quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Presidente Cavaco... escuto...


No cerne da declaração do Presidente da República está presente [1]:


- A acusação ao “Partido do Governo” da tentativa, através de várias declarações, de encostá-lo ao PSD [com a acusação de participação de membros da sua casa civil na elaboração do programa do PSD, algo que o Presidente considerou se tratar de “um tipo de ultimato”]

- A necessidade de não se desviar as atenções do debate eleitoral das questões que realmente preocupavam os cidadãos;

- A não existência em qualquer declaração ou escrito do Presidente de alguma referência a escutas ou a algo com significado semelhante;

- O Presidente não atribuí qualquer importância à presença do assessor do primeiro-ministro na sua ida à Madeira;
- O Presidente decidiu afastar o seu assessor Fernando Lima do cargo para acabar essencialmente com dúvida de que ninguém da Casa Civil fala em nome do Presidente sem a sua autorização;

- O Presidente está preocupado com a vulnerabilidade da informação confidencial presente nos computadores da Presidência;

- “Acabaram” as fontes da Presidência, pois por Cavaco, só fala Cavaco.


De forma “curta e grossa”:

- A agressividade do Presidente nesta declaração não me pareceu própria de uma declaração presidencial;

- Considerar que as declarações do PS foram um “tipo de ultimato”… enfim… poupe-nos Sr. Presidente;

- Para quem estava preocupado em não desviar as atenções do debate eleitoral, fez um belíssimo trabalho, especialmente tendo em conta que “afinal não havia outra”, ou seja, não havia suspeitas sobre o “Partido do governo”, assim só por pirraça [e/ou manobrismo político] é que o PR deixou a situação prolongar-se por tanto tempo;

- A suspeita que recaía sobre o seu assessor foi o suficiente para o afastar com facilidade. Bom teria sido se sobre Dias Loureiro tivesse sido aplicado o mesmo critério;

- Preocupante não é a vulnerabilidade do sistema informático, é o facto de o Presidente da República ficar surpreendido pela possibilidade de lhe poderem ler os e-mails e entrarem nos computadores;

- Não é que não seja importante a segurança de informação na Presidência… mas há mesmo alguém que se dê ao trabalho de tentar entrar nos computadores de lá? Para ler o quê?...


Da esquerda, à direita os partidos falam em conflitualidade institucional, de ambiguidade nas declarações, e de mau timing.

O PS é o mais duro [naturalmente] com o Presidente [1;2 ;3]


Esta “polémica”, alimentada por órgãos de comunicação social e pelos politiqueiros do costume, tem a importância de um feijão. Prestando atenção a todos os bufos e bufas que por aí andam, vamos ter uns meses ocupados de conversa da treta…

Sem comentários: