quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Entrevista a "seco"


Lá veio o Primeiro-ministro, em mais uma entrevista, esclarecer os portugueses. E de que maneira...

Sócrates não está preocupado com maiorias absolutas, até porque está com um espírito de vitória [mais lhe vale esse espírito, porque a maioria vai vê-la por um canudo]. Não obstante, preocupa-se com a "estabilidade governativa" do país, e deve... pois nesta partidocracia renhida, em que os interesses do país aparecem subjugados aos interesses partidários assentes em ideologias pé-de-chinelo, é natural que surja o problema da governabilidade. O que falta nestes senhores(as) é uma verdadeira cultura democrática, principalmente nos grandes partidos. Não porque são tão diferentes dos pequenos, mas simplesmente porque dado o impacto da sua dimensão podem se dar ao luxo de fazê-lo... enfim.

Apesar da preocupação, à pergunta "sem maioria governa sozinho?", Sócrates disse não querer pensar em cenários alternativos. Lá está o espírito de vitória, associado ao facto do PS, caso ganhe, ter maior margem de manobra do que o PSD para"pescar" apoios aqui e ali sem recorrer a coligações pós-eleitorais [depenicando apoios ora no PSD, ora no BE, ora no PCP].

Sócrates está concentrado em centrar o debate eleitoral no Sócrates vs Leite. Não... não é PS vs PSD, porque não convém e não produz resultados. Sócrates está concentrado na diferença entre pessoas e estilos. É a Manela, porque "tem valores políticos ultrapassados", porque para ela "o casamento tem como objectivo a procriação", porque ela pensa que as obras públicas servem "para dar emprego a cabo-verdianos e ucranianos" [estes últimos provavelmente licenciados], porque a Manela foi agressiva em relação ao acabar do divórcio litigioso [aqui o homem até um bispo citou], porque é mais fácil atacar a Manela [do séc. XIX] que tal como Sócrates, de democrática tem muito pouco. Acontece que Ferreira Leite também não estará muito preocupada com estas chamadas de atenção por parte de Sócrates, pois é claro que o PSD de Leite está a contar com que os portugueses não sejam assim tão "progressistas", dirigindo a sua campanha ao eleitorado mais conservador [representativo da psique portuguesa].

Sabendo disso, Sócrates reagiu à pergunta "quem é mais conservador, Manuela Ferreira Leite ou Paulo Portas?", colando Leite à direita [o que puxa pelos "canhotos" do país, ao mesmo tempo que tenta evidenciar uma distância entre a "direita" do actual PS e a "direita" de Ferreira Leite], e aproveitando para mencionar que quando a líder do PSD esteve no governo não houveram medidas para as famílias [uma das bandeiras do PSD]. Algo que funcionaria muito bem, caso o "engenheiro" tivesse feito alguma coisa pelas famílias nesta legislatura [é obvio que os apoios mais recentes não contam, pois trata-se de puro manobrismo político].

Para provar que Manuela não tinha razão, o Secretário-geral do PS, deu-se ao trabalho de levar uma entrevista de Manela [de Maio] em que dizia algo como: "...essa crise vai passar nos outros países, e nós vamos demorar mais tempo a sair dela (...) depois veremos se eu tenho ou não razão." E não tinha razão, disse Sócrates, pois já saimos da recessão técnica. Foi aqui que ele se baralhou, acabando por admitir que estamos longe de sair da crise [um buraco negro inevitável]... bem... continuou denunciando o negativismo e a atitude pessimista da líder do PSD, ao mesmo tempo que relevava os "sinais que nos permitem ter esperança". E é mesmo bom que sim, porque com os sinais "positivos" que vemos todos os dias, esperança será a única coisa presente nos pratos de muitas famílias á refeição.

Quanto ao programa eleitoral o "engenheiro" bateu insistentemente no "preconceito" de Leite contra o Estado, no investimento público, e na questão da privatização da segurança social. a bem dizer, também não podia fazer muito mais, dada a proximidade programát... quero dizer, dada a "curiosa" e certamente "ilusória" semelhança entre dois programas perfeitamente distintos...:p
E mesmo assim:
- no TGV, PS e PSD diferem não em se deve ou não ser construído, mas quando fazê-lo;
- no Aeroporto idem;
- na Auto-estrada laranja/rosa... quer dizer... é laranja/rosa;
- na questão da avaliação dos professores, não se esperaria outra coisa do PSD, senão capitalizar a partir da indignação dos professores;
- na privatização da segurança social, PS e PSD apontam na mesma direcção, um com mais mão estatal e outro com menos.

Farinha do mesmo saco? Não... farinha de sacos diferentes, mas provenientes do mesmo produtor.

E quanto a Pina Moura e o seu apoio ao programa do PSD? Sócrates não se preocupa com isso. Para já, "não foi um apoio", foi um... errr.... coiso... e depois: "Nós no PS somos muito liberais." [ups... fugiu-lhe a boca para a verdade].


Então e os professores? O governo de PSócrates reduziu para metade o insucesso escolar [pelo menos nas estatísticas], encerrou 2500 escolas com menos de x alunos e apostou na requalificação do parque escolar, colocou os professores durante 4 anos... afinal são amigos dos professores. Talvez... bem... às tantas... como disse o "engenheiro", talvez não tenha havido suficiente delicadeza por parte do governo, com os professores... por amor de Deus, nada disso. Está claro que o governo de PSócrates teve a delicadeza de um hipopótamo, digna de um qualquer governo autoritário. Mas agora está tudo bem... não se passa nada, porque se o Sr. Pinto de Sousa for eleito tudo fará para restaurar a relação com os professores [Lindo!!].

Então e as típicas promessas? Cá estão:
- 5000 estágios na dministração pública para os jovens;
- 25 mil estágios para desempregados sem apoio social;
- aposta nas energias renováveis;
- Inove social, mais 1000 ao barulho, desta feita os licenciados;
- conta poupança futuro de 200 euricos, que segundo Sócrates dará mais liberdade de escolha e mais autonomia ao jovem quando fizer 18 anos [perfeitamente.... o jovem terá a liberdade e autonomia para gastar o dinheiro em menos de um fósforo].

A certa altura como Sócrates não falava na Manela, há pelo menos uns bons 4 ou 5 minutos, decidiu reclamar da posição do PSD sobre as candidaturas falsas, quando tem a "mais falsa das candidaturas", referindo-se a Jardim. "No passado nós fizemos isso, mas agora não...", disse o Secretário-geral do PS. Sim... no passado distante de alguns meses atrás... mas agora não... portantos...


Depois de "cavaquear" algo sobre a Política de Verdade do PSD, como forma de desqualificar os adversários [...sim, Sr. engenheiro...], Sócrates também falou sobre a "asfixia democrática", apontando o "suspender a democracia por 6 meses" de Ferreira Leite, e a exclusão de Passos Coelho das listas do PSD por delito de opinião, como exemplos da não democraticidade do actual PSD, e a reforma do parlamento, bem como a limitação dos mandatos, como exemplos da democraticidade do actual PS. O que vale é que no que toca à democracia, não ligo nem à Sr.ª Leite, nem ao Sr. Pinto de Sousa, pois para poderem falar sobre democracia, primeiro teriam de saber o que ela significa....

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