No cerne da declaração do Presidente da República está presente [1]:
- A acusação ao “Partido do Governo” da tentativa, através de várias declarações, de encostá-lo ao PSD [com a acusação de participação de membros da sua casa civil na elaboração do programa do PSD, algo que o Presidente considerou se tratar de “um tipo de ultimato”]
- A necessidade de não se desviar as atenções do debate eleitoral das questões que realmente preocupavam os cidadãos;
- A não existência em qualquer declaração ou escrito do Presidente de alguma referência a escutas ou a algo com significado semelhante;
- O Presidente não atribuí qualquer importância à presença do assessor do primeiro-ministro na sua ida à Madeira;
- O Presidente decidiu afastar o seu assessor Fernando Lima do cargo para acabar essencialmente com dúvida de que ninguém da Casa Civil fala em nome do Presidente sem a sua autorização;
- O Presidente está preocupado com a vulnerabilidade da informação confidencial presente nos computadores da Presidência;
- “Acabaram” as fontes da Presidência, pois por Cavaco, só fala Cavaco.
De forma “curta e grossa”:
- A agressividade do Presidente nesta declaração não me pareceu própria de uma declaração presidencial;
- Considerar que as declarações do PS foram um “tipo de ultimato”… enfim… poupe-nos Sr. Presidente;
- Para quem estava preocupado em não desviar as atenções do debate eleitoral, fez um belíssimo trabalho, especialmente tendo em conta que “afinal não havia outra”, ou seja, não havia suspeitas sobre o “Partido do governo”, assim só por pirraça [e/ou manobrismo político] é que o PR deixou a situação prolongar-se por tanto tempo;
- A suspeita que recaía sobre o seu assessor foi o suficiente para o afastar com facilidade. Bom teria sido se sobre Dias Loureiro tivesse sido aplicado o mesmo critério;
- Preocupante não é a vulnerabilidade do sistema informático, é o facto de o Presidente da República ficar surpreendido pela possibilidade de lhe poderem ler os e-mails e entrarem nos computadores;
- Não é que não seja importante a segurança de informação na Presidência… mas há mesmo alguém que se dê ao trabalho de tentar entrar nos computadores de lá? Para ler o quê?...
Da esquerda, à direita os partidos falam em conflitualidade institucional, de ambiguidade nas declarações, e de mau timing.
O PS é o mais duro [naturalmente] com o Presidente [1;2 ;3]
Esta “polémica”, alimentada por órgãos de comunicação social e pelos politiqueiros do costume, tem a importância de um feijão. Prestando atenção a todos os bufos e bufas que por aí andam, vamos ter uns meses ocupados de conversa da treta…
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
Vamos ao after
Depois de umas legislativas repete-se o cenário das europeias, todos ganharam excepto os portugueses.
Após um rol de conclusões retiradas dos resultados eleitorais pelos partidos, estes andaram e andaram e não chegaram à conclusão que salta mais à vista… os portugueses andam fartos de politiquices [não que estivesse á espera de outra coisa].
O partido não elegeu um deputado, porém conseguiu ultrapassar a barreira dos 50 mil votos, algo que o permite receber subvenção estatal.
CDU
Para todos os efeitos a CDU “cresceu” […], e os CDUzenses não nos deixam esquecer isso… ficaram atrás do BE, mas cresceram … o CDS-PP também ficou-lhes à frente [e no goto], mas elegeram mais um deputado [15]… passaram a ser a quinta força política, mas retiraram a maioria a Sócrates… e… ah… cresceram… afinal, os resultados eleitorais foram um "estimulante sinal" do crescimento da CDU.
Com o PS obrigado a cheirar apoios [aqui e ali] o PCP estabelece a linha de possível “apoio”, na fronteira com a direita.
BE
O Bloco teve não uma, mas 3 vitórias: a "vitória histórica" do número de votos; a “vitória histórica” de ultrapassar a CDU; a “vitória histórica” de derrotar a maioria absoluta do PS [tirar-lhes a arrogância se preferirem].
Aparentemente, ficar atrás do CDS-PP foi irrelevante [isto se deixarmos de parte a estupefacção, a irritação, e o sapo entalado na garganta] , uma insignificante nódoa no caminho ascendente da “verdadeira esquerda”.
A reconstrução do sistema de protecção social, a reforma das políticas de educação, e a implantação do imposto sobre as grandes fortunas, foram as prioridades estabelecidas por Louçã para que possa haver “diálogo” entre socialistas e bloquistas … peço desculpa… entre socialistas e socialistas esclarecidos.
CDS-PP
Paulo Portas ganhou. Recupera a posição de terceira força política [de 2002], com mais votos e consequentemente mais deputados [21], reforçando o peso do partido na AR.
Claro está que uma outra vitória foi a de tirar a maioria absoluta ao PS [juntem-se ao clube…].
Agora, admirem-se. Portas não irá coligar-se com o PS. Francisco Louçã pode descansar a sua cabeça, pois o PSócratismo não terá oportunidade de se tornar suicida.
PS
O PS ganhou. Mais votos… fica no governo… segundo Sócrates, “uma extraordinária vitória eleitoral"… … … pois… é realmente extraordinário o que a falta de alternativas pode fazer.
Não querendo perder tempo, mal ganhou as legislativas, o secretário-geral do PS vira as atenções para as autárquicas, particularmente para Costa, ao mesmo tempo que se concentra na estabilidade do seu governo:
Tradução:
“Vamos apostar na negociação parlamentar, não sacrificando as grandes bandeiras da governação socrática.”
Tradução da tradução:
“Esta coisa de não ter maioria absoluta é uma chatice.”
PSD
O PSD ganhou deputados [de 72 para 78], e também atingiu a vitória psicológica de retirar a maioria absoluta do PS. Não obstante, Ferreira Leite perdeu… aliás, não tardou muito para que fosse declarada aberta a época de caça à líder:
- Marco António defendeu que o PSD deve “fechar a página do Cavaquismo”;
- Mira Amaral diz que Manuela Ferreira Leite “está acabada politicamente”;
- António Nogueira Leite afirma que Ferreira Leite foi “demitida” pelos portugueses;
Enquanto estivermos no frenesim autárquico a coisa vai manter-se calma com o apoio da líder aos autarcas[aqueles que não tenham “medo”, digo eu].
Mas depois...
Abstenção
Pensar-se-ia que com uma abstenção de 39,4%, superior à de 2005 [34,98%] e de 2002 [37,66%], e com a manutenção dos níveis dos votos nulos e em branco [mais coisa menos coisa], os partidos prestariam mais atenção ao facto de que brincar aos políticos [como se tem vindo a fazer] não é exactamente bom para a democracia, no entanto julgando pelo aftermath eleitoral, diria que ainda não foi desta…
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Politikae Especial Programas Eleitorais
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
E continua a “campanha eleitoral”…
“Estamos na Europa em integração económica”, relembra Sócrates rebatendo a acusação social-democrata de que o TGV interessa mais a Espanha do que a Portugal.
Vem também Jerónimo de Sousa defender o TGV, considerando a interrupção de tal projecto como negativa para o país. O candidato da CDU não deixa de dar a tacadinha no PSD: “encontrar nos espanhóis os principais culpados é um erro crasso" [o que não deixa de ser verdade].
Mas Ferreira Leite mantém-se firme, apontando os “interesses espanhóis” e o empobrecimento do país que advirá da aposta no TGV, mostrando-se preocupada com o problema do endividamento.
No caso do TGV estou do lado de Manuela. Interesses espanhóis à parte [até porque tal menção é em si… enfim, triste…], o país beneficiaria mais com uma aposta na requalificação da actual rede ferroviária, guardando o TGV para uma altura em que o país estivesse [mais] economicamente viável , e capaz de dinamizar o investimento no próprio TGV, com redes de comunicação mais eficientes.
Adiante… Louçã não resiste à tentação de bater em Portas, após a infeliz comparação com Salazar:
“Quando se lhe fala de administradores ele salta logo ao ar e acha que não se devem tocar nas mordomias” [Portas com certeza que não estava à espera de outra resposta…]
O PSD não se deixa ficar pelo TGV. Volta a arremessar calhaus ao PS, classificando a crise como “a crise do PS”, e pela boca de Carlos Neves [PSD-Açores] retoma a maldita “asfixia democrática”:
“Há medo na sociedade portuguesa. ‘Eles perseguem-nos e castigam-nos’” [aos empresários].
É por causa destas e de outras que a verdadeira “asfixia democrática” é ridicularizada e passa ao lado. Aquela que o PS e PSD têm vindo a desenvolver nestes últimos anos, com a hegemonia dos cartões partidários, com as promessas da tanga que ridicularizam perante os eleitores o acto de votar, com o continuo crescimento tentacular pelo aparelho de Estado, e com autoritarismos balofos que em muito reduzem a noção de que o verdadeiro poder está no povo. Isto já para não falar do alimentar constante à agenda do dia, de aspectos menores que entretêm os cidadãos, mas pouco significam.
Adiante… Assustado com a perspectiva de vir a perder as próximas eleições, o PS trás o reforço:
Jardim ao ataque
O Presidente do Governo Regional da Madeira, volta a acusar “Lisboa” [e bem…] de asfixia democrática, ainda por causa do corte sofrido que deixa a região sem fôlego [e bem… por causa do corte, porque de asfixia democrática já estou farto].
E Jardim prossegue:
Quanto a isto, o único comentário que me ocorre é: bahhhhhh!
Ainda na Madeira, o PND de José Manuel Coelho decidiu fazer campanha da seguinte maneira:
Por baixo da propaganda do PSD, um Coelho… a mensagem é clara. Mais claro ainda é o facto de que a Câmara Municipal do Funchal já ter retirado alguns destes coelhos.
Tempus fugit
A campanha eleitoral corre, o tempo foge, e cada um dos candidatos começa a mostrar os dentinhos, com só uma coisa em mente... o voto.
PSD - Manuela Ferreira Leite acusa Sócrates de ter "projecto de natureza pessoal" para se manter no poder [porque para o país não é de certeza]. Acrescentando que o primeiro-ministro, "só gosta de quem gosta dele".
PS - “Sempre que o PS passa pelo Governo, as políticas sociais evoluem. É para as defender que vos convoco”, disse Sócrates enquanto aproveitava para salientar que SNS nem consta do programa do PSD.
Quanto aos novos ministros… “Todos compreenderam o que eu quis dizer”… Compreenderam com certeza. Sócrates vai deixar cair os “embaraços” do governo.
BE – Francisco Louçã enfrenta as nacionalizações de cabeça, regozijando-se por o BE incomodar até em Angola.
Isto acompanhado da caracterização de um BE mais socialista que os socialistas. “Os votantes no PS sabem que no dia seguinte vão acordar com uma ressaca monumental.” E com um BE socialista a receber uma “intensa campanha de ódio” do PSD, Louçã quer mergulhar a colher bloquista no eleitorado do voto útil [os que flutuam entre o PS e o PSD].
CDU – Jerónimo de Sousa que aponta a “artilharia pesada” comunista para o mesmo lugar do que o BE, afirma que “não pode ser de esquerda quem assumiu a ideologia neo-liberal” [o PS], enquanto cola o PSD e o PS na mesma parede, como precursores do mesmo tipo de política.
CDS-PP – Paulo Portas compara Louçã com Salazar…
domingo, 13 de setembro de 2009
Esmiuçar o debate, Sócrates vs Leite
Já foi… o combate de titãs, o encontro de gigantes, o debate dos debates… enfim. Não vou anunciar o vencedor do debate, como resultado de um fútil esforço analítico para justificar o injustificável, a partir das particularidades, e desempenho de cada um dos candidatos, esmiuçando [obrigado Gato Fedorento] respirações, respostas rápidas, etc. Isto porque, tal como aconteceu nos outros debates, não houve um claro vencedor ou perdedor. Os vencedores ficaram na cabeça de quem os viu, pela forma como cada eleitor percepciona o que foi defendido e a forma como se portaram os líderes partidários. Algo que de certa maneira está condicionado pela imagem que cada eleitor já tem dos candidatos.
Este foi um debate em que se cerraram fileiras político partidárias, e consolidaram-se os votos. O que em bom português significa que não serviu como factor determinante para alterar o sentido de voto numa ou noutra direcção. Poder-se-ia dizer que Sócrates esteve mais à vontade do que Ferreira Leite, porém não se estaria à espera de outra coisa dado que o frente a frente não é o condimento mais forte e pronunciado no prato de Ferreira Leite.
Impondo um fast forward na política de bolso, e nos gatafunhos eleitoralistas…:
- …com Sócrates a bater no que foi feito ou não por Leite quando estava no governo, no preconceito da “superioridade de credibilidade” [diz Sócrates do PSD], na candidatura fantasma [de Jardim], nos ditos do general não sei quantos sobre o pessimismo e as batalhas,
-…e com Ferreira Leite puxando galardões [professora disto, doutora daquilo], a bater na “asfixia democrática”, no autoritarismo, no ambiente de suspeição criado pelo governo, na não identificação de Portugal como uma província espanhola…
… podemo-nos concentrar no que foi verdadeiramente importante.
Do lado de Sócrates ficámos a saber:
- que Portugal estava bem encaminhado [a criar emprego, menor défice, contas públicas em ordem], a crise é que estragou tudo;
- que houve a necessidade de aumentos de impostos por causa da situação orçamental deixada pelo anterior governo [apesar disso o governo já baixou o IVA, reduziu o IRC, e reduziu a taxa social única para as empresas que não vão despedir trabalhadores];
- que o governo ajudou as PME’s [37.000 empresas];
- que o TGV é para manter, de modo a que Portugal deixe de ser periférico;
- que o governo teve uma política orientada para o apoio social, com o aumento do abono, com a criação do abono pré-natal, com o complemento solidário para idosos, e genéricos gratuitos para idosos com baixos rendimentos [pena que só em final de legislatura…];
- que fizeram isto e aquilo na educação [Ex: escolas abertas até mais tarde; novas escolas…] e na saúde [Ex: rede de cuidados continuados; mais cirurgias…];
- que o governo de Sócrates será um novo governo, com NOVOS ministros [ou não 1].
Do lado de Ferreira Leite ficámos a saber:
- que o modelo económico actual tem de ser alterado, pois a “crise” veio somente agravar uma crise interna criada pelas políticas económicas do actual governo;
- que os apoios ás PME’s não devem ser selectivos;
- que embora os apoios sociais sejam importantes, o ênfase deve estar do lado da criação de riqueza para que as pessoas não necessitem de apoio;
- que o TGV será suspenso, até que venham dias melhores;
- que a carga fiscal deve ser reduzida, e embora Ferreira Leite reclame do aumento de todos os impostos levados a cabo pelo governo, a bem dizer, só acha excessivo o aumento de tributação sobre os reformados;
- que depois de andar a bater-se pelas portagens nas Scuts, agora esse já não é um instrumento necessário [dado o caos criado pelo governo socialista];
- que não vai mexer na segurança social, a não ser para limar as arestas da reforma socratista [que significou segundo a líder do PSD uma diminuição das reformas a médio longo prazo];
- que na saúde o sector privado pode e deve ser usado pelo Estado para colmatar as falhas do SNS;
- que na educação será negociado com os professores um novo modelo de avaliação;
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
MMS revela... se
Como se já não bastasse a crítica falta de alternativas na política portuguesa, mais um partido (dos novos) junta-se à já longa fila... O MMS ao bom estilo de um PND de José Manuel Coelho, de um PNR, ou mesmo de um PSD-M “Fuck them” de Alberto João Jardim, desce o nível do debate político defendendo através de Eduardo Correia [Presidente do Partido] que "os políticos e as fraldas devem ser mudados com uma regularidade idêntica, pelas mesmas razões", uma frase tornada célebre por Eça de Queiroz.
Apostado em congregar os descrentes com o actual sistema político o MMS está apostado em recorrer à palhaçada para chamar à atenção, qual menino mimado a disputar pela atenção paternal. Um perfeito exemplo é o outdoor de sucesso que nada diz… Com tanto clamor pela inteligência na política e nas decisões políticas [a chamada “revolução inteligente”], não lhes ocorre nada mais inteligente do que isto?
Com um inicio de percurso político apontado para a neutralidade ideológica, o MMS conseguiu colar-se ao centro direita no que toca às suas propostas, e a ambos os extremos do espectro político partidário no que se refere às tácticas. Em tempos de crise e de maiores dificuldades torna-se mais fácil ceder perante os ataques incessantes dos [na falta de palavra melhor] “extremistas das ideias” que se acotovelam uns aos outros para molhar a colher na sopa eleitoral. Gritam, esperneiam, e pavoneiam-se por aí, cuspindo umas quaisquer palavras de ordem, e chafurdando nos problemas do país, na esperança de captar o olhar do observador incauto.
Desconfio também das muitas facilidades na boca de alguns. De facto quando alguém diz que resolvia isto e aquilo com facilidade [como parece ser exemplo Eduardo Correia em muitas entrevistas que me lembro], tendo a me lembrar dos vendedores de banha da cobra, com as suas curas milagrosas.
Há pelo menos duas coisas que podem ter como certo:
1ª A celulite não desaparece esfregando cremezinhos, porque é gordura.
2º Ninguém tem soluções milagrosas para a política, porque é estupidez.
O caso da boleia sensível
A ida de Ferreira Leite à Madeira ainda dá que falar. Quer pelo “verbalismo anglófono” [como disse Carlos César] de Jardim, quer pela questão do carro que foi usado pela líder do PSD.
Jardim já disse, "Era o que faltava eu agora não poder convidar para o meu carro quem me apetecesse". Compreendo bem a dificuldade de Jardim em distinguir propriedade privada de propriedade do governo regional…
Entretanto o BE-M e o PND-M apresentam queixa à CNE por uso de actos oficiais para propaganda do PSD. Nada fora do normal para um Alberto João Jardim que fez uma campanha em 2007 para as regionais na Madeira baseada em inaugurações… enfim.
Posto isto, o gabinete da presidência do Governo Regional da Madeira solta o seguinte:
Como a vida é feita de lapsos e a propaganda do PSD-M de inaugurações, nós andamos em frente e assobiamos.
Porque a coisa podia estar pouco esclarecida, Aguiar-Branco e o PSD reforçam a ideia de que não houve utilização de uma viatura oficial para uma actividade partidária… afinal Ferreira Leite só apanhou boleia de Jardim…
E com isto perdemos dois dias de campanha... é por estas e por outras que a "asfixia democrática" está a asfixiar a campanha política.
Silva vs Portas
Jaime Silva, ministro da agricultura, é tido pela oposição em peso como o ministro mais “competente na sua incompetência” da horda ministerial socialista [e com Mário Lino na corrida a competição é renhida].
Farto dos ataques do CDS-PP à sua capacidade [Ex: “Jaime Silva é o mais “incompetente e desastrado”], devolve a cortesia relembrando o caso dos submarinos de Portas, e das 62.000 fotocópias que “voaram” do ministério da defesa.
[ver mais sobre: Se o Estado falhou, aparentemente Portas também]
Rescaldo do debate
O debate Louçã vs Sócrates teve o condão de expor as “fragilidades programáticas” do BE. No debate anterior com Ferreira Leite, lembro-me de um Louçã que dizia, “está a fugir do seu programa como o diabo da cruz.” Creio que Louçã fez praticamente o mesmo contra Sócrates… e fugiu… e fugiu… ou melhor, embrulhou a coisa.
Esgrimiram argumentos e Sócrates fez o que faz de melhor, evitou o que não lhe interessava. Depois chegou a asfixia e a madeira, e ambos concordaram…
“Aquelas imagens na Madeira são um pouco patéticas e até um pouco embaraçantes para quem passa a vida a falar em verdade e para quem faz das questões da asfixia democrática o seu principal eixo de discurso.” Sócrates
"Quando vejo a drª Manuela Ferreira Leite a passear no regabofe orçamental e no autoritarismo da Madeira, percebo bem o que aquilo quer dizer.” Louçã
…mas Louçã rematou…
“Mas o eng. Sócrates que não tire o cavalinho da chuva, porque a política tem de ser feita com muita coerência", relembrando o episódio do Hospital de Seia, no qual as camas foram devolvidas aos fornecedores poucos dias depois do acto oficial.
No rescaldo do debate:
- Jardim acusa os protagonistas do debate de desrespeitar o povo madeirense [Jardim acusa alguém de desrespeitar…. eis algo que cada vez mais perde o seu significado.];
- "Nós somos os socialistas", diz Francisco Louçã. Apressando-se a sacudir as conotações mais radicais;
- O PS acusa louça de mentir, nas acusações que fez sobre a Mota Engil e a adjudicação da auto-estrada entre Coimbra e Oliveira de Azeméis. Primeiro pela mão do ministro: “Mário Lino, garantiu hoje que a concessão das auto-estradas do Centro "não foi adjudicada" [Mário Lino garante… eis mais uma que perdeu significado.] Depois pelo posta-voz do PS: "Francisco Louçã insinuou que foi por causa da sua intervenção na terça-feira à noite, durante o debate com o secretário-geral do PS, que não houve adjudicação da auto-estrada entre Coimbra e Oliveira de Azeméis à Mota Engil. Mas isso, pura e simplesmente, não é verdade."
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
terça-feira, 8 de setembro de 2009
PSD-Madeira e PSD na Madeira
Manuela Ferreira Leite foi à Madeira em campanha... e em campanha classificou a Madeira como um "exemplo do bom governo do PSD". Depois das acusações da líder do PSD em relação à tal asfixia democrática provocada pelo PSócrates, uma ida à Madeira só podia provocar a pergunta: E então a Madeira?
Muito rapidamente... e em campanha de "verdade", Manuela Ferreira Leite negou tal situação na Madeira... algo que já deu azo a um coro de críticas[1;2]. Em verdade digo que Manela estava obviamente em campanha, porque na Madeira a democracia é obviamente "livre"...
Acontece que a história da "asfixia" nem foi o momento alto da viagem. Qual foi a questão importante que marcou a ida de Leite a Jardim? O carro do governo regional que transportou a líder do PSD em parte da viagem... logo, logo, os jornalistas [sempre acutilantes] saltaram para o tema do carro; e não é de admirar, dada a grande... errr... importância da coisa.
Eis que Jardim com a sua habitual educação e polidez, pega num assunto perfeitamente irrelevante e dá-lhe uma vida nova. Como? Para o Sr. Jardim abrir a boca tende a ser o suficiente, assim provando a regra o homem decidiu criticar os "medíocres" que se preocupam com esses assuntos terminando com um agradável "Fuck them".
A ver: Madeira Democrática
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
Entrevista a "seco"
Lá veio o Primeiro-ministro, em mais uma entrevista, esclarecer os portugueses. E de que maneira...
Sócrates não está preocupado com maiorias absolutas, até porque está com um espírito de vitória [mais lhe vale esse espírito, porque a maioria vai vê-la por um canudo]. Não obstante, preocupa-se com a "estabilidade governativa" do país, e deve... pois nesta partidocracia renhida, em que os interesses do país aparecem subjugados aos interesses partidários assentes em ideologias pé-de-chinelo, é natural que surja o problema da governabilidade. O que falta nestes senhores(as) é uma verdadeira cultura democrática, principalmente nos grandes partidos. Não porque são tão diferentes dos pequenos, mas simplesmente porque dado o impacto da sua dimensão podem se dar ao luxo de fazê-lo... enfim.
Apesar da preocupação, à pergunta "sem maioria governa sozinho?", Sócrates disse não querer pensar em cenários alternativos. Lá está o espírito de vitória, associado ao facto do PS, caso ganhe, ter maior margem de manobra do que o PSD para"pescar" apoios aqui e ali sem recorrer a coligações pós-eleitorais [depenicando apoios ora no PSD, ora no BE, ora no PCP].
Sócrates está concentrado em centrar o debate eleitoral no Sócrates vs Leite. Não... não é PS vs PSD, porque não convém e não produz resultados. Sócrates está concentrado na diferença entre pessoas e estilos. É a Manela, porque "tem valores políticos ultrapassados", porque para ela "o casamento tem como objectivo a procriação", porque ela pensa que as obras públicas servem "para dar emprego a cabo-verdianos e ucranianos" [estes últimos provavelmente licenciados], porque a Manela foi agressiva em relação ao acabar do divórcio litigioso [aqui o homem até um bispo citou], porque é mais fácil atacar a Manela [do séc. XIX] que tal como Sócrates, de democrática tem muito pouco. Acontece que Ferreira Leite também não estará muito preocupada com estas chamadas de atenção por parte de Sócrates, pois é claro que o PSD de Leite está a contar com que os portugueses não sejam assim tão "progressistas", dirigindo a sua campanha ao eleitorado mais conservador [representativo da psique portuguesa].
Sabendo disso, Sócrates reagiu à pergunta "quem é mais conservador, Manuela Ferreira Leite ou Paulo Portas?", colando Leite à direita [o que puxa pelos "canhotos" do país, ao mesmo tempo que tenta evidenciar uma distância entre a "direita" do actual PS e a "direita" de Ferreira Leite], e aproveitando para mencionar que quando a líder do PSD esteve no governo não houveram medidas para as famílias [uma das bandeiras do PSD]. Algo que funcionaria muito bem, caso o "engenheiro" tivesse feito alguma coisa pelas famílias nesta legislatura [é obvio que os apoios mais recentes não contam, pois trata-se de puro manobrismo político].
Para provar que Manuela não tinha razão, o Secretário-geral do PS, deu-se ao trabalho de levar uma entrevista de Manela [de Maio] em que dizia algo como: "...essa crise vai passar nos outros países, e nós vamos demorar mais tempo a sair dela (...) depois veremos se eu tenho ou não razão." E não tinha razão, disse Sócrates, pois já saimos da recessão técnica. Foi aqui que ele se baralhou, acabando por admitir que estamos longe de sair da crise [um buraco negro inevitável]... bem... continuou denunciando o negativismo e a atitude pessimista da líder do PSD, ao mesmo tempo que relevava os "sinais que nos permitem ter esperança". E é mesmo bom que sim, porque com os sinais "positivos" que vemos todos os dias, esperança será a única coisa presente nos pratos de muitas famílias á refeição.
Quanto ao programa eleitoral o "engenheiro" bateu insistentemente no "preconceito" de Leite contra o Estado, no investimento público, e na questão da privatização da segurança social. a bem dizer, também não podia fazer muito mais, dada a proximidade programát... quero dizer, dada a "curiosa" e certamente "ilusória" semelhança entre dois programas perfeitamente distintos...:p
E mesmo assim:
- no TGV, PS e PSD diferem não em se deve ou não ser construído, mas quando fazê-lo;
- no Aeroporto idem;
- na Auto-estrada laranja/rosa... quer dizer... é laranja/rosa;
- na questão da avaliação dos professores, não se esperaria outra coisa do PSD, senão capitalizar a partir da indignação dos professores;
- na privatização da segurança social, PS e PSD apontam na mesma direcção, um com mais mão estatal e outro com menos.
Farinha do mesmo saco? Não... farinha de sacos diferentes, mas provenientes do mesmo produtor.
E quanto a Pina Moura e o seu apoio ao programa do PSD? Sócrates não se preocupa com isso. Para já, "não foi um apoio", foi um... errr.... coiso... e depois: "Nós no PS somos muito liberais." [ups... fugiu-lhe a boca para a verdade].
Então e os professores? O governo de PSócrates reduziu para metade o insucesso escolar [pelo menos nas estatísticas], encerrou 2500 escolas com menos de x alunos e apostou na requalificação do parque escolar, colocou os professores durante 4 anos... afinal são amigos dos professores. Talvez... bem... às tantas... como disse o "engenheiro", talvez não tenha havido suficiente delicadeza por parte do governo, com os professores... por amor de Deus, nada disso. Está claro que o governo de PSócrates teve a delicadeza de um hipopótamo, digna de um qualquer governo autoritário. Mas agora está tudo bem... não se passa nada, porque se o Sr. Pinto de Sousa for eleito tudo fará para restaurar a relação com os professores [Lindo!!].
Então e as típicas promessas? Cá estão:
- 5000 estágios na dministração pública para os jovens;
- 25 mil estágios para desempregados sem apoio social;
- aposta nas energias renováveis;
- Inove social, mais 1000 ao barulho, desta feita os licenciados;
- conta poupança futuro de 200 euricos, que segundo Sócrates dará mais liberdade de escolha e mais autonomia ao jovem quando fizer 18 anos [perfeitamente.... o jovem terá a liberdade e autonomia para gastar o dinheiro em menos de um fósforo].
E mesmo assim:
- no TGV, PS e PSD diferem não em se deve ou não ser construído, mas quando fazê-lo;
- no Aeroporto idem;
- na Auto-estrada laranja/rosa... quer dizer... é laranja/rosa;
- na questão da avaliação dos professores, não se esperaria outra coisa do PSD, senão capitalizar a partir da indignação dos professores;
- na privatização da segurança social, PS e PSD apontam na mesma direcção, um com mais mão estatal e outro com menos.
Farinha do mesmo saco? Não... farinha de sacos diferentes, mas provenientes do mesmo produtor.
E quanto a Pina Moura e o seu apoio ao programa do PSD? Sócrates não se preocupa com isso. Para já, "não foi um apoio", foi um... errr.... coiso... e depois: "Nós no PS somos muito liberais." [ups... fugiu-lhe a boca para a verdade].
Então e os professores? O governo de PSócrates reduziu para metade o insucesso escolar [pelo menos nas estatísticas], encerrou 2500 escolas com menos de x alunos e apostou na requalificação do parque escolar, colocou os professores durante 4 anos... afinal são amigos dos professores. Talvez... bem... às tantas... como disse o "engenheiro", talvez não tenha havido suficiente delicadeza por parte do governo, com os professores... por amor de Deus, nada disso. Está claro que o governo de PSócrates teve a delicadeza de um hipopótamo, digna de um qualquer governo autoritário. Mas agora está tudo bem... não se passa nada, porque se o Sr. Pinto de Sousa for eleito tudo fará para restaurar a relação com os professores [Lindo!!].
Então e as típicas promessas? Cá estão:
- 5000 estágios na dministração pública para os jovens;
- 25 mil estágios para desempregados sem apoio social;
- aposta nas energias renováveis;
- Inove social, mais 1000 ao barulho, desta feita os licenciados;
- conta poupança futuro de 200 euricos, que segundo Sócrates dará mais liberdade de escolha e mais autonomia ao jovem quando fizer 18 anos [perfeitamente.... o jovem terá a liberdade e autonomia para gastar o dinheiro em menos de um fósforo].
A certa altura como Sócrates não falava na Manela, há pelo menos uns bons 4 ou 5 minutos, decidiu reclamar da posição do PSD sobre as candidaturas falsas, quando tem a "mais falsa das candidaturas", referindo-se a Jardim. "No passado nós fizemos isso, mas agora não...", disse o Secretário-geral do PS. Sim... no passado distante de alguns meses atrás... mas agora não... portantos...
Depois de "cavaquear" algo sobre a Política de Verdade do PSD, como forma de desqualificar os adversários [...sim, Sr. engenheiro...], Sócrates também falou sobre a "asfixia democrática", apontando o "suspender a democracia por 6 meses" de Ferreira Leite, e a exclusão de Passos Coelho das listas do PSD por delito de opinião, como exemplos da não democraticidade do actual PSD, e a reforma do parlamento, bem como a limitação dos mandatos, como exemplos da democraticidade do actual PS. O que vale é que no que toca à democracia, não ligo nem à Sr.ª Leite, nem ao Sr. Pinto de Sousa, pois para poderem falar sobre democracia, primeiro teriam de saber o que ela significa....
Depois de "cavaquear" algo sobre a Política de Verdade do PSD, como forma de desqualificar os adversários [...sim, Sr. engenheiro...], Sócrates também falou sobre a "asfixia democrática", apontando o "suspender a democracia por 6 meses" de Ferreira Leite, e a exclusão de Passos Coelho das listas do PSD por delito de opinião, como exemplos da não democraticidade do actual PSD, e a reforma do parlamento, bem como a limitação dos mandatos, como exemplos da democraticidade do actual PS. O que vale é que no que toca à democracia, não ligo nem à Sr.ª Leite, nem ao Sr. Pinto de Sousa, pois para poderem falar sobre democracia, primeiro teriam de saber o que ela significa....
terça-feira, 1 de setembro de 2009
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