quinta-feira, 31 de julho de 2008
A intervenção dramática
TAP e a conversa de sempre
MEP
Abaixo o mamanso das petrolíferas
Are you fucking my cat?
quarta-feira, 30 de julho de 2008
MMS na onda Robin
Porém podemos por a questão de várias maneiras. Não será verdade que uma maior porção de sacrifício, sobre aquele que mais rendimentos aufere, equivale a um menor impacto sobre a sua vida, do que a que teria na vida daquele que apresenta menores rendimentos, com uma porção de sacrifício menor. A ideia é simples, como o indivíduo X recebe 5000 euros por mês e o indivíduo Y recebe 500 euros por mês, se aplicarmos a mesma percentagem de “sacrifício” a ambos, o impacto real nas suas vidas será completamente diferente. Se pusermos este sacrifício nos 10%, isso significará que o X passa a receber 4500 euros e o Y 450 euros, assim sendo, não será necessário fazer o desenho e apontar que o mesmo sacrifício acaba por significar esforços completamente diferentes. Logo aqueles que mais recebem deverão receber o maior sacrifício directamente, à luz da sua estabilidade, indirectamente.
Gosto de ler como o fiz no DN que, “para além das remunerações base e complementares, os gestores públicos beneficiaram de 4,5 milhões de euros outras regalias e compensações”. A questão do X e do Y lá de cima está a ficar mais pertinente, não está? Uns dizem que a remuneração base da gestão das empresas públicas revelam uma subida (30%), em relação a 2006. O Governo, por sua vez, diz que os dados de 2006 e 2007 não são comparáveis, mas lá admitem que o número de gestores subiu com os administradores não executivos. Acontece que “o Ministério das Finanças reconhece que as empresas do Estado tem agora mais administradores que no passado, embora sejam não executivos e com salários menos altos”… Sim, é exactamente o que as empresas públicas precisam… mais gestores… afinal, quantidade é qualidade…
Eu traduzo: Não podem uns apertar os cintos, enquanto outros usam suspensórios.
terça-feira, 29 de julho de 2008
Quem diria
Já cá me pesava na cabeça
O comando marítimo do sul decidiu proibir as massagens nas praias algarvias.
“Toda a gente sabe como começa uma massagem e ninguém sabe como ela acaba“
Comandante da zona marítima do Sul, Reis Águas.
Foi reposta a normalidade.
Obrigado, Comando Marítimo do Sul
Disse
José Socrates
"O governo também"
Miguel Ferreira
segunda-feira, 28 de julho de 2008
Tirem a mão do meu bolso
Chupistas não são só aqueles que recebem o rendimento minimo e compram plasmas...
Forma de ser
John Kennedy
O Portas tá lá...
Muito bem…
Na mesma intervenção Portas falou também no investimento da Embraer em Portugal. Aquele investimento que da maneira que falam parece que vai salvar a nação…adiante. Querendo também molhar a sua colher nesse café, Portas lembrou que o início da colaboração estratégica com a referida empresa aconteceu em 2004, afirmando que sentia orgulho em ter tomado essa posição quando foi Ministro da Defesa…
Muito bem…
Já que estamos com o espírito de investigar e de nos lembrarmos do Ministro da Defesa, Paulo Portas, sugiro que se investigue também:
- A retirada de Portugal do consórcio europeu que estava a desenvolver o avião A400M;
- A aquisição dos submarinos;
- A frota de helicópteros EH-101;
- As 62.000 fotocópias de documentos classificados, feitas por “alguém”…
Boa investigação…
Simplex ou complex????
Não sei se o tema deste post será o mais adequado….ou se o melhor teria sido “Uma aventura nas instalações dos registos civis na Beira Interior”….
O programa simplex, supostamente, pressupõe tal como o nome indica uma maior simplicidade do dito sistema. Mas como em todas as reformas há factos que nunca são tidos em conta e neste caso em particular não foram tidos em conta factos como sendo: a formação dos funcionários ou as condições em que trabalham.
Em pleno séc.XXI, existe, pelo menos, uma cidadã portuguesa que aguarda há 4 meses pelo seu cartão de cidadão ou seja há 4 meses que não tem um documento oficial que a identifique. Sim, porque o papel que dão quando pedimos o bilhete de identidade ou neste caso o cartão de cidadão não serve para rigorosamente nada! Essa mesma cidadã por ter que tirar o passaporte vê-se impossibilitada do fazer pois o tal papelinho não serve. Foi informada que poderia tirar um bilhete de identidade provisório contudo teria que justificar este pedido. Mas que tipo de justificação é que será pedida??? Pois, e aqui é que “a porca torce o rabo”….A justificação pedida é, neste caso e por se tratar de um pedido de passaporte, um comprovativo da reserva da agência de viagens. Espectacular! Como se para viajar necessitássemos de fazer uma reserva antecipada o suficiente para dar tempo de pedir o BI provisório e tirar o passaporte. Já nem podemos aproveitar as promoções de última hora oferecidas pelas agências de viagens.
A cidadã em questão dirige-se ao registo civil da Covilhã e lá informam que deverá dirigir-se a Castelo Branco (registo civil central) para que o processo seja resolvido com mais rapidez. Ao chegar a Castelo Branco é-lhe pedida a tal justificação da agência de viagens e é-lhe entregue um impresso para que possa redigir o motivo pelo qual quer fazer o pedido do BI provisório. Obviamente que não foi apresentado qualquer justificativo da agência de viagens e o texto redigido teria que ser aprovado pela Doutora, ou seja, alguém com um curso superior, suponho eu… Ao outro dia e após mais uma viagem Covilhã/Castelo Branco foi-lhe dado o BI provisório para assim poder fazer o pedido de passaporte.
Resumindo e concluindo, após o tempo perdido no registo civil da Covilhã e Castelo Branco, e de ter feito aproximadamente 200 km de viagem a cidadã em questão consegue fazer o pedido de passaporte para poder sair deste país em que vivemos. Isto sem contar com as condições físicas das instalações e com a (falta de) formação dos funcionários por quem foi atendida.
sexta-feira, 25 de julho de 2008
O Jumento
Por isso, em relação a este assunto quero só dizer...
quinta-feira, 24 de julho de 2008
Ich bin ein berliner
Bruxelas foi posta de parte, mas a surpresa é nenhuma, dado que a bandeirinha da UE não dá votos nos EUA. A ver vamos, se estas voltitas melhoram a faceta "política externa" de Obama.
Kennedy... perdão... Obama para a Casa Branca... pena foi a localização... paciência.
Bonito será ver [caso ganhe] o prazo maravilha para a retirada de tropas do Iraque a ser cumprido.
quarta-feira, 23 de julho de 2008
Politicamente correcto
terça-feira, 22 de julho de 2008
Quinta da Fonte e os apoios
Foi a minha irmã mais nova que me chamou a atenção para o que eu escrevi no último post sobre a Quinta da Fonte. De facto o que eu escrevi pode ser mal entendido por falta de explicação melhor, dado que deixado como está, esse post é uma generalização abusiva da realidade. Não queria de maneira alguma dar a entender que toda a população que lá vive possui os tais plasmas e playstations, nem queria implicar toda a população de etnia cigana nesse grupo de “abusadores”. Com o meu post pretendia sim chamar a atenção para alguns aspectos que são deixados de lado, pois aparecem junto de aspectos mais perturbadores, que pela sua natureza desviam a atenção de quem os observa. Com o drama que se desenrola nesse bairro é fácil deixar escapar situações que parecem à primeira vista normais. Refiro o exemplo de uma equipa de reportagem que mostrou a situação desesperante [admito-o], de uma família que viu a sua casa vandalizada e os seus bens roubados. Num bairro social, não parecerá estranho que uma família tenha [se a memória não me falha] um plasma, dois leitores de DVD [o que pressupõe uma segunda televisão], playstation para os filhos [que não é exactamente barata e pressupõe também os dispendiosos jogos], isto para além de outros bens, esses sim essenciais, como máquina de lavar roupa, frigorifico, etc. O que se passa com este cenário? Abuso dos apoios que lhes são proporcionados ou apoio concedido indevidamente, é das respostas mais óbvias.
Engana-se porém aquele que pensa que este problema se resume aos ciganos, aos negros, aos brancos ou aos cor-de-rosa com bolinhas amarelas. Menos ainda aqueles que acham que são as classes mais baixas as únicas que prevaricam. Não precisei de sair mais longe do que a denominada classe média para encontrar bolsas atribuídas a pessoas que delas não precisavam. A não ser que se considere um carro próprio, relógios caríssimos e por ai em diante, bens de primeira, segunda, ou mesmo terceira necessidade. Digo também: Com factura é um preço, sem factura é mais barato… quem nunca ouviu esta pérola? E o que dizer das fugas de impostos milionárias que “não” acontecem todos os anos? O que falar das derrapagens bilionárias nas obras públicas que alguns metem no bolso? Como explicar as cunhas e corrupçõezinhas que “não” acontecem todos os dias? De que maneira podemos encarar os enormes ordenados [e reformas] de gestores e altos titulares de cargos públicos? É com leveza de espírito que se burla tudo e todos, deste que estas burlas estejam justificadas, desde que se consigam olhar ao espelho ao acordar de manhã. Que justificação? O egoísmo, encoberto por uma nuvem de explicações e explicaçõezinhas. Muito facilmente as pessoas enganam-se a si mesmo quase com a mesma facilidade que se apressam em julgar outros. Até nas coisas mais pequenas. Muitas vezes ouvi pessoas a dizerem, o empregado(a) enganou-se no troco… mais fica… ou poderia até falar das empresas que se aproveitam de situações em nome do lucro. Ladrões? Claro que sim. No entanto, perde-se o significado negativos das acções quando trazidos à luz da realidade mais mundana. Justificações existem aos pontapés, porém a realidade… essa é só uma.
Mediante este cenário é difícil dizer quem é mais chupista. Voltando aos apoios. Estará o problema na atribuição desses apoios? Nem por sombras. O que poderá justificar que pague o justo pelo pecador? Nada. Muitas são as ideias que tenho sobre como melhorar o sistema, porém não será agora que as partilharei. Mantenho-me por enquanto pelo simples, mais apoios [não necessariamente monetários] e controlo mais eficiente. Só quero acrescentar a isto, que “no mundo dos espertos” em que muitos vivem, impera a burrice e a incerteza. Nesta linha, aqueles que pensam beneficiar da sua esperteza, estão a ficar privados das riquezas que poderiam advir da sua própria inteligência.
Fala-se muito de racismo acerca da Quinta da Fonte, no entanto, olho para a situação e das últimas coisas que me ocorre como causadoras, são os problemas étnicos ou raciais. Ou como põe o PNR, “(…)os portugueses podem ver com os seus olhos o que são os tão apregoados “benefícios” da imigração.” [curem-se, porque essa virose é perigosa… o nome cientifico é acefalia congénita…] Certo é que seria mais fácil simplificar o problema e atribuir as causas a tais diferenças, porém no cerne da questão estão tensões sociais, produto de anos seguidos de politicas sociais erradas [a França que o diga]. Os portugueses que lá vivem não são nenhuns anjos, mas para quem ainda acredita em anjos, devo dizer que o pai natal não existe. É muito fácil pegar na “bosta social” e aglomera-los longe da vista, auto-regozijando pelo caminho, com o bom coração de quem dá subsídios e habitação quase de borla. O problema é que a bosta social está nos políticos e responsáveis que pensam que é assim se resolve este problema. Não podemos nos esquecer que estamos a falar de um bairro de uma grande dimensão, que regista uma sobrelotação dos alojamentos. É muito bonito e fácil isolar populações, mas é estúpido pensar que isso não trará consequências negativas. Ao invés de jogar dinheiro ao problema, dever-se-ia jogar integração social, incentivos à educação, acções de formação, criação de um espírito saudável de comunidade, e não estar à espera que uma sociedade civil [já fraca de si] consiga fazê-lo por si só.
Agora sim apresento uma solução para o problema. Se os responsáveis e políticos forem obrigados a ir viver para a Quinta da Fonte, não tenho a mínima dúvida que em questão de meses [senão semanas] haveria mais policiamento, melhores acessibilidades, uma melhoria das condições de vida, mais qualidade nas infra-estruturas de apoio, sendo que a vantagem para os políticos que o fizessem, seria uma espécie de formação intensiva sobre a realidade do país [o que se recomenda a muitos, para não andarem por ai a falar, de pança cheia] …
Aos pedantes
"Mesmo no mais alto trono do mundo estamos sempre sentados sobre o nosso rabo."
Michel de Montaigne
Bem vinda
Fico à espera do seu "post estreia".
segunda-feira, 21 de julho de 2008
Quinta da Fonte
Bairro social, apoios sociais, confrontos étnicos e roubos.
Não vivo num bairro social e não recebo quaisquer apoios do Estado. Mesmo assim se me vierem roubar a casa não encontrarão armas, plasmas, dvds, playstations, nem nada que se lhe valhe.
Quanto mais podem levar a televisão rabeta que tenho [que apanha os canais nacionais a partir de uma antena] ou o meu computador portatil [um dos poucos luxos que tenho].
Tenho muita pena pelos dramas que se vive naquelas zonas, mas Plasmas?!?!?!? Playstations?!?!?! Poupem-me... ou melhor ainda... poupem o contribuinte...
Sobre o Ensino Superior (3)
Supúnhamos que o aluno considera que foi mal cotado. O que fazer? Pedir a reapreciação do exame seria o mais coerente. Supúnhamos que o aluno em questão consegue ultrapassar o medo de contrapor o julgamento inicial do professor [correndo o risco de ficar “marcado”]. Quando cheguei à faculdade a reapreciação de exame era um misto de mito e medo fantástico. Simplesmente não existia… De onde vem este medo? Por entre alunos que não querem agitar as águas e professores que no alto do seu poleiro se julgam infalíveis, é difícil apontar as origens, a não ser inserindo-o num contexto de circunstâncias. Mesmo assim cheguei a pedir reapreciação de exames, o que se provou uma tarefa difícil. Ninguém sabia bem o que fazer. Na secretaria reinava a incredulidade. “Como assim reapreciação?” [Perguntaram-me] O cumulo foi quando me questionaram sobre se o professor tinha autorizado a reapreciação. Autorizado? Mas, em que mundo paralelo me encontro agora? [Pensei eu] Podia escrever mais uns quantos parágrafos a contar as peripécias ridículas que passei eu e alguns colegas mais “rebeldes”, porém o importante é que um regime contencioso interno de reclamação de notas que funcione é essencial para a boa saúde do ensino superior e para a sanidade dos alunos.
Já com Bolonha espera-se que se resolvam muitos dos problemas que mencionei anteriormente. Será? Parece-me que pegar nos mesmos cursos e talhá-los de modo a que se encaixem nos critérios bolonheses não fará maravilhas. Se não alterarmos o espírito que rodeia o sistema, podem chamar a si as reformas que quiserem, pois o “mal” prevalecerá. No ISCSP por exemplo, a balbúrdia que se registou nesta “mudança”, reflecte bem o mau augúrio. Quem do modelo antigo, está agora a fazer mestrado [em Ciência Política], sofre ainda na pele as repercussões do trabalho apressado, mudança caótica, falta de competência e fraca preparação, por parte de quem de direito. O problema nisto tudo é que os senhores doutores vão continuar a ser pagos, o ISCSP manter-se-á de pé, os alunos é que se lixam…
Sobre o Ensino Superior (2)
O exemplo dos “professores” que dão o nome às cadeiras e nem lá põem os pés, deve-se à existência de um poder discricionário indevido e pouco regulado, bem como a uma mentalidade de cerco, conservadora e auxiliada por uma rede de relações fechada e centrifuga. Mediante esta realidade poucos são os exemplos de inovações e de desenvolvimento concreto. Há coisas que são aceites simplesmente porque sim [aceites mesmo pelos alunos]. Dou o exemplo das produções dos nossos professores. Cada um tem um livrinho para que os alunos possam comprar de modo a que possam passar nas cadeiras [uma tese de doutoramento, de mestrado, etc.]. O que tem de mal? Em principio nada, não fosse esta uma maneira de condicionar a investigação e o conhecimento. Do ponto de vista do conhecimento, na medida em que ficamos condicionados a uma forma de ver as coisas [em ciências sociais e políticas é critico] e na investigação, pois esta torna-se balizada pelo seu objectivo último [que é vender aos alunos]. Numa das minhas cadeiras tive um professor que nos quis vender uma sebenta [essencial para passar a cadeira, segundo ele] de sua autoria, por 60 euros, que só estava à venda numa determinada livraria. Claro está que o Sr. professor teve o cuidado de nos advertir para o facto que fotocopiá-la era ilegal e que ele não iria admitir, caso encontrasse alguma cópia. Informação importante pois assim ele não receberia a sua percentagem [não se devia vender muito bem]. É de se notar que nesta cadeira não eram proporcionados slides ou outro material de apoio.
Felizmente para os discentes, esta tendência para a falta de materiais de apoio está a ser reduzida, no entanto persiste ainda a mentalidade do decora, decora, decora… põe, põe, põe… No sistema de ensino em que me insiro, a capacidade de memorização é incentivada e cultivada, mais do que qualquer outra, em detrimento da racionalização e operacionalização de conceitos. Erradamente pensei que me livrava disso no secundário, porém, fui outra vez embebido pela concepção de que não interessa como se usa o conhecimento, o que interessa é a quantidade de ideias que se consegue atafulhar lá para dentro. Tive algumas [muitas] cadeiras onde o importante era cuspir para o exame ipsis verbis aquilo que estava escrito nos livros. Estou a exagerar? Gostaria eu que estivesse. Simplesmente gravar as coisas na memória não nos prepara para o futuro. Você não sabe de cor os 20 items de cada um dos autores A, B, C, D, E, Y e Z., ou os 15 pontos da teoria geostacionária do não sei das quantas? BAHHHHH! Dos melhores exames que já tive [na minha opinião] foram os de consulta, onde os professores organizaram o exame de maneira a que com a informação disponível, pudéssemos providenciar explicações e interrelacionar os conceitos. Para minha surpresa foram estes mesmos [poucos] exames que causaram mais reclamações por parte dos alunos. Faltava-lhes o “guião”… Uma coisa é decorar, outra completamente diferente é compreender. Já para não falar que estes exames são mais difíceis de fazer e corrigir. O aluno não foi feito para pensar, preferimos criar um bando de copistas…
Voltando aos mestrados e doutoramentos, é de conhecimento geral que um dos piores pecados que se pode cometer é fazer uma tese sem que se mencionem nomes e trabalhos dos Iluminati da casa [um autentico sacrilégio, diria eu]. À boca pequena diz-se que convêm fazê-lo. Acontece que as pessoas têm medo de fazer uma tese sem uma referência destas, o que mostra bem o estado controlador da componente investigação. Ainda sobre o tema, já algumas vezes ouvi [nunca aconteceu comigo] falar sobre o aproveitamento da posição de autoridade de professor, para fazer com que os alunos façam as partes mais chatas das suas teses [não foi no ISCSP]. A título de exemplo conheço um caso em que um determinado professor, por não entender muito de inglês, faz com que os alunos traduzam os artigos científicos, como trabalho para casa. Vá lá que os temas dos artigos servem para as cadeiras, não obstante, esta é uma falta de consideração pelos alunos e um claro abuso da condição de professor. Conheço um outro caso em que foram entregues inquéritos aos alunos, para que estes os fizessem e distribuíssem, sob o pretexto de discutirem posteriormente as implicações dos resultados obtidos. A cereja no topo do bolo é que neste caso o professor nem se deu ao trabalho de “discutir os resultados” na aula. Não deve ter tido tempo…
Sobre o Ensino Superior (1)
Nas universidades públicas até pagamos muito pouco, isto em comparação com o ensino privado, onde em casos por mim conhecidos paga-se bem, em tudo. Conheço um caso numa privada, onde para além do balúrdio mensal, paga-se o que se faz e o que não se faz, surpreendendo-me que não se pague para usar a casa de banho. Não obstante, mil euros não deixa de ser considerável tendo em conta a natureza pública do ensino que frequento. É possível que o modelo de gestão das universidades esteja desgastado e pouco adaptado às novas realidades. Parece-me pouco coerente que as reitorias tenham sob a sua alçada muitos dos aspectos de gestão das faculdades, o que exemplifica a típica tendência para a concentração de poderes. Penso que seria benéfico um modelo de gestão autónomo das faculdades pois este permitiria uma melhor adequação da gestão sobre aquilo que se pretende gerir, sem que fosse necessário para isso interferir no controlo a nível de universidade sobre a vertente curricular. Acusar os reitores de má gestão pode ser precipitado, especialmente se o problema se encontra no sistema em si. Se juntarmos a esta azafama a redução dos dinheiros públicos, a situação tenderá necessariamente a piorar, reflectindo-se indirectamente na qualidade do ensino.
No meu caso concreto não sinto que compense pagar o máximo exigido de propinas. Temos no ISCSP muito boas instalações, é verdade. Mas as instalações não são tudo. Temos duas salas de computadores [alguns da idade da pedra], uma delas com duas impressoras para imprimir trabalhos à borla [pagamos as folhas]. O acesso à Internet é gratuito [isto se conseguirmos arranjar lugar], o que inclui wireless [que nunca consegui pôr a funcionar no meu computador]. Mesmo algumas das coisas que a faculdade proporciona bem são mal aproveitadas. A título de exemplo foi necessário chegar ao quarto ano e por minha iniciativa perguntar, para saber que na minha biblioteca poderia aceder de borla a bases de dados pagas [com acesso a vários trabalhos \ teses \ estudos \ livros] que são uma clara mais valia no meio académico. Temos também algumas conferências de interesse [muitas pela acção activa dos núcleos de estudantes]. Resumindo, pago a propina máxima para ter aulas, fazer exames e ter acesso à Internet e à biblioteca, ou seja, o básico. Onde está o centro de estudos perguntam? Não existe. Onde está a participação em estudos, projectos, etc? Não existem. Onde está o incentivo à investigação? Não existe [mal que é português]. Onde está o laboratório designado a cada área? Não existe. Onde está a tutoria? Não existe [e não é por causa de Bolonha ainda não estar implementada, pois a tutoria está já á muito prevista nos estatutos da faculdade].
Não tenho nada disto, mas tenho uma bela mesa de snooker grátis, numa salinha toda bonita, com um sistema de som todo porreiro e duas mesas de matraquilhos, cortesia da AE.É pena que a prática destes jogos não me ajudam no currículo… paciência. Recordo-me quando o ISCSP fez 100 anos houve dinheiro para pôr, na parte de trás do Instituto, um cartaz comemorativo gigante, bem como uma calçada comemorativa na entrada toda bonita. Espectáculo. Será que posso pôr isso no meu currículo? Talvez não. Recordo-me também quando decidi perguntar a funcionários e docentes sobre ajudas à investigação ou a projectos. Escusado será dizer que me olharam como se fosse um extraterrestre. “ah… pois… sabe…” Pois sei… No caso de Ciência Politica no ISCSP, são tão poucas as condições que não posso deixar de me perguntar se as minhas propinas não estarão a financiar outras faculdades da minha universidade que têm melhores condições. Pergunto-me…
No meu curso tenho que admitir que tenho à frente das cadeiras alguns nomes sonantes pagos pela faculdade para lá leccionar [deputados, ex-governantes, por aí], só é pena que nas aulas propriamente ditas só conhecemos os assistentes deles, porque alguns nem se dignam a lá por os pés, outros aparecem uma vez por outra. Talvez fosse uma boa ideia começar a poupar por aí… Não dá aulas? Rua…
domingo, 20 de julho de 2008
Menezes
quinta-feira, 17 de julho de 2008
Muito bem ... cara
terça-feira, 15 de julho de 2008
segunda-feira, 7 de julho de 2008
Casamento
Ressurgiu a questão quando Manuela Ferreira Leite em entrevista a Constança Cunha e Sá, afirmou: “Pronuncio-me, sim, sobre o tentar atribuir o mesmo estatuto àquilo que é uma relação de duas pessoas do mesmo sexo igualmente ao estatuto de pessoas de sexo diferente”.
Isto cai-me mal confesso. A discriminação nunca foi flor do meu jardim, seja ela negativa ou positiva, no entanto, nunca vi com maus olhos a discriminação enquanto escolha pessoal. Considero legitimo que alguém discrimine outras raças ou determinados comportamentos dentro daquela que é a sua esfera de liberdade; ou seja, alguém que se considera racista e/ou homofóbico tem todo o direito a não convidar um casal homossexual para sua casa, a recusar-se a falar com pessoas de outras raças ou a não comer na mesma mesa que um individuo de outra raça [desde que se levante e vá embora]. Algo completamente diferente, é quando esse alguém ultrapassa a sua esfera de liberdade e atropela aqueles que são os limites fronteiriços do raio de acção de outrem. Supúnhamos que esse alguém acima descrito, ao invés de se levantar da mesa e ir embora, decide-se por expulsar ou enxovalhar essa pessoa de outra raça. Aqui a agressão vai mais além, pois estamos a falar de um não reconhecimento dos direitos de outro ser humano. Falo em reconhecimento e não em não existência, pois quer sejam reconhecidos ou não os seus direitos, essa pessoa tem-nos enquanto individuo.
Imaginemos que esse nosso alguém racista e/ou homofóbico é funcionário público, e ao atender um rapaz que entrou de mão dada com o seu namorado, para além de encaixar uma ou duas bocas, não proporciona o nível de serviço que seria esperado numa outra situação. Poderia-me ficar pelo facto de que nesta situação, o nosso alguém está claramente a atribuir novas directivas ao desempenho da sua função, dado que assim, está a se incumbir de um poder discricionário sobre o exercício da sua função, que não possui nem poderá vir a possuir. Acontece que caso esse poder discricionário fosse legítimo, estaríamos a permitir que cada funcionário saísse da sua esfera de liberdade, servindo cada um como uma espécie de identidade reguladora, que funcionaria mediante as convicções individuais. Ora de acordo com essa ordem de ideias, caso o funcionário público fosse eu, e esse alguém entrasse de mãos dadas com o seu racismo [isto é possível], podem crer que o serviço prestado seria sem sombra de dúvidas de fraca qualidade, só não encaixaria as tais bocas, porque sou uma pessoa educada. Acontece que isto seria profundamente errado, pois eu estaria a impor sobre outrem aquelas que são as minhas convicções, fazendo-as repercutir sobre os direitos desse indivíduo.
Quando falamos de legislação o problema é em tudo semelhante, com o agravante de que falamos agora de algo que tem uma abrangência muito maior, logo, o cuidado deve ser redobrado. Ao longo da história a lei tem sido [em muitos casos] usada para impor aquela que é a vontade de uma consciência colectiva, regulando os termos efectivos do contracto social, na tentativa de manter conformes os padrões de comportamento, com o objectivo implícito de manutenção dessa mesma vontade. Essa consciência colectiva é influenciada pelos grupos que se criam numa sociedade, e estes por sua vez influenciados pelos indivíduos que integram esses grupos. Podemos considerar que a vontade de um grupo, é a vontade da maior parte dos indivíduos que o constituem, por conseguinte, a vontade da maioria dos grupos [ou vontade de um grupo que seja em si uma maioria], tornar-se-á a vontade da consciência colectiva. Podemos estar mais certos dessa relação quando essa “vontade colectiva” incentiva o processo legislativo que, pela sua natureza, condicionam o agir dos indivíduos; para além do condicionamento, podemos também assistir a uma fidelização e/ou incorporação da vontade que estimulou a criação desses mesmo regulamentos.
È exactamente no que toca ao condicionamento da vontade alheia, que tem de haver um esforço para sair do campo pessoal das convicções, de tal maneira que se consiga visionar o mínimo de interferência sobre o comportamento de outrem. Até porque convicções há muitas e comportamentos mais ainda, agora as certezas… essas são escassas. Enquanto humanos somos obrigados a concordar que a diversidade sempre foi uma característica presente na nossa espécie, característica essa que enriquece a nossa existência enquanto seres. Mais importante ainda é saber reconhecer as nossas próprias limitações, no que concerne à capacidade de entendimento. È ao absorver esses factores que devemos garantir uma margem de manobra [dentro da esfera de liberdade de cada um] propiciadora dessa liberdade, que garante a diversidade e estimula a coesão em torno de algo que ultrapassa as nossas convicções, ou seja, em torno do valor da humanidade no seu todo.
Daí que tenha alguns problemas com a frase: “Pronuncio-me, sim, sobre o tentar atribuir o mesmo estatuto àquilo que é uma relação de duas pessoas do mesmo sexo igualmente ao estatuto de pessoas de sexo diferente.” Não haveria problema algum, caso Manuela Ferreira Leite se pronuncia-se sobre aquilo que são as suas convicções, sem com isto querer dizer, que impediria a atribuição do estatuto de casados [casamento civil] a casais do mesmo sexo. O que está de errado nesta acepção [a meu ver] é que Manuela [um individuo] não considera o casamento homossexual, como passível de ser beneficiado pelo estatuto do casamento, assim sendo, está disposta a condicionar outros indivíduos que não partilham dessas mesmas convicções. Em nome de quê? Valores? Que tipo de valores são esses, quando servem para limitar outrem, sem que essa limitação sirva para impedir a libertinagem do individuo em causa? Se fossemos a nos regular meramente por valores dos outros, conseguem imaginar a quantidade de coisas que cada um de nós seria impedido de fazer? Qual o verdadeiro valor de um valor quando a sua aplicação não visa o beneficio de todos e a salvaguarda dos direitos de cada um? Sempre considerei que o estatuto, quando nos referimos a relações humanas, nunca é atribuído de fora para dentro. Quem consegue contestar que um casal homossexual atribui-se a si mesmo o estatuto de casados e de família, independentemente da opinião de seja lá quem for?
È no reconhecimento externo desse estatuto que a coisa muda de figura. Se um casal de sexos diferentes tem direito ao estatuto de casados, para além de meras convicções pessoais e redutoras daquilo que significa o casamento, que outras razões haverão para impedir que casais do mesmo sexo partilhem desse estatuto? Afastando-me agora das liberdades e direitos, pergunto-me, o que é o casamento? Será a união de duas pessoas de sexos diferentes? Ou será a união de dois indivíduos? Encontrei no Corta fitas um post [A coragem de Manuela] publicado por João Távora, que fala sobre este assunto. Lá dizia que, “o casamento civil vem sendo progressivamente esvaziado dos seus frágeis fundamentos (…) Transformado num precário acto burocrático e muitas vezes pretexto para burlescos regabofes à moda de Las Vegas, decadentes exibições de intemperança, a admissão de pares do mesmo sexo na mesma caldeirada será a prazo a machadada fatal na instituição.” A instituição casamento está de facto mais frágil do que foi noutros tempos. Se bem que podemos a todo o momento contestar sob que condições, a instituição casamento se mantinha forte. Parece-me ser natural que numa sociedade mais livre, uma instituição como o casamento, perca algo da sua consistência, pois assim, estamos a lidar com uma resposta emocional e racional mais forte, por parte dos indivíduos que compõem essa mesma relação.
Se formos acompanhar o rácio dos divórcios, a taxa de divórcios era em 1975 de 0,2 por cada mil habitantes, em 1981 já ascendia a 0,7, em 1991 já alcançava os 1,4 e em 2001 o indicador estava no 1,8. Serão estes números tão assustadores ao ponto de anunciarmos a “machadada fatal na instituição?”. Nem por sombras, digo eu. Os moldes sob os quais enquadramos o casamento estão a mudar sem dúvida, porém, isso não é nem de longe nem de perto o fim prematuro do casamento. Antes pelo contrário, esta trata-se da renovação do casamento, que tal como noção de família, está-se a adaptar a uma nova sociedade. Nunca nos podemos esquecer que a evolução [positiva para uns, negativa para outros, como sempre foi] é um processo contínuo sujeito às condições sociais, não a moralismos e convicções sobre os temas. Quanto aos “regabofes à moda de Las Vegas”, concordo que sejam o extremo de uma situação que se quer mais sóbria, porém penso que estamos bem longe desses regabofes. Agora, juntar “a admissão de pares do mesmo sexo na mesma caldeirada” é que será o exagero.
Volto à pergunta, o que é o casamento? Qual é a diferença entre um casamento homossexual e um casamento hetero? Será o amor? Não existe ninguém que possa afirmar sem qualquer sombra de dúvida, que uma mulher é incapaz de amar outra mulher com tanta intensidade como seria capaz de amar um homem. Serão os homossexuais capazes de respeito pela outra pessoa ou de querer passar o resto da vida com outro(a)? Quem acha que isto é mesmo uma pergunta, nem merece resposta. Será a capacidade de funcionar como uma família? A realidade mostra que família é mais do que mãe, pai e filhos. Penso já ter respondido a esta questão neste post. Então o que será? Foi no blog Cachimbo de Margerite, que encontrei um post [A questão do casamento], publicado por Nuno Lobo. Lá lê-se, “Hoje em dia, quando ouvimos alguém designar o casamento como a união familiar entre um homem e uma mulher, com vista à procriação, sentimos que estamos perante um discurso sem credibilidade…” Ahhh! A procriação… Por muito que se evite, a procriação consegue-se através do sexo. O casamento não deixa de ser um feliz efeito secundário decorrente da necessidade de um ambiente seguro para a prol [a família], que ultrapassou o seu propósito inicial.
Caracterizar o casamento como uma união familiar, com vista à procriação é despir esta instituição do seu verdadeiro significado; a união entre dois seres humanos, com vista nada mais do que a união em si. Para quê descaracterizar o casamento, atribuindo-lhe uma função? No referido post lê-se: “ (…) o Legislador não pode deixar de discriminar claramente entre a união entre homens e mulheres, já que é nelas que se verifica a complementaridade dos sexos e a totalidade da espécie, por um lado, e a união entre dois homens ou duas mulheres, onde nem os sexos se complementam nem a totalidade da espécie se manifesta.” A complementaridade dos sexos é um facto natural que não é único à nossa espécie. A não ser que a preocupação seja que os seres humanos se deixem de reproduzir [o que me parece altamente improvável], não vejo particular interesse em discriminar as uniões entre seres do mesmo sexo. A racionalidade sim, é única à nossa espécie, e é nesta que encontramos a totalidade da espécie. È esse o elemento que nos permite ultrapassar a barreira natural, dado que deixamos de estar sujeitos à maior parte dos condicionalismos que nos rodeiam. Considerando que a racionalidade é em si um elemento natural, não nos falta senão admitir que aquilo que surge a partir desta é também natural. Assim sendo, a escolha racional de um parceiro do mesmo sexo, com base em emoções [que são em si naturais], conferem às uniões homossexuais toda a “naturalidade” necessária.
quinta-feira, 3 de julho de 2008
Mas que protesto...
Relogio de cozinha ao pescoço... "Bando de Loucos". [DN]
Primeiro Manela e agora Sócrates
Essa característica é comum no poder, que o digam aqueles que pedem maiorias absolutas, como única forma de se governar bem. Acontece que é mais fácil governar numa ditadura mesmo que esta seja democrática, dado que uma oposição com mais poder, significa mais cedências por parte de quem governa. Porque será isso pior? Não sei, até porque nem penso assim… Não ponho em dúvida que seja mais fácil uma maioria absoluta, porém considero que seja menos benéfica. Ainda sobre a “determinação”, quanto às manifestações nota-se a tentação para desvalorizar tais acontecimentos, embora nesse campo o PM esteja mais comedido. Um “discordo dos manifestantes” aqui, um “não gosto é de insultos” ali, rematando com um “oriento as decisões com base no interesse geral… de acordo com a minha consciência”. Sendo que um “não acho que haja agravamento das tensões sociais”, foi um passo além, daquele que deveria ter sido dado, não obstante, um Sócrates mais comedido… pois não interessa [nesta altura do campeonato] hostilizar ninguém…
Mais uma vez ouvi o “não há alternativa”, neste caso, referindo-se aos sacrifícios pedidos aos portugueses… Alguém que lhe diga por favor, que há sempre alternativa a tudo, e que ao aceitar isso está também a aceitar também que ele não é o dono da verdade.
Ficou claro nesta entrevista que a bandeirinha de Sócrates continua a ser a estabilização das contas públicas, ou esse facto não tivesse sido repetido umas 500.000 vezes. Todavia, considerando a importância crescente do social na agenda pública, Sócrates defendeu-se como pôde. “Baixámos o IVA”; “Aumentámos o 1º e 2º escalões do abono de família”; “O complemento solidário para idosos”; “O maior aumento do salário mínimo nos últimos 30 anos”; “O abono pré-natal para grávidas”… Tentou ainda cimentar a componente social do seu governo com as novas medidas, em primeira mão[sublinhou]. A apresentação de um pacote fiscal com vista a redução dos custos de habitação. A redução do IMI, através de um tecto máximo [cheira-me a Manuela] e a dedução progressiva das despesas com habitação para o IRS. No entanto, sem dados concretos e com algumas hesitações pelo caminho, foi um anúncio fracote. Se fosse eu, teria esperado até 10 de Julho…enfim.
E a descida de impostos em 2009? “Devemos recusar as respostas fáceis”; “Neste momento descer impostos seria uma aventura”. Mas não deixou de “piscar o olho” aos contribuintes, aludindo a que se as condições forem outras no final do ano, talvez… [A mesma estratégia de Manuela, versão socrática].
Nas obras públicas o PM safou-se bem. “Nós não lançamos obras públicas, limitamo-nos a executar o que o país já se tinha comprometido a fazer” [o país de Durão, claro está]. “Já conheço esse discurso do país da tanga…” [o mesmo discurso que caracterizou os primeiros anos de anos do seu governo?!?!?] “compromete-se o futuro deixando de investir”. E agora… o Sócrates sensível e preocupado… “faço um apelo aos dirigentes do PSD… parem para pensar.” Tão querido… Continuando nas obras públicas, o PM arrumou [e bem, devo dizer] uma por uma, senão vejamos: 4 barragens, feitas por empresas privadas (e não com recurso a dinheiros públicos), que possibilitam lucros ao Estado, maior autonomia energética e uma aposta no ambiente (tratando-se de energia renovável); Sobre o TGV, o estudo custo \ beneficio já está feito e está disponível na internet. Não deixou passar que o compromisso assumido com Espanha (pelo anterior governo) tem de ser cumprido; a auto-estrada para Bragança é um simples caso de justiça para com aquela zona do país; sobre o Aeroporto, limitou-se a dizer que a necessidade existe e que este tem que ser levado a cabo o mais rápido possível [não há alternativa… que tal?].
Na questão camionista, o PM relembrou, aqui a crise só durou 3 dias. Noutros países durou mais. Quiseram fazer a coisa com mais inteligência, disse. Sinto-me na necessidade de relembrar que três dias de cerco ao país passaram, com abusos inqualificáveis, sem que houvesse uma acção decisiva quer por parte do governo, quer por parte das forças de segurança pública. É que eu tenho alguma dificuldade em perceber onde está a inteligência, em deixar que o Estado de Direito e a segurança das pessoas sejam ameaçadas…
Na agricultura, o PM chamou a atenção que não chamou a si as negociações. Não! Vão sim, estar os dois [ele e o Ministro] presentes nas negociações. Ah pois é…
Na legislação laboral o PM teve a vida facilitada, pois os jornalistas não insistiram muito nessa matéria. De qualquer das maneiras notou-se que Sócrates tinha tudo na ponta da língua. Estava preparado para metralhar as vantagens da concertação social (que a CGTP nunca quis).
Achei piada à insistência [dos jornalistas] sobre o “tabu”. Mas que tabu? O homem vai se recandidatar em Fevereiro, e pronto. Tal pergunta não tem interesse nenhum… ainda muita água correrá na ribeira até lá. É verdade porém, que Sócrates pode repetir quantas vezes quiser, que não está a pensar em eleições, porque está… A mudança de atitude do governo e do próprio Primeiro-Ministro, de uns tempos para cá, é notória.
Gostei da “cábula” de Sócrates com as propostas do PCP… muito cómico. Um momento “puitibull”…
E aqui está… Perante este cenário importa dizer: Bloco Central? [o papel] Qual Bloco Central? [Qual papel?].
A principal diferença entre Sócrates e Manuela, é que um está no Governo e outro na oposição… entendam como quiserem…
quarta-feira, 2 de julho de 2008
Como foi Manela na TV(I)?
Apanhei-a, a “cascar” no autoritarismo do actual governo. Poderá autoritarismo, ser um tanto ou quanto exagerado? Talvez… Porém disciplina e rigidez aplicam-se. Talvez em demasia, restringindo a livre actuação; limitando a visão global dos problemas, condicionando assim os “medicamentos” a utilizar. A ideia de Manela era essa… parece-me.
Passamos ao endividamento. O país está hipotecado… Para onde vai? Poderemos comportar o ónus de tais obras? Responde Manela a Mário Lino. O Governo é que tem de dar explicações, não a oposição. Nós é que temos que responder perante o povo? Expliquem-se as obras públicas… Qual a relação custo\beneficio? Não estaria o dinheiro, melhor aplicado noutras áreas?
Reconheço mérito ao governo, por ter seguido uma política de combate ao défice… Disse. Manuela socrática? Manuela realista ou Manela sem medo de enfrentar a realidade. Sim o défice é importante. E agora? Quantos são? Mas… Falhou, algures…o Governo. Ahhhh… Manela social \ económica… A economia melhora com o social, mas um social controlado. Não podemos nos esquecer que a Sr.ª Estado, mete-se só onde é preciso, pois só é necessário criarem-se as condições para. É esse o trabalho do Governo.
Estão resolvidas as contas… Como quem diz… estão reduzidas, é verdade. Mas fez-se pouco. Temos que fazer mais… A “coisa” só deu para o torto [digo eu], quando vieram à baila os homossexuais. Sim, liberdade individual e isso… mas o estatuto não pode ser o mesmo de um casal hetero… procriação e não sei quê… [pois…]
Bloco central? Não… pelo menos no exterior, não. Porque na prática é a mesma coisa, com uma face nova. Talvez até, com uma maneira diferente de abordar a mesma coisa [o que pode mudar mais do que parece à primeira vista]. Não obstante, uma das muitas faces de um bloco central – que mesmo nunca admitido – existente.
Na verdade, pouca coisa foi acrescentada. Exceptuando a atitude… mais activa. Isso não quer dizer que seja mau. Contenção enquadra-se na estratégia que tem sido seguida pela Manela. Expor-se demasiado, demasiado cedo, não é benéfico nesta altura do campeonato, especialmente tratando-se de Manela. Melhor é apanhar Sócrates no ressalto, deixá-lo cozer em lume brando. Sócrates está a ser agredido… deixá-lo.
O problema é que isso não dura para sempre. Os ânimos acalmam… O governo reage [como já está a fazer há algum tempo]. Manela tem que sair na altura certa, para poder apanhar “a fruta verdinha”, quase madura, pois acontece que confrontos prolongados tenderiam para o lado socialista.
Agora, veremos Sócrates também…