Eis que se desenrola mais um capítulo na conturbada relação entre o governo PSócratista e a comunicação social. Processos judiciais, telejornais que acabam, directores mudados, acusações de influências, enfim, um longo rol de situações e situaçõezinhas que denunciam a preocupação quase doentia do primeiro-ministro com a comunicação social. Se bem que o inverso também poderá ser verdade. Acontece que agora já há demasiado fumo para que não haja nenhum fogo.
Mário Crespo vê recusada a publicação no JN de um texto onde pretendia denunciar a conversa que supostamente teve lugar num restaurante em Lisboa entre Sócrates, Silva Pereira, Jorge Lacão, e um “executivo de televisão”. Nessa suposta conversa Crespo foi retratado como um “louco”, um “profissional impreparado”, e aparentemente "era preciso solucionar o problema Mário Crespo e Medina Carreira". O recato foi tanto que acabou por originar e-mails para o jornalista a relatar a suposta conversa.
Mário Crespo deixa de escrever para o JN, e por obra e graça do divino Espírito Santo o texto aparece publicado no site do Instituto Francisco Sá Carneiro. Montado que está o circo surgem as actuações.
O sindicato dos jornalistas reage a uma alegada conversa num restaurante, confirmada via e-mail.
Uma fonte do Ministério dos Assuntos Parlamentares diz que "o Governo não se ocupa de casos fabricados com base em calhandrices".
Rangel grita censura.
Mais prudente o BE pede o envolvimento da ERC.
Nuno Santos [director de programas da SIC], ou o “executivo de televisão” que estava no restaurante já veio dizer que a conversa não se passou da forma como é descrita por Crespo. Nos entretantos ainda esta semana será editado um livro do jornalista, com o prefácio de Medina Carreira, onde esta história será o tema central. Isto é juntar o útil ao agradável [qual será o agradável?].
Após o assunto ter sido tornado público a ERC recebeu 3 queixas que os levou a abrir um processo de averiguações. Espero pelo desenrolar do processo, mas não deixo de pensar que o governo PSócratista é demasiado… digamos “fixado” na comunicação social, porém a partir do momento que começamos a dar demasiada importância ao e-mail da pessoa que ouviu a conversa do não sei quê no restaurante x … enfim… deixarmo-nos perder um pouco.
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