Nem tudo está maravilha no mundo do CDS-PP. A distrital do CDS do Porto foi palco de alguma polémica com Vítor Faria a alegar a falta de isenção do processo eleitoral. Aparentemente a sua candidatura à presidência da distrital foi sujeita a alguns atropelos tais como, “dois cadernos eleitorais”, “a recusa em facultar a listagem dos militantes no distrito do Porto”, “a alteração do local do voto em Matosinhos depois da convocação das eleições” (sem que a sua lista fosse informada). Em suma, tudo o que não deveria acontecer num processo eleitoral transparente e que este candidato chegou a comparar com o regime cubano. O que não deixa de ser uma comparação engraçada, para mais tratando-se do CDS.
As eleições para a distrital de Lisboa, não se adivinham mais pacíficas. O Movimento Alternativa e Responsabilidade (MAR), que é um movimento interno de oposição à direcção de Paulo Portas, é o possível adversário a ter em conta nestas eleições. Miguel Anacorreta Correia que havia anunciado a sua candidatura pelo MAR à distrital de Lisboa, já disse que não se iria candidatar, não obstante o MAR poderá ainda avançar com uma candidatura alternativa. Por entre as razões para a sua não candidatura, Miguel Correia alega falta de transparência e incumprimento pelas regras estatutárias, logo caso se candidatasse "estaria a dar cobertura a um processo que não é correcto, nem legal, e que foi feito sem sentido institucional e com a violação das regras do partido”. Os ares do Porto talvez…
Anteriormente membros proeminentes do MAR já haviam criticado a distrital por não funcionar, não fazer oposição, não apresentar propostas e por não estar mais implantada nas concelhias. De facto não houveram consequências de maior da razia eleitoral que o CDS-PP sofreu nas eleições para a Câmara de Lisboa, algo que só por si deveria ter sido tomado em conta. Este movimento interno já mereceu os comentários de Álvaro Castelo-Branco da distrital do Porto, que encara com apreensão e alguma desconfiança o aparecimento destes movimentos e clubes, chegando a afirmar que "há movimentos que aparecem apenas para tomar de assalto o poder".
As eleições para a distrital de Lisboa foram antecipadas um mês e meio, sob a justificação de urgência na preparação do processo autárquico de 2009. Acontece que as más-línguas dizem que esta é uma movimentação para impedir 100 novos militantes de votar, visto que estes só têm capacidade eleitoral após três meses da sua filiação. E Paulo Portas também não escapa às críticas, pois a "decisão foi tomada com a conivência do presidente do partido, que não quer a renovação". Esta disputa interna tem muitas “reminiscências” da luta que foi travada pela presidência do partido. Resta saber se agora as adesões à causa serão as suficientes para provocar a mudança, embora seja muito improvável quer pela antecipação das eleições, quer pela aparente falta de números. O problema que se coloca agora é que esta suspeita de défice democrático, num partido que pretende disputar eleições em tão pouco tempo não augura nada de bom. Seja como for em Lisboa pelo menos, não é por ai que se faz a diferença, dado que o partido mal se faz notar… enfim…
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