E o que dizer da oposição? Nicles, népias, niente, nada. O que dizer de uma esquerda que se indigna tanto com “o dia da raça” e o ataque que este representa, aos valores de Abril, aos valores democráticos e não abre boca perante este cenário. Ou mesmo de uma direita que se mantêm calada. Também têm eleições, também não querem ser os maus da fita, querem que o governo se espete… pois é. O problema é que vivemos numa era de políticos de meias medidas, que pouco se interessam pelo correcto, quando posto em oposição a sondagens ou ao poder. Isto acompanhado de uma política cega, de combate ao défice e de um desleixo social que proporciona as condições ideais para uma maior revolta, quando o cinto aperta até mais não se poder…
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