Passou na generalidade, agora vai para a discussão na especialidade. O compromisso levou a melhor, mediante a difícil situação que o país atravessa… seria o que poderíamos dizer, caso tivesse havido algum pingo de responsabilidade e verdadeiro patriotismo por parte dos partidos. Mas na verdade a obstinação de sempre do PSocratismo, o consentimento do PSD [ambos com um teatrinho à mistura], bem como o medo velado do défice e dos mercados foi o que conduziu a esta viabilização.
A crispação na AR mostra bem a fragilidade política de um OE feito PEC em nome de um qualquer imperativo patriótico. A fraca execução orçamental, a estabilidade política de fachada, e a ilusão de crescimento económico promovida pelo Governo, dão uma “perninha” ao tal “comportamento especulativo” para a subida dos juros. Aparentemente, apesar de toda a propaganda, essa coisa de aprovar um “mau orçamento” não dá muito resultado no que toca à credibilidade [Vá se lá saber porquê!?!]. Tanto patriotismo gasto com a ingratidão dos mercados. É uma pena…
Só nos vale a sorte nos erros de última hora que por aí acontecem, que têm um carácter equilibrado tal como todos os “erros” tendem a ter. Uma subida simultânea dos totais da despesa e receita em 831 milhões [não tem efeito no défice] não é engenharia financeira. É muita sorte. Quase tanta sorte como a que será precisa para evitar a recessão.
De qualquer maneira os propósitos estratégicos dos partidos estão servidos. O PCP, BE, e CDS-PP opuseram-se à enxurrada que por aí vem… São heróis! O PSD, que lava as mãos das consequências deste OE, viabiliza-o salvando Portugal das mãos do implacável FMI e dos assanhados mercados… São heróis! O PSocratismo através de medidas corajosas combate a crise em que o país mergulhou [sem culpa nenhuma para o governo, claro está]… São heróis!
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