sábado, 28 de junho de 2008

PCP e a Democracia ao Rubro


"Parlamento aprovou voto de condenação à actual situação no Zimbabwe Os partidos com assento parlamentar aprovaram ontem um voto de condenação à actual situação política no Zimbabwe, apresentado pelo CDS. Com uma excepção - o PCP optou pela abstenção.


No período de intervenções, Bernardino Soares, líder parlamentar do PCP, justificou o sentido de voto da bancada comunista com o facto de o texto proposto não fazer qualquer referência à "ingerência externa" no Zimbabwe. "Não podemos ignorar as grandes movimentações de ingerências externas", afirmou o deputado, apontando também a ausência de uma alusão à escalada militar que se vive no País." DN, 28-06-08



Coisas destas nem merecem comentários...

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Democracia ao rubro


Bar gay ameaça República Portuguesa


Foi ao ler o Público que tive conhecimento de que Pedro Feist – vereador na CML – quer acabar com a "casa de prostituição gay", o Labyrinto – o primeiro clube de sexo exclusivamente gay em Portugal. Que nobre e importante causa, pensei eu. Se tivesse que fazer uma lista com as coisas com que me preocuparia, caso fosse vereador, esta, estaria com certeza no topo dessa lista.
Quais os motivos desta preocupação? São imensos… senão vejamos. Este estabelecimento situa-se junto à Assembleia da República… Ora cá está um bom motivo. De maneira alguma pode haver um estabelecimento “daquele tipo” a operar junto de tão importante e mui prestigiada instituição. Interrogo-me o que será pior ou mais lesivo aos interesses do nosso país. O que se passa regularmente nas entranhas de tal instituição ou o que se passa nas imediações desta? Deixo a pergunta, à consideração do leitor…


O problema da localização do Labyrinto não fica por aqui, dado que bem perto fica o Instituto Superior de Economia e Gestão. Aqui a coisa fica mais complicada… Acontece que, “ainda por cima o local é altamente frequentado por gente jovem, uma vez que a entrada é gratuita até aos 25 anos". Gente jovem. Aqueles que mais se indignam com a existência de tão impróprio estabelecimento. Porém, é de relevar que a entrada é gratuita até aos 25 anos. Devemos, por isso, impedir a todo o custo que um qualquer jovem desprevenido possa entrar por engano, peça uma cerveja… e… e… [a beba] e que por um passe de mágica [ou feitiçaria], “saia do guarda-fato”. Talvez influenciado pelo apelo irresistível [do ponto de vista hetero] de um belo strip masculino ou pelas falinhas mansas de um rapaz bem parecido que entretanto meteu conversa. Muito ardilosos, são aqueles homossexuais… Também pode ser que em vez de um jovem, a “armadilha sexual” apanhe desprevenido um deputado… não queremos que os gays tomem conta da Assembleia… não é? Já para não falar da “sombra omnipresente”, da possibilidade de um jovem [ou deputado] poder ser abusado ou assediado, por um grupo de depravados vestidos de marinheiro, policia, índio... Já perceberam a ideia.



"Do meu ponto de vista, esta actividade fere os usos e os costumes” Pedro Feist. Isto vindo da mesma pessoa que assegurou que a sua atitude não era moralista. Hão de inventar ainda, o nome que melhor define esta atitude [talvez faça parte do novo acordo ortográfico].
Pedro Feist afirmou que, "há locais próprios para se desenvolverem determinadas actividades"…"é completamente desadequado". Por lugares próprios presumo que se refira ao quarto, pois lugar melhor que um “clube de sexo exclusivamente gay”, não me parece que exista… Em Monsanto, alunos de três [não uma] faculdades, deparam-se diariamente com o fenómeno da prostituição – feminina – e ninguém se preocupa. Note--se que ao contrário do referido bar, estas, estão à vista de todos, e impressionam mais, pois a decadência está escrita na cara de muitas [talvez pelas condições a que estão sujeitas por ninguém se preocupar pela sua condição semi-ilegal]. Mas o bar gay que funciona com o princípio do mútuo consentimento, da maior idade e que para todos os efeitos é muito mais discreto, é que é o problema.
Incomoda-me quando alguém em nome dos usos e costumes, atenta contra a esfera de liberdade de outrem, com o intuito de reprimir práticas que nada mais fazem do que ferir a sua própria ideia de moralidade. Sugiro uma “investigação pessoal” que possa responder a estas perguntas:
- Eles obrigam alguém a actos sexuais?
- São protagonistas de alguma forma de atentado ao pudor?
- Cobram demasiado pelas bebidas?
[cerveja a 5 euros e whisky a 10, isso sim é um crime]
- Fogem aos impostos?
- Vendem droga?
- Estão a aliciar menores nas esquinas?

Como dizia o outro… Eu sou verde? Então vá…

Câmara de Comuns

Grande momento humoristico [Homenagem muito tardia....mea culpa!] escolhido por Paulo Ferreira, do blog Câmara de Comuns.

Aproveito para elogiar este blog, pois é muito bom.
Diria até... homenagem muito tardia... mea culpa...

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Escola Secundária Jaime Moniz




Carta de um leitor do Diário de Noticias da Madeira (Terça-feira, 24 de Julho de 2008-06-25)



Favorecimentos

Por coincidência ou não, falava de injustiças e da falta de vontade que a escola me andava a transmitir quando dei com a vista numa “carta do leitor” que falava em favorecimentos existentes na Educação. Realmente, a verdade seja dita, há cada coisa espanta os pardais e pardal fiquei e ainda me sinto quando observei os resultados finais de algumas turmas do 11º ano, na Jaime Moniz, a minha escola, onde concluí que os colegas que não são da área de Desporto e que não praticam desporto profissional conseguiram resultados deveras impressionantes e máximos, superiores aos nossos. E isto verificado por ex., na turma 1 e que dá mesmo para desconfiar, não lá estivessem as filhas dos senhores importantes do PSD e os colegas das filhas, que por acaso até têm sorte, o que não quer dizer que não trabalhem, mas com máxima em todas as disciplinas, isso já fica mal, não para as meninas, mas para os país dos restantes alunos de toda a escola e para os outros, de outras escolas. Da próxima quando o prof. de Desporto favorecer a turma por causa de um, lembrem se de comunicar ao grupo da disciplina para que os critérios de avaliação não apresentem discrepâncias e favoreçam todos os outros que também querem entrar na Universidade e por Respeito a todos, não acham que favorecimentos deveriam ser explicados no parlamento regional? A continuar assim, até da nojo continuar na escola.

N.Gomes

Pois... mas estas coisas não existem... são mentira... favorecimentos? cunhas? onde?...


"Temos “turmas problema” no nosso sistema de ensino? É curioso… visto que durante muitos anos algumas escolas mantiveram a política informal de agrupar alunos consoante as suas capacidades ou o seu comportamento, já para não falar noutros critérios menos nobres que me assaltam a mente."


O problema é não ser possível provar as pequenas corrupções que se vêem no dia a dia. Pois caso,tal situação, não fosse verdade muitos mais escândalos teríamos...

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Vergonhosa situação


Através do blog Corta fitas, tomei conhecimento desta situação .


Não poderia deixar de postar aqui, pois a visibilidade deste blog é pequena, mas nestas situações, a visibilidade nunca é pouca...

Legalização da prostituição

O sexo, fonte de prazeres, desejos e ensejos, acompanha o ser humano desde os seus primórdios. Não será difícil compreender o porquê do sexo ter um papel central na vida humana. De um ponto de vista reprodutivo desempenha uma função regeneradora da nossa espécie, porém o sexo é mais do que isso. Muitas vezes foi, e continua a ser uma força motriz da acção humana, um algo que impulsiona os instintos, motiva as paixões e condiciona quereres. Dada a sua natureza, é apenas um pequeno passo, aquele que nos leva ao uso do sexo como um meio para atingir determinado fim. Despido de moralidade, o sexo não é mais do que uma acção, e assim o sendo, pode ser instrumentalizada. Sou da opinião que o acto de proporcionar sexo a outrem, com vista a obtenção de determinado beneficio, está mais enraizado na sociedade humana do que aquilo que muitos gostariam de crer. Poder-se-ia pensar que me refiro a este facto como algo intrinsecamente mau, no entanto, essa conotação perder-se-ia na realidade do que realmente é, pois no caso de o benefício ser mútuo ou meramente altruísta, não deixa de ser uma instrumentalização e passa a ganhar contornos diferentes.


Com a prostituição o objectivo é claro, não dando margem para enganos, pois em troca do sexo, obtêm-se uma “compensação” monetária. O que poderá variar são os aspectos externos ao acto, ou seja, as condições sob as quais o individuo se prostitui e/ou os condicionantes à sua liberdade de escolha. Podemos ter objecções de natureza moral quanto ao desempenho desta profissão, no entanto não podemos julgar as acções de outros mediante a nossa concepção de moralidade, até porque a moral varia de acordo com as premissas que a sustentam.
A prostituição enquanto actividade, sempre teve presença nas sociedades humanas, chegando mesmo a ser considerada sagrada com os sumérios. Por entre os gregos, a prostituição também sempre esteve presente, com impostos relativos ao exercício da profissão. As prostitutas eram classificadas numa escala que ia das “pornai” às “hetaera” – estas últimas frequentavam as reuniões dos grandes intelectuais e eram muito respeitadas. Pensa-se que estas tinham inclusivamente, influência junto da política grega da época – e regiam-se por um conjunto de regras, como por exemplo a utilização de roupas que as identificassem. O Império Romano também não era estranho à actividade, e mesmo no antigo Israel haviam prostitutas – embora a prostituição fosse proibida pela lei judaica – a prestar serviços relacionados com a sua profissão. Mais perto de nós, existem registos que demonstram a existência de prostituição no tempo dos povos Iberos.


Já na Idade Média, durante a ascensão do Cristianismo a prostituição sobrevivia, numa relação amor\ódio com os poderes instituídos, pois mesmo sendo amplamente condenada, era considerada um mal necessário. Em 1170, o nosso D. Afonso Henriques, deu inicio à repressão da actividade, com ordem de prisão às meretrizes. Desde essa altura os Reis que lhe seguiram mantiveram uma atitude repressora, com castigos ou mesmo com a pena capital. No século XVII, assiste-se à regulamentação da prostituição em Portugal, com assistência médica obrigatória, de modo a se poder evitar a propagação de doenças. Já em 1780, D. Maria I, proíbe a prática da actividade em alguns locais, sendo que em caso de não cumprimento seria imposta uma pena de prisão. Oitenta e cinco anos depois (1865), o regulamento de Braamcamp torna obrigatória a matrícula policial, sem qualquer atribuição de direitos políticos ou civis. Esta foi uma altura em que as prostitutas eram presas, humilhadas, deportadas e violentadas pelos agentes policiais. Entre a polícia sanitária e as inspecções requeridas, as prostitutas sofriam autênticos horrores. Nos finais do século XIX, surge um novo Regulamento da Polícia Sanitária que obrigava as prostitutas terem o livrete sanitário sempre consigo, sendo-lhes aplicada uma multa em caso de não cumprimento. Em 1963, Salazar e o seu Estado Novo ilegalizou a prostituição em Portugal, lei essa que foi entretanto revogada com o advento da democracia.


Desde então a prostituição tem vindo a ser ignorada pelo poder político, criando uma situação de “limbo jurídico” em relação à actividade. Poder-se-á dizer que a prostituição é descriminalizada, ou melhor, nem é carne, nem é peixe [é carxe ou peine, como preferirem…]. Isto acontece pois este é um assunto muito delicado, o que impõem custos ao grupo politico que eventualmente propuser alterações – seja em que sentido for – logo, o melhor é “não ter posição oficial sobre a matéria”, ou seja, “acobardamento político para não prejudicar muito as sondagens”… enfim…. Em alguns países a situação é a mesma que a portuguesa, porém outros países já tomaram posição acerca da matéria. De acordo com a revista do DN, Noticias Sábado: na Alemanha a prostituição é legal desde 2002; na Nova Zelândia o parlamento legalizou-a em 2003, sendo que a licença de bordel pode ser retirada a quem tenha sido condenado criminalmente ou tenha cometido delitos graves relacionados com o crime organizado; na Holanda a prostituição é legal, mas só cidadãos holandeses ou de países da Europa podem trabalhar em bordéis, e só em 2000 é que a proibição de gerir bordéis foi levantada; na Suécia em 1998 foi descriminalizada a prostituição, porém o comprador de serviços sexuais passou a ser criminalizável.
Segundo a revista supra citada, irá ser apresentada – até Setembro – à Assembleia da República uma petição que visa a legalização da prostituição e das casas de passe, cujo objectivo é obrigar o poder político a enfrentar a situação. Em Dezembro de 2007 um estudo feito pela Marktest – para o DN e para a TSF – revelou que 51% dos inquiridos – 807 entrevistas telefónicas – manifestaram-se a favor da legalização. Como devem calcular esta não é uma margem que permita só por si uma vontade política quer no sentido da legalização, quer no da criminalização.


Como deveremos nós encarar este problema? Começar pelo princípio sempre me pareceu o mais coerente. Neste caso o princípio é constatar o facto de que a prostituição existe e está para ficar. Pelo menos nos casos que eu tenho conhecimento, só não vê quem não quer… No Funchal a prostituição existe e quem quer recorrer a este “serviço”, fá-lo com a maior das facilidades, recorrendo a casas de passe ou bordéis ou estabelecimentos nocturnos recreativos. [chamem-lhes o que quiserem, eles existem] Aqui em Lisboa também não é necessário muito esforço para encontrá-los, nem será difícil recorrer à denominada “prostituição de rua” ou “street prostitution” [parece que é mais “in” usar designações em Inglês… …] dada a existência de zonas específicas para o efeito. Por entre as quais destacam-se, a zona de Monsanto [a minha faculdade é em Monsanto, portanto sei do que falo] e a zona do Parque Eduardo VII. Noutras zonas do país não conheço, mas a julgar pelos exemplos que tenho não me parece que a situação seja contrária à aqui apresentada. Já para não falar que bastava abrir alguns dos jornais que por ai existem, para na secção “Relax” de publicidade, encontrar pérolas como, “bum bum gostoso”, “oral completo” ou “Duas estudantes quentes, venha conhecer-nos”. Não sei porquê, estou em crer que “bumbum” não é um tipo de chocolate, “oral completo” não é um anúncio para candidatos de um qualquer grupo coral, e que as duas estudantes faziam mais do que dar explicações. Assim sendo, penso que qualquer que seja a posição em relação à legalização da prostituição, estamos todos de acordo quanto à necessidade de legislação e devida actuação sobre o problema, seja qual for o sentido. Manter a situação em “águas de bacalhau” será com certeza muito conveniente, mas não é a atitude mais correcta a tomar.


De acordo com Pedro Moutinho – Juventude Popular – a possibilidade da prostituição vir a ser legalizada seria “um claro retrocesso civilacional”, dado que a actividade é aleatória da dignidade humana. “Entendemos que por via da sua legalização, o Estado e a sociedade se estão a demitir das suas funções de protecção da dignidade das pessoas que se dedicam a esta actividade e a assumir que nada mais pode fazer por elas do que passar-lhes um certificado de conformidade e cobrar-lhe impostos e contribuições para a Segurança Social”.
Quanto a mim, “um claro retrocesso civilacional”, seria voltarmos aos tempos em que a vida das pessoas eram controladas, mediante falsas pretensões de moralidade, superiores ao discernimento individual. Tenho também como certo que as funções de protecção da dignidade das pessoas, por parte do Estado, implica a protecção da dignidade quando violada por forças exteriores à vontade do individuo, e não por uma qualquer imposição, que condiciona essa mesma vontade, em nome de valores que ao se assumirem superiores, tornam-se reflexos baratos da opinião individual de alguns.


Inês Fontinha, presidente da Associação O Ninho – instituição de apoio às prostitutas – “Legalizar a prostituição é conceder ao Homem um poder legitimo de comprar o sexo a outros seres humanos. Legitima-se a prostituição como um sistema de dominação pela normalização da mercantilização dos sexos e dos corpos. É necessário combater as causas da prostituição e o tráfico, senão, permitiam-nos a analogia, é como deixar de lutar contra a escravatura e o sistema esclavagista para lutar apenas contra o tráfico de escravos.”
Mediante tal argumentação, permitam-me a analogia, sinto-me como se tivesse a dizer a uma criança, que o Pai Natal não existe, pois considero que um sistema de dominação pela normalização da mercantilização dos sexos e dos corpos que denigre efectivamente os visados, é melhor servido pela não regulamentação ou mesmo ilegalização da prática. Devo também acrescentar que o poder legitimo verdadeiro, sobre a compra e venda de sexo, não é de todo aquele que deriva da lei. É antes, no verdadeiro sentido, aquele que advêm da livre anuência de quem vende e da vontade de quem compra, independentemente da opinião de seja lá quem for sobre a prática.


De acordo com a Juventude Comunista Portuguesa, a regulamentação serviria para “favorecer o negócio dos proxenetas, os únicos que lucram com a exploração sexual de quem se prostitui”. Assim, entende que a regulamentação favoreceria “todos os aspectos da indústria sexual”, na medida em que “clientes e proxenetas são transformados em parceiros comerciais e empreendedores sexuais, protegidos por lei”. “Consideramos que as mulheres, e homens também, não podem ser equiparadas a produtos comerciais e a prostituição equiparada a uma profissão\trabalho.” A regulamentação da actividade contraria “o que foi estabelecido na 93º conferência da Organização Internacional do trabalho”. Realizada em 2005, onde o trabalho foi entendido como uma actividade humana produtiva que contribui para o desenvolvimento pessoal e a integração social.
Aqui, digo simplesmente que a regulamentação – associada à necessária monitorização – favorece “todos os aspectos da indústria sexual”, o que inclui as “trabalhadoras\es do sexo”. Aliás se há alguma lição a aprender da história em relação a proibições, é que as condições de quem trabalha numa área que sucumbe à ilegalização, sofrem uma deterioração, associada a uma perda de liberdades. Dada a simplicidade do conceito, escuso-me de mencionar as razões que me levam a encarar a mulher e\ou homem que se prostituem, como prestadores de serviços e não como produtos em si. Quanto à equiparação da actividade com uma profissão\trabalho, limito-me a realçar a demasiada simplificação inerente á classificação do trabalho, como uma actividade humana produtiva que contribui para o desenvolvimento pessoal e a integração social [ainda que pessoalmente, conseguiria encaixar nesta designação, a prostituição]. Num mundo cor-de-rosa esta designação seria verdadeira, porém na realidade, muitos são os trabalhos que não contribuem para o desenvolvimento pessoal e que estão longe de contribuir para a integração social [posso garanti-lo porque já trabalhei em alguns desses trabalhos].


Faço minhas as palavras de, Jamila Madeira – eurodeputada PS – quando considera que a legalização permitiria aos seus profissionais, “deixarem de estar votados a uma situação de marginalidade e exclusão social, quer em termos de protecção social quer em termos de direitos sociais”. Que chegou a acrescentar que quem exerce uma profissão tem rendimentos e por isso “deve ter a possibilidade de poder prová-los”.
Uma legalização deste género requer uma análise cuidada da situação real, de modo a que possam suprir, quaisquer continências negativas que possam daí advir. Não pode ser feita às três pancadas, na óptica do depois vê-se, coisa que até é comum em Portugal e em particular neste governo. Seria recomendável que se usufruíssem das experiências estrangeiras nesta matéria, estudando os casos de sucesso e as dificuldades que foram surgindo. Isto, partindo do principio que se evita a tendência muito portuguesa, de pegar nos casos de sucesso, fazendo um “copy-paste” para a realidade portuguesa, deixando as especificidades nacionais ficar pelo caminho.

Fico-me com uma citação - retirada da revista NS - que pertence à petição que será entregue à Assembleia da República:
“Qualquer cidadão é livre de escolher a sua profissão ou o género de trabalho, de fazer as suas opções sexuais e de dispor do seu corpo como entender”

Nem mais...



Sobre Vales e entrevistas, no blog Portugal dos Pequeninos.




Para alguém que queira, este é um site não oficial de Vale e Azevedo, onde podemos encontrar alguma informação sobre o assunto.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Quanto mais se recebe, menos vergonha se tem...

José Salter Cid, actual vereador do PSD na Câmara de Lisboa.
Reclama um aumento da sua pensãozita - por ventura por mal conseguir comprar os medicamentos - de 17,9 mil euros por mês.

De 17 anos de ligação à PT, Salter Cid, trabalha seis. E quer um aumento de uma pensão que já é de si, inflacionadíssima.
Gostava de saber o que fez este senhor de tão dificil, de tal maneira que em seis anos ganhe o direito a esta pensão... já para não falar no aumento.
Em minha opinião, vergonha é algo que falta a este senhor, bem como a todos os outros que recebem quantidades astronómicas, e ainda reclamam...
Mesmo não reclamando... são também este tipo de senhores que vêm dizer, que as empresas estão em dificuldades e são necessários despedimentos... mas isso é outra história...
Convenhamos que alguns não "apertam o cinto" nunca, porque usam suspensórios...

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Alternativa?!?!?!?!?!



“Não há alternativa ao Tratado de Lisboa, a Europa precisa do Tratado de Lisboa” Socrates

Não há alternativa às politicas do governo.


Não há alternativa a Socrates....


Que mundo negro, este em que vivemos.


A esta foto, só falta adicionar:
"MUAHAHAHAHAHAHA......."

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Dia de jogo


Portugal vs Alemanha logo ao fim da tarde...
O PSD existe? Sei que Manuela Ferreira Leite está muito ocupada em... ...concordar com Socrates, mas...
Ataque à corrupção... como quem diz....

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Paralização... do cérebro


Depois da greve dos pescadores, vem a greve dos camionistas… bem… a paralisação dos patrões. Pensava eu que tínhamos atingido um novo alto na perda de direitos individuais, quando com os pescadores avançaram com bloqueios que ultrapassaram o admissível num Estado de Direito. Eis que vieram os camionistas provar-me errado. Um morto, atropelamentos com feridos, apedrejamentos, camiões queimados, piquetes abusivos. Uma greve, uma paralisação, não pode ser levada à lei do punho – não digo da bala, porque “ainda” lá não chegamos – Ninguém, em plena estrada, pode obrigar seja lá quem for, a parar e encostar (a não ser que este alguém tenha luzinhas azuis por cima do carro), mesmo que as palavras utilizadas sejam, “vamos convidar o camionista a se juntar à paralisação”. Chegamos inclusivamente ao ridículo de se esperar que a policia avise os piquetes, quais os camiões que transportam mercadorias prioritárias, de modo a que estes não sejam vitimas de represálias. “Policia avisar os piquetes”, disse bem. Mas avisar para quê? Têm é que deixar passar e mais nada…


E muito felizes estão os que aparecem na televisão – como se de grande coisa se pudessem orgulhar – enquanto falam de atropelos dos direitos uns dos outros. Entretanto o combustível acaba, os produtos alimentares perecíveis começam a escassear e inevitavelmente o sentimento de segurança em Portugal, já débil de si, começa a esvair-se. Não podemos confundir o direito a protestar contra aquilo que se considera errado, com o direito a fazer o que nos dá na telha. A liberdade é uma coisa muito bonita, que perde a sua beleza quando se transforma em libertinagem. A esfera de liberdade de cada um, é algo que não pode ser transposta e deve ser defendida, sob pena de perdermos, em última análise, a liberdade de que nos orgulhamos. Por muito boas que sejam as razões que levam a protestar, nunca essas razões justificam este tipo de atitudes.


Passemos agora para o “outro lado” da questão. A polícia não faz nada? Se me vierem assaltar agora, devo telefonar para a polícia ou para os camionistas? Porque pelo andar das coisas eles mandam mais. E do Governo? Silêncio… Ontem falou o Primeiro-ministro e disse nada. O Ministro das Finanças, nada tem para dizer. Mário Lino idem. Da Administração Interna, nem uma palavra. (pelo menos até às 14:00 de hoje) Ninguém quer ser o mau da fita… as eleições estão perto… não sabem o que fazer… Ou seja, o Estado de direito, não tem força (ou vontade) suficiente para se, manter…
E o que dizer da oposição? Nicles, népias, niente, nada. O que dizer de uma esquerda que se indigna tanto com “o dia da raça” e o ataque que este representa, aos valores de Abril, aos valores democráticos e não abre boca perante este cenário. Ou mesmo de uma direita que se mantêm calada. Também têm eleições, também não querem ser os maus da fita, querem que o governo se espete… pois é. O problema é que vivemos numa era de políticos de meias medidas, que pouco se interessam pelo correcto, quando posto em oposição a sondagens ou ao poder. Isto acompanhado de uma política cega, de combate ao défice e de um desleixo social que proporciona as condições ideais para uma maior revolta, quando o cinto aperta até mais não se poder…

Cavaco gosta do Salazar


"Hoje eu tenho que sublinhar, acima de tudo, a raça, o dia da raça, o dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas" Presidente da República (PR).E não é que sublinhou mesmo. Como pôde Cavaco enaltecer o antigo regime de Salazar desta forma… tão… tão… pública. [!?!?!?!?!?] Na prática, ouvimos o nosso PR dizer que era racista… e xenófobo… e antidemocrático… e antiportuguês… e pró Estado Novo, tudo na mesma afirmação. […tenho que sublinhar, o dia da raça, portanto...]


O PCP exigiu que o PR, explique aos portugueses a utilização do termo "dia da raça" para se referir ao 10 de Junho. "Uma afirmação grave".
"Trata-se de uma expressão pouco compatível com os valores de Abril e o regime democrático" [o Cavaco é antidemocrático].
"As responsabilidades que envolvem o exercício do Presidente da República recomendam um esclarecimento sobre aquilo que disse: ou se trata de um lamentável equívoco [será?] ou existe outra explicação para a utilização do termo" [o Cavaco é fascista]. Jorge Cordeiro (do PCP)



O Bloco de Esquerda exigiu que o PR, esclareça o que quis dizer ao usar a designação típica da ditadura salazarista, referindo-se ao 10 de Junho e com isto, recuperando a "terminologia racista e segregadora do Estado Novo".[…tenho que sublinhar, o dia da raça, portanto...]


"Tudo isto é paradoxal, anacrónico e faz-nos ecoar os termos de outrora [pois é!?!?!] Nesse sentido, acho que o Presidente da República deve uma explicação ao país acerca da recuperação para o dia 10 de Junho das designações de raça e de dia da raça”.
“O dia da raça foi criado na época do fascismo e trabalha com a ideia absurda de que há uma raça portuguesa [isto se reduzirmos a ideia de raça portuguesa, a termos raciais], com características que não sei quais são". […esbeltos, trabalhadores, inteligentes… menos alguém que eu cá sei] Fernando Rosas (BE)


Comunicado do Bloco de Esquerda: "É incompreensível que o mais alto representante da República veicule publicamente a pior imagética do anterior regime, [é pró Estado Novo, o gajo] insistindo na existência de um suposto atributo rácico comum à cidadania nacional que merece ser exaltado na sua superioridade" [Cavaco não gosta dos… afro-portugueses].


Abaixo Cavaco e a sua terminologia racista e segregadora. [!?!?!?, Alguém destes partidos tem demasiado tempo nas mãos]

terça-feira, 10 de junho de 2008

Portugal


Não me apetece falar em dramas exagerados de questões raciais...


Não me apetece falar em apedrejamentos, protestos e mortes...


Não me apetece falar em futebol, até porque, não se pensa noutra coisa...


Não me apetece falar na ética ou falta dela...


Não me apetece falar nos técnicos que nos governam pelo império dos dados...


Não me apetece falar em apertar o cinto, o botão ou os suspensórios...


Não me apetece falar nos chupistas que fazem o seu lucro, das desgraças de outros...


Não me apetece falar nas exageradas discrepancias de rendimentos...


Não me apetece falar na partidocracia de uma política doente...


Não me apetece falar nas contas que tenho para pagar e não consigo...


Não me apetece falar na corrupção legitima que mancha a nossa sociedade...


Não me apetece falar nas cunhas que levam perfeitos incompetentes às alturas...


Não me apetece falar nos favorecimentos de todo o tipo...


Não me apetece falar nos meus vizinhos cujo simples boa tarde, arranco à pancada...


Hoje é simplesmente mais um feriado... viva Portugal!!!!

domingo, 8 de junho de 2008

A grande prioridade do Governo


O executivo tem pressa na questão TGV, pois Sócrates tem a consciência de “que este projecto vai mudar Portugal”, "Évora ficará a 30 minutos de Lisboa e a 2h15m de Madrid, assumindo-se como uma das cidades capitais da alta velocidade, tal como Coimbra, Aveiro ou Leiria". Quanto mais teremos que esperar, para que os portugueses sejam uma prioridade para o governo? Se não é o défice, é o aeroporto ou agora o TGV. “Uma aposta estratégica”, como foi anunciado, com a vantagem de ser "uma infra-estrutura absolutamente essencial para o seu desenvolvimento, para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos e uma aposta na melhoria da economia”. Existem um conjunto de questões que deveriam ser prioritárias e que fariam mais pela melhoria da qualidade de vida dos cidadãos e da economia, mas o TGV é prioritário… Talvez quando nos aproximarmos mais das eleições, possamos ver as pessoas como prioritárias.
Sou capaz de estar a exagerar, pois não existem problemas em Portugal e todos estão felizes e contentes. Tal como Vitalino Canas disse na Sic Noticias, “é fácil juntar 200 mil pessoas” para protestar, o resto é conversa…

Os portugueses podem estar descansados


Manuel Pinho disse está dito e já estou muito mais relaxado. Bem… a Autoridade da Concorrência (AC) chegou à conclusão de que não há cartelização de preços nos combustíveis e de que não há abuso de posição dominante. Então porque estão os preços tão altos? É do “choque petrolífero”, pois os preços internacionais são, em grande parte, os culpados pelos sucessivos aumentos e nós sentimo-los logo porque aparentemente o nosso mercado funciona em “real time” ou em “tempo real” ou em “o Brent sobe, o depósito do carro esvazia”. No fundo da minha profunda ignorância sobre o assunto, fiquei com a ideia de que o “real time” funcionaria para “up” e para “down”, coisa que não se verifica quando o preço desce. No entanto, deve ser só impressão minha.


Em Portugal, a carga fiscal sobre o preço dos combustíveis é de 59,2% para a gasolina 95 e 47% para o gasóleo. Ora, em Espanha a carga fiscal não pesa tanto sobre o preço, como em terras lusitanas. Esta foi a razão, encontrada por Manuel Sebastião (presidente da AC), para a diferença de preços entre nós e nuestros hermanos, só que segundo este, “não é Portugal que tem impostos mais elevados do que Espanha, é Espanha que tem impostos mais baixos do que a Europa”. Certo é, que Espanha tem uma maior capacidade para suster uma carga fiscal mais baixa, convenhamos porém, que dizer que Espanha tem os impostos muito baixos, não é o mesmo do que dizer que os nossos não estão demasiado altos. Será que se justifica manter uma carga fiscal perto dos 60% ou perto dos 50% (gasóleo)? Descer o imposto neste caso, pode ser considerado como, o acto de tapar o sol com a peneira, com efeitos somente a curto prazo, dado que não resolve nenhum problema de fundo. Isto se considerarmos que esta carga fiscal está bem aplicada logo à partida.


Podemos encarar a descida, como a reposição – a médio-longo prazo – de uma componente fiscal mal estabelecida, cuja aplicação causará um certo alivio – bem merecido – da situação geral, a curto prazo. Seja como for, alguns dos impostos já estão a fugir para as outras bandas, a julgar pelo número de portugueses que lá se abastecem. Impostos à parte, cerca de 80% dos preços de venda ao público, é relativo ao preço à saída da refinaria. Aqui, Manuel Sebastião afirmou: “Não detectámos que existam obstáculos significativos, embora não esteja a dizer que não existem”. A referência a obstáculos significativos é engraçada, ou seja, obstáculos existem, não são é significativos… não é isto… a Galp domina a refinação e não deixa ninguém entrar… não! … as outras empresas podendo importar, não o fazem e compram à Galp, por causa do acordo oculto, que existe no mercado português de combustíveis… Epa… Já estou a apanhar a virose da especulação… Quais serão os comprimidos que as petrolíferas tomam para combater esta virose? Ou mesmo, em que medida a especulação contrária aos interesses das grandes empresas está errada, quando as mesmas especulam para aumentar os preços?




Pelo menos, com a apresentação deste relatório, ficámos a saber que não há cartelização. Reformulo. Ficámos a saber que não existem indícios de cartelização. De qualquer maneira, parece-me que ninguém estava à espera que fossem encontrados tais indícios. Encontrar provas concretas que indiciem esta prática, anda perto do impossível, mesmo se tomarmos por certo que a cartelização existe. Como diria Francisco Louçã, “a montanha pariu um rato”. Desde que o mercado dos combustíveis foi liberalizado – em 2004 – os preços dos combustíveis nos diferentes operadores têm sido praticamente os mesmos, quando comparados entre si. Só que isto não é cartelização, tem um nome novo agora… paralelismo. Segundo Manuel Sebastião, “o paralelismo resulta de uma adaptação ao mercado”, “uma vez que todos conhecem, o que os outros fazem, os operadores tendem a adoptar um paralelismo de comportamento”. Quanto a mim, parece-me que o paralelismo resulta, de uma concertação de preços, que aliada a um aproveitamento indevido, quer da situação do mercado global dos combustíveis, quer da importância que o produto negociado tem, para a vida das pessoas, traduz-se na desastrosa situação que vivemos hoje em dia.


Uma partilha do mercado é o que se passa. Um sobe, sobem todos, é uma festa ou como se costuma chamar, é uma concertação em “real time”. Pouco me importa se esta está sendo feita em conjunto ou se trata simplesmente de uma tendência de aproveitamento extremo, por parte de cada um dos operadores envolvidos, o denominado “chupismo”. Não deixa de ser um grave problema e algo que não pode ser admitido. Longe de mim querer vilipendiar a Galp, BP, Repsol, etc., mas os lucros que têm vindo a ser conseguidos por causa deste aproveitamento são completamente imorais. Note-se que a prática de cartelização não é algo quer esteja completamente fora de questão quando falamos nestas empresas. Bruxelas aplicou uma multa de 183 milhões de euros a cinco empresas – Galp, BP, Repsol, Cepsa e Nynas – por concertação de preços no mercado do betume em Espanha. Durante 12 anos foram enganados, contribuintes, autoridades e consumidores. A BP foi a primeira a avançar com informações relativas à prática de cartelização, beneficiando assim do estatuto de clemência. Já a Galp contestou a decisão, pois admite ter tido conhecimento do cartel em 1994, mas nunca participou nele … pois…


E então o que é que o governo vai fazer em relação ao problema dos combustíveis? Bem… vai fiscalizar a estrutura de custos e proveitos da petrolífera portuguesa, no transporte e armazenagem. Folgo muito em saber que o nosso atento governo só agora é que se propõe a fiscalizar seja lá o que for. Mas não fica por aqui. Vamos ter a instalação de painéis com informação de preços a dois quilómetros de cada posto e, será criado um observatório de preços on-line. Estas medidas de fundo para além de “perfeitamente atempadas”, enquadram-se na ideia de nada fazer em tempo real ou “real time nothingness”. Já o PCP, anunciou que vai apresentar uma iniciativa legislativa, exigindo que seja utilizada a golden share na Galp para redistribuir os lucros especulativos da empresa. Por mim, gosto da solução italiana da “taxa Robin dos Bosques”. Um novo imposto sobre os lucros das companhias petrolíferas, destinado a ajudar as populações mais desfavorecidas a suportar o agravamento da inflação.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Militantes ou autómatos?


Qual deverá ser o peso do factor partido, na orientação de voto? Quando é que o partido passa de um mobilizador de vontades politicas, para um condicionador da vontade de voto? Assistimos recentemente ao “drama político” que foi criado à volta da participação de Manuel Alegre no encontro da esquerda, com Vitalino Canas a afirmar que, "a participação de militantes do PS em eventos do Bloco de Esquerda não nos parece aconselhável, embora o PS seja um partido livre e que convive bem com a divergência." Se recuarmos um pouco mais no tempo, lembrar-se-ão da entrevista de Manuela Ferreira Leite, durante o período de disputa eleitoral no PSD, em que não ficou esclarecido se teria ou não votado em Santana nas legislativas. O próprio Santana considerou que essa foi, “uma declaração que ultrapassa os limites do razoável e portanto, inaceitável". Nuno Delerue mostrou-se "estupefacto com a afirmação da dra. Manuela Ferreira Leite de não assumir, com clareza e naturalidade, que votou PSD no combate duríssimo que o partido travou contra o eng. Sócrates em 2005". Chegou a ir mais longe, com o seu entendimento sobre os deveres dos militantes: "Porque, sobretudo para militantes com especiais responsabilidades, o amor ao PSD não pode ser circunstancial, dependendo de quem exerce o poder em cada momento".

Esta questão não se circunscreve aos militantes de relevo de cada partido, pois é também no eleitor comum que se encontra a ideia de fidelidade partidária, no sentido de voto. È certo que hoje em dia, o voto orienta-se cada vez menos por este tipo de obrigatoriedade, no entanto este é um factor que poder-se-á ter em conta, especialmente quando falamos de militantes. Enquanto jovenzinho, habituei-me a ouvir, “voto no PSD porque sou do PSD”, ou simplesmente um tão natural, “porque sim” (PSD porque sou madeirense). A identidade partidária pode ser e é em alguns casos, o factor primordial na orientação do sentido de voto, que dependendo do seu grau de intensidade no indivíduo, poderá afectar também aqueles que o rodeiam. Não é de todo pouco comum, encontrar “famílias do PSD”, do PS e por ai fora. De certa maneira, a tendência política é também transmitida às futuras gerações, ou não fosse a família o primeiro agente de socialização.

O voto de um militante é um dado adquirido, independentemente da liderança partidária, bem como o voto dos aderentes ou o dos simpatizantes (Duverger). Este é, por via de regra, um tipo de eleitorado que se mantêm afecto a um determinado partido. Já conheci muitas pessoas que militantes ou aderentes, que falam na fidelidade de voto como um dever. Admito que sempre tive dificuldades em compreender esse fenómeno, ainda para mais quando se deixa que essa fidelidade partidária condicione a escolha dentro do mesmo partido. Considere-se as últimas presidenciais, com Manuel Alegre e Mário pela terceira vez (mp3), na corrida. Quantos militantes/aderentes do PS, querendo votar Alegre, votaram mp3? Quantos não sei, mas alguns certamente e nesse caso o voto foi condicionado por esta fidelidade. Custa-me perceber, quais os benefícios de um exercício de voto condicionado a uma fidelidade, que se presume ser ideológica na sua raiz. O livre exercício de voto é algo muito caro à democracia e não o é em vão.




Tome-se agora o exemplo das legislativas. Os militantes/aderentes do PS, que por ventura se sintam defraudados – sabe-se lá Deus porquê – pela sua fidelidade socialista, terão o dever de manter a fidelidade só porque é PS? Porquê? Para a direita não ganhar? Deverão pensar fazer parte de uma nova maioria absoluta… porque sim? Mesmo sentindo-se defraudados, deverão fazer parte de uma maioria relativa… porque sim? Não deveria ser absurdo um militante votar num outro partido ou não votar em nenhum, por não se identificar com a orientação que o seu está a tomar. Reduzir o voto à retórica ideológica é muito bonito na teoria, porém na prática não produz efeitos positivos. Na prática, a direita e a esquerda esbatem-se perante a realidade das coisas, dado que nem uma, nem outra são intrinsecamente más, nem uma, nem outra estão desprovidas de razão; são sim duas faces da percepção colectiva da realidade, tal como esta se lhe apresenta, logo governar à direita sem ir depenicar à esquerda e vice-versa, não será, quanto a mim uma boa politica para qualquer das partes. Como se não bastasse, estamos a falar do PS e PSD, com todas as suas diferenças abissais.

É preciso ter-se algum cuidado de modo a que se consiga impedir que as razões que tiveram origem na escolha de um partido, não se transformem em “palas de burros”, cujo objectivo é limitar a visão (neste caso política). Parece-me que ao levar o voto ao estatuto de dever, para além do indivíduo, estamos também a limitar – teoricamente – o potencial do partido em gerar orientações diferenciadas, que pela sua natureza possam agradar a uns e não a outros. Em última análise este factor pode até limitar uma democracia. No caso das autarquias temos que ter em consideração o maior peso do elemento candidato. Penso que quando o candidato(a) tem mais relevo, a questão do posicionamento ideológico perde importância. A imagem que transmite e aquilo que se espera da pessoa em si, ganha contornos mais terra a terra, não se compadecendo com direitas ou esquerdas. É obvio que a ligação à pessoa traz consigo uma certa afectividade ao partido. A titulo de exemplo, com ou sem Alberto João Jardim o PSD, por enquanto, ganha na Madeira, salvo algum cataclismo que possa vir a acontecer, como… … a ilha afundar.


De volta aos notáveis, lidamos agora com um novo elemento, que ultrapassa a mera condição de militante. Neste caso, importa a sua influência como formadores de opinião. Compreenda-se que este é sem dúvida mais um elemento, mas que deve ser tido em conta pelo próprio e não pelo partido. Assim, deverá ser o próprio a considerar as consequências das suas atitudes e afirmações. No caso de Alegre, partindo do principio que este é uma pessoa ponderada e assim o sendo, considerou as possíveis consequências dos seus actos, Vitalino Canas escusava-se de dizer o que parece ou que deixa de parecer aconselhável ao PS, até porque para “um partido livre e que convive bem com a divergência", o alarido foi grande. Podemos até servir no mesmo prato, Mário Lino e Mário Soares. Não será com certeza um governo socialista que virá dizer que Mário Soares está alheio da realidade portuguesa, muito menos pela mão de Mário “Deserto” Lino. Calculo que incomode muito a Sócrates falar na união da esquerda ou na pobreza, especialmente quando lhe está associada, a luta contra o stress social que tem vindo a ser imposto, produto de anos de desalento, de “tecnicismos” e de domínio do financeiro sobre a política. Se isto não vos convencer, aceitem que em termos de PS, tanto Alegre, como Soares dão cartas a qualquer membro do actual governo.




Já no caso de Manuela Ferreira Leite, temos ainda que ter em conta as circunstâncias, ou seja, a corrida eleitoral à presidência do PSD. O problema não se chegou a por, pois a candidata disse que tinha votado PSD, mas imaginemos que Manuela Ferreira Leite não votou em Santana (seja isso realidade ou não). No que toca à fidelidade partidária, reafirmo o que disse mais acima, acrescentando que nunca o “amor ao PSD” deverá ser maior do que o amor a Portugal, porque o voto deve traduzir-se na expressão de qual se pensa ser o melhor caminho para Portugal e não para o PSD. Por muito que Nuno Delerue se mostre estupefacto. Ao contrário do que se possa pensar, o facto de se tratar de uma candidata à presidência do partido, em nada altera o não poder existir um “dever supremo” de voto. Desta situação meramente hipotética, retiraria desde logo três pressupostos: o de que a candidata tem em mente um caminho muito claro para o partido e para o país; o de que a sua visão política ultrapassa as barreiras conceptuais do partido; o de que essa atitude mostra determinação nas suas convicções. Por isso, inconcebível, seria provavelmente a última palavra que utilizaria para descrever este tipo de atitude. Inconcebível seria sim, votar em algo em que não se acredita, por mero imperativo partidário.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Alegre


O PS não vai abrir nenhum processo contra Manuel Alegre. È muita consideração... tão queridos que eles são.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Noticia de última hora


O Estado vai passar a ser contactado regularmente, por telefone ou por e-mail, pelos funcionários das empresas com quem tem dívidas, com a finalidade de finalmente pagar o que deve.
A acção de pressão e sensibilização que está já a ser exercida, foi confirmada ao Politikae pelo porta-voz de uma destas empresas. Esta acção foi classificada por este, como "um importante instrumento de pedagogia do cumprimento das obrigações e de regularização das situações de incumprimento e insere-se numa filosofia de interacção e de diálogo".

terça-feira, 3 de junho de 2008

POLITICÓMETRO


Nas minhas andanças pelos blogs, encontrei no Tomar Partido o Politicómetro, que serve para revelar a nossa identidade política. Quem tiver dúvida, lá encontra a resposta.

Já agora, aparentemente sou um liberal de esquerda... engraçado!

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Força Selecção ou qualquer coisa do género


Já estou farto da selecção e o europeu ainda nem começou. Não me levem a mal, quero que Portugal ganhe o Europeu. Estarei a ver os jogos agarrado ao cachecol ou à bandeira, com a cervejinha na mão, a berrar quando Portugal marcar os 5-0 na final do campeonato (ou assim o espero), mas alto lá com os exageros. O verdadeiro apogeu foi sem dúvida neste domingo com a RTP, a TVI e a SIC em directo durante a tarde toda por causa da saída da selecção. Gostaria de relevar grandes momentos televisivos, como o de mostrar o exacto lugar onde o autocarro vai parar no aeroporto ou quando mostraram as malas dos jogadores no porta bagagens do autocarro… ah!!! Também adorei saber como é que os nossos jogadores guardam as suas coisas dentro do avião Esperança… fantástico!


No sábado, durante as eleições do PSD nem uma palavra sobre o assunto. No “directo” que a SIC fez, aquando do discurso de vitória de Manuela Ferreira Leite, para além da emissão ter sido iniciada no preciso momento em que tinha inicio o discurso – com a jornalista a atropelar as palavras da líder do partido – o “directo” foi cortado a meio do discurso, com algumas informações “importantíssimas” por parte da jornalista e um retorno ao estúdio, porém, pelo menos no domingo, consegui ver bem os jogadores a entrar no seu autocarro e o Scolari a bater palmas. Hoje mesmo, continuou a beleza de domingo. Só consegui apanhar uma entrevista feita ao piloto que levou os jogadores e só posso imaginar que outras belas entrevistas perdi, como por exemplo, ao porteiro do hotel.


Não me posso esquecer que o nosso Presidente recebeu a selecção de futebol antes da ida para a Suiça. Muito bom… Para quê? Não sei bem. Deve ser uma questão de apoio institucional. Apoio ao Presidente claro está, pois cá, apoio à selecção é o que não falta. Questiono-me quantas pessoas sabiam o nome de todos os jogadores, não sabendo o nome do Presidente. Exagero? Talvez… mas não impossível… No entanto foi bonito, os jogadores a serem apresentados um a um, sendo que alguns estavam bem descontraídos que nem seres ruminantes, a mascar a sua pastilhita. Momentos ternos…
Gosto de ver as bandeirinhas e o pessoal a gritar “Portugal… Portugal”, só é pena que isso só acontece quando há futebol envolvido. Existem um conjunto de desportos em que Portugal consegue melhores resultados do que no futebol e sobre isso nem um pio. E não será com certeza só no desporto que o orgulho de ser português deve vir ao de cima. Por isso, Força selecção e Força Portugal… sempre!

Peixeirada

Os pescadores protestam… terão as suas razões para fazê-lo, sejam elas o preço do peixe, o aumento do preço dos combustíveis ou até a pouca ajuda que o Estado lhes proporciona… certo… Mas nada justifica a pouca vergonha que assisti na televisão. Nada justifica a testosterona ao rubro, enquanto são pontapeadas caixas de peixe, venham elas de Espanha, Marrocos ou Marte (e não lá não há peixe, pelo menos que se saiba). Quanto a mim, nem mesmo a mera ideia de barricadas e revistas a carros são legítimas. Protestem, lutem pelo que acham certo, denunciem, mas não sejam protagonistas de tristes espectáculos. O direito à greve é uma característica fundamental de uma boa democracia, porém isso não deve ser confundido com o direito de fazer o que lhes dá na real gana. O exercer um direito, quando não se tem a noção dos deveres, é uma atitude vazia de conteúdo. Até porque, no dia em que a revolta servir de desculpa para partir tudo, pouco ficará de pé em Portugal.
Triste dia para o protesto dos pescadores.....