quarta-feira, 23 de abril de 2008

“Bando de loucos”


Afinal após tanta contestação Alberto João tinha razão. Enfim… Embora pareça impossível, as sessões da Assembleia Regional da Madeira ainda são piores do que as sessões nacionais. Se assistir a um plenário da nossa AR é assistir a uma comédia, assistir a uma sessão da Assembleia Regional Madeirense é um filme de acção. Desde excessos de linguagem a quase confrontos físicos, há de tudo. Coming soon in a theater near you!!!! Hoje mesmo, ao ver a Sic Noticias, assisti a um deputado da oposição madeirense dizer “que não conseguia imitar a voz de Alberto João Jardim”, pois este tinha “uma voz amaricada”. Como após tal espectáculo bloqueei mentalmente, nem consegui ver de quem tinha vindo tal prenda. Surpreendido? Nem por isso. Como madeirense que sou já estou habituado a tais façanhas. Entre “Jaiminhos”, “burricos”, e “Jardinisses”, pouco me surpreende.


Fiquei também a saber que “o fascista do PND”, Baltazar Aguiar, suspendeu a sua actividade em sinal de protesto, por causa das circunstâncias que rodearam a visita do P.R. à Madeira. Compreensível… também eu precisaria de férias. De acordo com o Público (Excessos Madeirenses, 17/04/08), o sistema político madeirense tem algumas particularidades interessantes, para além das óbvias, claro está. Por exemplo, as aparentes milionárias subvenções “que fazem inveja” aos partidos nacionais, o condicionamento da conduta do presidente através da sua eleição por sessão legislativa ao invés de por legislatura, ou a limitação dos poderes de intervenção e iniciativa da oposição. Sendo que a melhor de todas é o código de indumentária imposto aos jornalistas. Adorava saber como é que esta começou.



Muito se ouve falar desta visita do P.R. à madeira. O drama, o horror, o… normal. Vindo do Sr. Jardim quase tudo se espera. A atitude foi pavorosa e merecedora dos comentários que surgiram, só que depois o exagero do costume, ou seja o desmantelamento do Estado em 5 dias, por Jardim. Quanto a mim o nosso P.R. agiu à altura. Seja como for apreciei as “trombas” do Sr. Jardim, no dia perfeito do Sr. Silva.
Como já devem calcular por agora, não sou muito jardinista… e não, nem todos os madeirenses são pró Jardim. [já agora, se encontrarem algum madeirense por ai… não, nós não conhecemos o/a madeirense que vocês conhecem, e após falar do Sr. Jardim 50.000 vezes, compreendam quando o assunto não se estende muito.] Manuel Alegre, lamenta que a comunicação social dê mais cobertura a Alberto João Jardim do que a Carlos César – Eu acredito que seja grave ao ponto de se eu persistir em não dizer quem é este Sr. muitas pessoas não saberão quem é – Parece-me natural que isto aconteça, pois estão todos à espera da próxima bomba (de Carnaval) de Alberto João Jardim.


Apesar de me admitir pouco jardinista, também sei reconhecer-lhe crédito quanto à sua participação, na evolução muito positiva que a Madeira experienciou. No entanto incomoda-me o tão badalado défice democrático que se vive actualmente na região. Não por não ser verdade, mas para além das culpas que o PSD-M “tem no cartório”, existem as culpas partilhadas pelos partidos de não oposição. Muitas vezes vejo-os mencionados à altura de autênticos heróis que marcham contra a adversidade de um regime fechado. Certo. Porém não fica por aqui, dado que os heróis não oferecem agora, nem nunca ofereceram antes uma alternativa credível. Vivem obcecados com a ideia de perseguir e desmascarar o Sr. Jardim (tomei-lhe o gosto), sempre à espera da altura em que possam depor César e dizer: “viram, nós já dizíamos que…”. Os partidos da não oposição madeirense desistiram da Madeira muito antes dos madeirenses desistirem deles. Dão a vitória do PSD como um dado adquirido, e assim sendo nem se esforçam, caindo no ridículo de nem perceber que quanto mais ataques ao Sr. Jardim, mais forte ele fica. As últimas eleições foram o exemplo perfeito: o Sr. Jardim faz uma campanha de inaugurações, a oposição indigna-se e recorre à base isto é, passar a sua campanha a falar do Sr. Jardim.
Eu digo que se recuperem tradições, ponham os loucos num barco e mandem-nos ao Atlântico.

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