domingo, 13 de setembro de 2009

Esmiuçar o debate, Sócrates vs Leite



Já foi… o combate de titãs, o encontro de gigantes, o debate dos debates… enfim. Não vou anunciar o vencedor do debate, como resultado de um fútil esforço analítico para justificar o injustificável, a partir das particularidades, e desempenho de cada um dos candidatos, esmiuçando [obrigado Gato Fedorento] respirações, respostas rápidas, etc. Isto porque, tal como aconteceu nos outros debates, não houve um claro vencedor ou perdedor. Os vencedores ficaram na cabeça de quem os viu, pela forma como cada eleitor percepciona o que foi defendido e a forma como se portaram os líderes partidários. Algo que de certa maneira está condicionado pela imagem que cada eleitor já tem dos candidatos.

Este foi um debate em que se cerraram fileiras político partidárias, e consolidaram-se os votos. O que em bom português significa que não serviu como factor determinante para alterar o sentido de voto numa ou noutra direcção. Poder-se-ia dizer que Sócrates esteve mais à vontade do que Ferreira Leite, porém não se estaria à espera de outra coisa dado que o frente a frente não é o condimento mais forte e pronunciado no prato de Ferreira Leite.

Impondo um fast forward na política de bolso, e nos gatafunhos eleitoralistas…:

- …com Sócrates a bater no que foi feito ou não por Leite quando estava no governo, no preconceito da “superioridade de credibilidade” [diz Sócrates do PSD], na candidatura fantasma [de Jardim], nos ditos do general não sei quantos sobre o pessimismo e as batalhas,
-…e com Ferreira Leite puxando galardões [professora disto, doutora daquilo], a bater na “asfixia democrática”, no autoritarismo, no ambiente de suspeição criado pelo governo, na não identificação de Portugal como uma província espanhola…

… podemo-nos concentrar no que foi verdadeiramente importante.


Do lado de Sócrates ficámos a saber:

- que Portugal estava bem encaminhado [a criar emprego, menor défice, contas públicas em ordem], a crise é que estragou tudo;
- que houve a necessidade de aumentos de impostos por causa da situação orçamental deixada pelo anterior governo [apesar disso o governo já baixou o IVA, reduziu o IRC, e reduziu a taxa social única para as empresas que não vão despedir trabalhadores];
- que o governo ajudou as PME’s [37.000 empresas];
- que o TGV é para manter, de modo a que Portugal deixe de ser periférico;
- que o governo teve uma política orientada para o apoio social, com o aumento do abono, com a criação do abono pré-natal, com o complemento solidário para idosos, e genéricos gratuitos para idosos com baixos rendimentos [pena que só em final de legislatura…];
- que fizeram isto e aquilo na educação [Ex: escolas abertas até mais tarde; novas escolas…] e na saúde [Ex: rede de cuidados continuados; mais cirurgias…];
- que o governo de Sócrates será um novo governo, com NOVOS ministros [ou não 1].


Do lado de Ferreira Leite ficámos a saber:


- que o modelo económico actual tem de ser alterado, pois a “crise” veio somente agravar uma crise interna criada pelas políticas económicas do actual governo;
- que os apoios ás PME’s não devem ser selectivos;
- que embora os apoios sociais sejam importantes, o ênfase deve estar do lado da criação de riqueza para que as pessoas não necessitem de apoio;
- que o TGV será suspenso, até que venham dias melhores;
- que a carga fiscal deve ser reduzida, e embora Ferreira Leite reclame do aumento de todos os impostos levados a cabo pelo governo, a bem dizer, só acha excessivo o aumento de tributação sobre os reformados;
- que depois de andar a bater-se pelas portagens nas Scuts, agora esse já não é um instrumento necessário [dado o caos criado pelo governo socialista];
- que não vai mexer na segurança social, a não ser para limar as arestas da reforma socratista [que significou segundo a líder do PSD uma diminuição das reformas a médio longo prazo];
- que na saúde o sector privado pode e deve ser usado pelo Estado para colmatar as falhas do SNS;
- que na educação será negociado com os professores um novo modelo de avaliação;

Sem comentários: