quinta-feira, 30 de julho de 2009

Ponto de situação

Estão a aproximar-se as eleições e já se espera um verão politizado… sol, praia e política. Uma combinação letal para a vida política, como alguns de quando em vez fazem crer.

Façamos o ponto de situação:

BE

Anda entretido com as autárquicas, e com o drama existencial em relação ao caso Joana Amaral Dias.

PCP

Surpresa das surpresas… a banca está na mira dos comunistas… fica também registada a opinião do PCP acerca do programa eleitoral socialista: zero alterações à orientação política que vem sido seguida pelo actual governo.
PP

Depois da moção de censura para “português ver”, e da colagem ao primeiro-ministro da ideia do reinventar de personalidade para “português suave”, o CDS-PauloPortas aposta nos impostos.
Já propôs a redução de “12 para 5 % do IVA aplicado à restauração”, para antes do período de férias, de modo a relançar o ano turístico.
Fala sobre um “programa de governo claro" sobre impostos, propondo a descida de impostos [para famílias e empresas], quando a economia der sinais de retoma.
A par disto Portas tenta mantém a pressão sobre os socialistas, que acusa de fazerem promessas sociais que não vão cumprir.


PSD

O PSD de Leite mantém-se manso, guardando o seu programa eleitoral para depois [muito em linha com o que tem sido feito sob a direcção de Ferreira Leite]. Nos entretantos vai apontado que muitas promessas dão em nada [referindo-se ao PS]. Podemos ver isso nalgumas declarações de Manela, e nos mais recentes cartazes do PSD.


PS

Com a apresentação do seu programa eleitoral o palco agora é todo do PSócrates. Com mais ou menos controvérsia aqui e ali [ex: Porto], as listas do PS foram fechadas com os Sócratinos.
Seguindo o estilo da última campanha de promessas [e de governação com os anúncios disto e daquilo] o PSócrates inunda os portugueses com o que pretende fazer quando [e talvez se…] eleito.
Cá vai:
- Criação de um novo fundo [250 milhões de euros] para apoiar as PME’s nos mercados internacionais;
- A criação de 14 lojas de exportação no país;
- A criação do E.Exportar [o plano tecnológico para as PME’s no que toca o comércio electrónico.
- A aposta nas energias renováveis: até 2015, 50% dos veículos comprados pelo Estado serão eléctricos ou híbridos; até 2020, 750 mil dos veículos em circulação em Portugal que sejam movidos também com energia limpa [incentivos ao abate, etc.]; a duplicação da capacidade de produção de energia eléctrica até 2020 [aposta na energia eólica, solar, mini-hídrica, e geotérmica]; acabar com a comercialização de lâmpadas incandescentes de baixa eficiência energética, bem como tornar obrigatória a classificação energética mínima de B para os novos edifícios; lançar um programa de micro-geração em equipamentos públicos [escolas, centros de saúde, quartéis];
- Insistir… peço desculpa… continuar com a ideia de construção de um aeroporto em Alcochete [também modernização das infra-estruturas aeroportuárias actuais], e de construção da rede ferroviária de alta velocidade: Porto-Vigo, Lisboa-Madrid até 2013, e Lisboa-Porto até 2015 [isto tudo com a actual rede ferroviária a cair de podre];
- Apontar para a terceira travessia Chelas-Barreiro.
- Aumentar a quota de mercado do transporte ferroviário [20% para mercadorias e 10% para passageiros];
- A transformação dos portos nacionais na “porta atlântica da Europa” [mas que bonito!...], aumentando a carga transportada em 50%;
- Concluir a rede de auto-estradas [ligações a Bragança, Coimbra-Viseu, Sines-Beja];
- Resolver a situação dos 25 mil jovens desempregados que não têm acesso ao subsídio de desemprego [mais ou menos como criaram os empregos prometidos na última campanha];
- Fazer com que nenhum deficiente com incapacidade total para o trabalho tenha um rendimento inferior ao limiar de pobreza; - Eliminar obstáculos burocráticos ao dinamismo económico com o “licenciamento 0” [0 licenças prévias e mais fiscalização];
- A duplicação das creches com horário alargado;
- Incentivar a natalidade com um subsídio de 200 euros, depositados numa conta a prazo que só podem ser mexidos quando a criança atinja os 18 anos [ter um filho? 200 euros? 18 anos? Mas é que é já a seguir…];

"Quem se apresenta ao escrutínio popular, em primeiro lugar, tem de ter ideias e não ter vergonha delas; é preciso ter um programa e não ter vergonha dele; é preciso ter um plano e não ter vergonha dele" Sócrates

O que é preciso é ter vergonha de fazer promessas que não se cumpre, e de ser arrogante quando está à frente dos destinos do país.
Com tanta promessa impõe-se a pergunta. Onde estavam estes senhores nestes últimos anos de governação socialista?

Costa vs Santana


grande debate, este...

Um é o pai do monstro do endividamento, o outro não tem obra.
Ambos gostam de se acalmar…

Danças de salão


A bloquista, Joana Amaral Dias, fala sobre um alegado convite do PS para um lugar de destaque [aparentemente segunda da lista por Coimbra], e aproveita para reforçar o seu vinculo com o BE apesar do afastamento… “Embora o BE me tenha afastado da Mesa Nacional e pelos vistos dispensado das listas de candidatos a deputados (…)"


Louçã aproveita a deixa e ataca com o “tráfico de influências”:
"Primeiro ofereceram a Joana Amaral Dias o segundo lugar por Coimbra e depois sugeriram a presidência do IDT - Instituto da Droga e da Toxicodependência ou um cargo no Governo"



Logo, logo, o porta voz do PS nega a existência de tal convite. Vieira da silva [Ministro do Trabalho] aponta baterias a Louçã: "Essa afirmação não é mais do que uma grosseira mentira que se destina provavelmente a desviar as atenções das dificuldades que o BE terá com a lista do PS.” O presidente da distrital do PS de Coimbra, Vítor Baptista, nega ter feito um convite. Sócrates desmente categoricamente que aulguma vez tenha convidado, Joana Amaral Dias.



Francisco Louçã volta à carga, classificando os diversos desmentidos do PS como “esclarecedores e iluminadores”. O mesmo poder-se-ia dizer do “silêncio de Joana”… enfim.


E agora salta para o cenário o secretário de Estado adjunto das Obras Públicas e Comunicações, Paulo Campos, que confirmou que manteve “contactos pessoais e privados” com a militante do Bloco de Esquerda, desmentindo porém que lhe tenha feito convites.


Divertidos? Vai mais uma ronda de danças de salão?

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Recomendo

[carregar na imagem]


Vídeo de Michael Moore, sobre o sistema de saúde cubano. [via Voz do Povo]



O post Adivinhem lá quem é a personagem, do Planetas Politik.




Chão da Lagoa

Mais uma festa no Chão da Lagoa, mais uma edição da festa da Autonomia e da Liberdade [tradução: Festa de Jardim]. Alberto João Jardim fiel a si mesmo deu o show do costume. Sócrates “um homem sem vergonha”, “mentir aos portugueses”, bla bla…


Curiosamente a melhor notícia da festa está no continente, com a gripe mais atempada da história das gripes [1;2]. Manuela Ferreira Leite e a sua conhecida aversão a festitas [digo eu], com a gripe, salvou-se de explicar o que é que estava a fazer numa festa que gasta muitos recursos, caracterizada por uma “política folclórica”. Já para não falar que também se esquiva das propostas de Jardim… quer dizer, do PSD-M para a Constituição.


Digno de registo está o zepelim do PND que foi parado com três tiros de caçadeira. O partido planeava fazer voar o dirigível telecomandado, sobre a festa de Jardim. De um lado “PND voa mais alto” do outro “olho à ladroagem”. Enfim, ficou por terra mais uma palhaçada do PND.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Santana vs Triunvirato (2)


Na falta de mais esquerda na luta do PS pela CML, A.Costa munido de “intelligentsia” [que é como quem diz de intelectuais], opta pela previsível solução Santana vs Triunvirato, faltando para isso o acordo com H.Roseta [1;2].

É um reunir de forças que não passou despercebido a Santana Lopes. Numa entrevista à RTP o candidato da coligação PSD\CDS-PP já veio defender que “falta ao seu adversário “coerência” e que “fazer coligações, é uma prova de fraqueza”… Apetece dizer alguma coisa, não apetece?

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Duplicidades


O secretário-geral do Partido Socialista, José Sócrates, e os presidentes das federações distritais determinaram hoje, numa reunião não divulgada previamente, que os candidatos a presidentes de câmara não se devem candidatar em simultâneo a deputados na Assembleia da República.” Público [03-07-09]

Esta decisão veio na senda da orientação anunciada pelo PSD em Dezembro último, e já serviu de mote para o reavivar de algumas altercações: Manuel Alegre a tomar posição contra a dupla candidatura de Ana Gomes e Elisa Ferreira, e dramas subsequentes; O afinca pés de Elisa Ferreira [1; 2] ; Os devaneios de Sónia Sanfona e de Leonor Coutinho, ambas “partes interessadas”no processo e a hipocrisia de Ana Gomes [aqui] .

Ser-se duplo candidato é algo contraditório à democracia. Digo isto sem pensar na luta contra o carreirismo político de alguns, até porque não sou contra a carreira política em si, ou sem pensar no apelo á transparência, pois a dupla candidatura não exclui a total transparência. Pegando no exemplo socialista, temos Elisa Ferreira eleita para o Parlamento Europeu [ou Ana Gomes], que sem sequer esquentar o rabiosque em qualquer cadeira, já só fala em sair de lá para o Porto. Para além do óbvio, ou seja, o mandato que lhe foi confiado pelos eleitores ser igual ao litro, com este tipo de situação podemos falar em tentativa de manipulação da democracia. Isto no sentido em que um determinado candidato(a) pode ser usado para engrossar o número de votantes [através da sua imagem] de um partido, sem ter qualquer pretensão de ocupar o cargo [do género Saramago para o PCP]. Algo que a bem dizer é defraudar as expectativas dos eleitores.

Ao invés de me alongar pelos demais problemas das duplas candidaturas, prefiro falar nas razões que levaram os dois maiores partidos da oposição a optarem por esta via.
Do lado do PSocratismo o precipitar desta situação, certamente deveu-se à derrota nas europeias e á ideia de que a sombra de uma dupla candidatura, prejudicaria o desempenho eleitoral. Especialmente se tivermos em conta a orientação do PSD.
Do lado do PSD, Manuela Ferreira Leite é o suficientemente esclarecedora: “em democracia, dada a proximidade das eleições, não era possível outra atitude” [do PS]. Que é como quem diz: “estão muito seguidas, as eleições, nota-se muito.”. Enfim… já Paulo Rangel tinha dado o ar de sua graça… [Os políticos da treta: Ex. Rangel]

Centenário da República... Grrrrrr!!!


O Centenário da República Portuguesa está à porta. Com as celebrações agendadas para, 31 de Janeiro de 2010, já foi criado o Portal Centenário da República.
Também foi criado o site Centenário da República. Uma perspectiva monárquica sobre a República.


Uns pretendem, renovar a relação dos cidadãos com a história da I República, e “evocar as principais aspirações das gerações que se empenharam em promover e realizar as grandes causas da participação e do desenvolvimento do País.”


Os outros querem, “recentrar as comemorações na república portuguesa, no regime que foi realmente implantado, não deixando que as mesmas resvalem para uma vaga e descomprometida afirmação de princípios humanitários.”

sexta-feira, 3 de julho de 2009

O verão vai pegar


Este verão promete ser um de panfletos, cartazes, e políticos a andar de um lado para outro...

O Politikae Imagens já conta com 800 imagens.
Ajudem-nos a melhorar!

Tourada portuguesa


O Ministro da papinha Maizena… dos trabalhadores em Portugal recebem menos, o que é bom para investir… etc… demitiu-se não por palavras, mas por gestos dirigidos à bancada do PCP.
O debate era sobre a situação das Minas de Aljustrel e Bernardino Soares lembrou que Pinho teria ido à vila alentejana “dar um cheque”. Foi então que o ministro reagiu com o gesto que deixou os comunistas e bloquistas ofendidos.” Público

Os partidos rapidamente condenaram a situação, como por exemplo o BE ou o PCP com alguns exageros: "Não é virgem em disparates e faltas de educação" Bernardino Soares explicou.” O próprio governo pediu desculpa e até bancada do PS demarcou-se imediatamente do gesto. Todos contra, até o PR.

Entre brincadeiras, elogios e internacionalizações, este foi sexto ministro a sair do governo, e a sua pasta ficará para Teixeira dos Santos. Passar a pasta para o ministro das finanças, com tão pouco tempo para o fim da legislatura é simplesmente a opção mais óbvia.

Surgem aproveitamentos e montam-se defesas. Com este gesto Pinho marcou o seu fim enquanto político. Longe da histeria colectiva que se gerou em volta dos corninhos, penso que o gesto não foi assim tão mau. Isto não significa que Pinho esteve na sua melhor altura, porém basta assistir regularmente ao debates da AR para testemunharmos coisas muito piores… Só na cabeça de um conjunto de puritanos, ou por simples interesse político é que o gesto justifica a demissão do ministro. Uma coisa é certa. Ao pedir a demissão Pinho livrou Sócrates de um conjunto de dores de cabeça.

A verdadeira tourada portuguesa não foi os corninhos, foram os dramas e o circo que se criou em volta disso.