segunda-feira, 8 de novembro de 2010

São direitos

Hu Jintao visita Portugal.

A Amnistia Internacional convoca um protesto em frente ao Mosteiro dos Jerónimos, por causa das contínuas violações de direitos humanos na China e para exigir a libertação de presos políticos ou por delito de opinião.

A Associação de Comerciantes Luso-chineses promove manifestação de apoio ao presidente chinês.

De acordo com o Governo Civil a Associação de Comerciantes pediu primeiro [ver comunicação] . Assim sendo, a manifestação de apoio fica bem em frente dos Jerónimos.

Quanto à manifestação da Amnistia Internacional, só por ter sido pedida em segundo lugar passa a ser considerada uma contramanifestação. Algo que só por si já é muita fruta… mas o que fazer? Os “apoiantes” pediram primeiro… Então o que aconteceu à tal contramanifestação? Foi posta na junto à Torre de Belém, bem longe de olhares asiáticos, e com os cumprimentos de António Galamba [Governador Civil].


Eis as razões…


Hu Jintao quer ajudar Portugal a ultrapassar a crise económica

Sócrates e Hu Jintao assinam vários acordos institucionais e empresariais

Milennium BCP assina acordo com maior banco chinês para cooperar também em África

Eléctrica chinesa quer entrar no capital da EDP

sábado, 6 de novembro de 2010

Passos Coelho responsabiliza


Passos Coelho defende a responsabilização civil e criminal dos responsáveis pelos maus resultados:

“Quem impõe tantos sacrifícios às pessoas e não cumpre, merece ou não merece ser responsabilizado civil e criminalmente pelos seus actos?”

Num rasgo súbito de demagogia, Passos Coelho tenta recuperar da imagem de “dançarino de tango”… Vamos responsabilizar os malandros, porque eles merecem… e pelo caminho tenta colar o PS à irresponsabilidade do poder, mencionando a fraca execução orçamental. Muito surpreendente seria estas declarações passarem de mera conversa.

Se Passos Coelho quer uma cultura de responsabilidade, refrescante seria começar por deixar a táctica partidária de lado.


[Imagem retirada de Dar à tramela]

Alegre desamparado


“Não é a sucessão dentro do partido que neste momento está em causa. O que está em causa é a democracia e é o futuro da democracia.”

“Há dirigentes do partido que têm as suas responsabilidades, têm que falar, têm que se comprometer, porque este combate não é só meu, não é só dos militantes, é de todos.”





[Imagem retirada de Blog operatório]

Agarra que é ladrão

Até agora os aposentados do Estado que estão a desempenhar funções públicas não podiam acumular a totalidade do salário e da pensão. Tinham de escolher qual receberiam na totalidade, e qual receberiam só um terço. O governo decidiu que a partir de 2011 ou um ou outro. De acordo com o governo a dificuldade está agora em saber quantos funcionários públicos acumulam a pensão e o salário.

Pessoalmente, não tenho qualquer problema com o impedir que o Estado pague à mesma pessoa pensão e salário, muito menos se tiver em conta o actual clima económico. Aparentemente este assunto não é pacífico para todos, especialmente para Alberto João Jardim. O Estado “é ladrão”,  diz Jardim, porque não permite a tal acumulação.

A última vez que a reforma do Presidente Regional veio à baila:

“…eu digo bastardos para não lhes chamar [aos jornalistas do continente] filhos da puta." Jardim

Assim sendo, chamar o Estado de ladrão não está nada mau, e afinal, o Sr. está preocupado com os princípios “fundamentais da União Europeia.” Esta indignação não é nova. Aliás, tudo o que tem a ver com reduzir o rendimento de políticos e/ou de partidos o Sr. Jardim está contra [também não é favorável à regulação e por aí em diante]. O PSD-M já tomou a liberdade de “proteger” o rendimento dos políticos madeirenses, com o Estatuto Político-Administrativo da RAM.

Artigo 75.º

(…)

2 - Aplica-se aos titulares dos órgãos de governo próprio da Região o estatuto remuneratório constante da presente lei.

(… e para que não hajam dúvidas …)

20 - O estatuto remuneratório constante da presente lei não poderá, designadamente em matéria de vencimentos, subsídios, subvenções, abonos e ajudas de custo, lesar direitos adquiridos.

É por estas e por outras que a Madeira Política vive um regime de excepção no que toca a estas matérias. Do acesso a uma subvenção vitalícia, à acumulação total de salário e pensão, a vergonhosa situação prossegue incólume. Jardim acumula a pensão de 4124 euros, com a totalidade do salário de presidente, quando no resto do país só recebem um terço de um deles. Com ele, Miguel Mendonça [presidente da Assembleia Legislativa regional], Carmo Almeida, Ivo Nunes, Gabriel Drumond [os 3 deputados do PSD], e André Escórcio [deputado do PS], também usufruem da gloriosa excepção.

Indigne-se com isso…


[Imagem retirada de INGEEK]

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

São heróis!


Passou na generalidade, agora vai para a discussão na especialidade. O compromisso levou a melhor, mediante a difícil situação que o país atravessa… seria o que poderíamos dizer, caso tivesse havido algum pingo de responsabilidade e verdadeiro patriotismo por parte dos partidos. Mas na verdade a obstinação de sempre do PSocratismo, o consentimento do PSD [ambos com um teatrinho à mistura], bem como o medo velado do défice e dos mercados foi o que conduziu a esta viabilização.

A crispação na AR mostra bem a fragilidade política de um OE feito PEC em nome de um qualquer imperativo patriótico. A fraca execução orçamental, a estabilidade política de fachada, e a ilusão de crescimento económico promovida pelo Governo, dão uma “perninha” ao tal “comportamento especulativo”  para a subida dos juros. Aparentemente, apesar de toda a propaganda, essa coisa de aprovar um “mau orçamento” não dá muito resultado no que toca à credibilidade [Vá se lá saber porquê!?!]. Tanto patriotismo gasto com a ingratidão dos mercados. É uma pena…


Só nos vale a sorte nos erros de última hora que por aí acontecem, que têm um carácter equilibrado tal como todos os “erros” tendem a ter. Uma subida simultânea dos totais da despesa e receita em 831 milhões [não tem efeito no défice] não é engenharia financeira. É muita sorte. Quase tanta sorte como a que será precisa para evitar a recessão. 

De qualquer maneira os propósitos estratégicos dos partidos estão servidos. O PCP, BE, e CDS-PP opuseram-se à enxurrada que por aí vem… São heróis! O PSD, que lava as mãos das consequências deste OE, viabiliza-o salvando Portugal das mãos do implacável FMI e dos assanhados mercados… São heróis! O PSocratismo através de medidas corajosas combate a crise em que o país mergulhou [sem culpa nenhuma para o governo, claro está]… São heróis!


[Imagem retirada de Mauri Siqueira]

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Coelho ao Poleiro

Já tem página oficial de candidatura.



Enfim…

E já lançou a sua candidatura. Recuperou o carro funerário e o “amigo” das últimas autárquicas, desta forma:


[Imagem retirada do PND-Madeira]

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Um candidato a sério

Mais uma “reviravolta” nas Presidenciais. Um candidato madeirense que irá com certeza ameaçar a candidatura de Cavaco Silva … [rufo] … José Manuel Coelho do PND Madeira.



Ainda no processo de recolha de assinaturas a candidatura já tem um lema:

“Basta de pastéis, Coelho a Belém”

E para que não haja dúvidas os “pastéis” são mesmo os outros candidatos a Belém.


José Manuel Coelho pretende “percorrer Portugal de Viana do Castelo a Faro, porque esta é uma candidatura nacional, não é só madeirense.” Só boas notícias. Já era tempo do país conhecer o melhor que a palhaç… digo, propaganda política madeirense tem para oferecer.

Veja aqui os exemplos a que me refiro.

O Pacto


Enquanto decorria o Conselho de Estado dedicado ao tema, Teixeira dos Santos e Catroga reuniam na casa do segundo. Da chaminé de Catroga saiu fumo branco… objectivo atingido, foi negociada… uma abstenção. Um OE 2011 que já se tinha tornado um imperativo patriótico prossegue viagem. E que alteração substancial ao OE foi alvo de tanto rebuliço? Nenhuma, pois todos menos o Governo concordam este é um mau orçamento. O PSD cedeu aqui, o Governo ali. Ambos “salvam face” porque negociaram, e salvaram o país do monstro FMI.


Do lado de Coelho a necessidade perante as circunstâncias determina a viabilização, mas não sem minorar as consequências mais negativas deste OE. Assim tal como Pilatos o PSD lava as mãos e a responsabilidade pelo OE é só do Governo. Certamente que também não passará de mera coincidência a disponibilidade para acordo por parte do PSD e a candidatura do cidadão Cavaco. Podemos ler no comunicado do partido que...

”de acordo com os dados que finalmente o Governo apresentou sobre a evolução das contas públicas, foi possível constatar que a derrapagem orçamental (…) é bastante mais grave do que aquilo que tem sido afirmado”

…e por causa disso, não puderam…

“ir mais longe na procura de soluções que, nomeadamente no tocante ao IVA e à TSU, permitisse minorar mais a sobrecarga fiscal.”

Mais boas notícias que nos permitem desenhar um lindo cenário.

Do lado do governo o adiar do fumo branco permitiu a Sócrates poder ir falar para a Europa sobre a sua corajosa e solitária cruzada contra o défice. E esta coisa de ceder em pormenores tem muito que se lhe diga. Teixeira dos Santos pode agora dizer que “o acordo tem consequências”. Qualquer coisinha… foram as consequências! Com 500 milhões de euros para compensar o acordo, o ministro fala em encontrar um “mix adequado” [despesa\receita]. Já o PS promete que não irá recorrer ao aumento de impostos. Por muito que leia esta última frase, ela nunca deixa de ter piada…


Mesmo sem ter em conta a telenovela política que tivemos a “oportunidade” de assistir, o espírito por trás do acordo torna-se visível quando nem houve lugar para uma declaração conjunta. Só podemos antever “próximos episódios”. Não deixa de ser irónico que na conferência de imprensa onde Teixeira dos Santos confirmou o tão almejado acordo, ter falado também sobre novas medidas para pôr o défice em 4,3%. Avizinham-se mais anos da crise, dos PEC, e das danças.

 
Quanto aos outros partidos, o BE e PCP nem se preocuparam com a viabilização do OE, dado que a direita iria certamente preencher o vazio. Fecharam qualquer porta à negociação anunciando um chumbo. Uma atitude coerente tendo em conta os historiais, mas nem por isso responsável ou mesmo democrática. O CDS-PP deixa o anúncio do chumbo para quando estava claro que o palco ia ser todo de Coelho. Sócrates não permitiria que fosse de outra maneira. Uma vez parceiro de dança…


Uma notícia positiva é que aparentemente o pacto PS\PSD foi bem recebido na imprensa internacional. Pode ser que isso acalme o nervosismo dos mercados. E muito simpáticos foram os senhores jornalistas estrangeiros, porque caracterizaram o teatro político-partidário que durou 7 dias, como “várias semanas de tensas negociações”. Assim, até parece bem!