terça-feira, 9 de junho de 2009

Partido Pelos Animais


Primeiro veio a defesa dos direitos dos escravos, que levou à libertação dos mesmos, depois pelos direitos da mulher que trouxe maior igualdade entre sexos , ainda hoje cresce na sociedade o impeto para a igualdade de direitos dos casais do mesmo sexo que levará mais tarde ou mais cedo à equiparação com os casais heterosexuais, e agora vêm a baila os animais... pois é, algo que levará a que os os animais possam votar... ponha a patinha no candidato pretendido... serem eleitos... Cornélia para Presidente... e já agora, impostos, escolaridade obrigatória, etc.


Gracinhas à parte, para além da recém chegada do MEP e do MMS à cena política, o Partido pelos Animais [blogue] está agora em processo de recolha de assinaturas, de modo a que possa formalizar-se enquanto partido junto do Tribunal Constitucional, sendo que, pretende apresentar-se a eleições ainda este ano. A ideia de um partido orientado em torno dos direitos dos animais é nova em Portugal, mas não é original, dado que já existem partidos políticos “dos animais” pelo mundo.


Vejamos: Na Italia existe o Partito Animalista; o Tierschutzpartei já existe na Alemanha desde 1993; na Holanda foi criado em 2002, o Partij voor de Dieren, de resto o mais bem sucedido de todos, pois já conta com eleitos; os nuestros hermanos têm desde 2003 o Partido Antitaurino Contra el Maltrato Animal; no Canada, fruto de uma união da Aliança Animal e do Eleitores Ambientais, nasceu em 2005 o Animal Alliance Environment Voters Party; no ano seguinte foi criado na Inglaterra o Animals Count.


Voltemos ao Partido pelos Animais. No seu manifesto, está presente a ideia que nós [ser humano] fazemos parte de um todo, e o mesmo desenvolvimento mental que faz com que consigamos atingir os nossos objectivos à custa de outras formas de vida, mais intensamente e em maior escala do que qualquer outra criatura, é o mesmo desenvolvimento que proporciona-nos a possibilidade de evitar inflingir danos desnecessários a outras espécies, ou a membros da sua própria espécie [como muitas vezes acontece].



O aspirante a Partido advoga o respeito pela integridade física e mental de todas as espécies de vida na terra, bem como a protecção do nosso ecossistema. De acordo com o manifesto, os animais serem considerados como coisas [por ex: no Código Penal], e assim simples propriedade de alguém, está profundamente errado. Mais ainda, o uso de animais para interesses não vitais dos homens deve ser “recalcado e banido”. Aqui incluem-se “a produção da pele, o circo, a tourada, a pesca desportiva e outras formas bruscas de diversão utilizando os animais.” Também consideram que no que concerne ao uso dos animais para testes, deverão ser aplicadas alternativas [quando possível, subentendo]. Quanto às “religiões e tradições culturais que agridam o bem-estar dos animais”, urge-se no manifesto a uma adaptação à “mudança dos tempos”.


Com a recolha de assinaturas para a criação de um partido pelos animais, assiste-se à tentativa de passagem de uma causa [direitos dos animais], do campo dos grupos de pressão, para um patamar político em que seja possível [pelo menos em teoria] efectivar mudanças neste campo, ao mesmo tempo que se mantém a força enquanto grupo de pressão, com o intuito de despertar consciências e de “forçar a mão” dos partidos. Não obstante, Paulo Borges [comissão coordenadora], afirmou que este não será um partido mono temático, e se baterá pela defesa da natureza, pelo meio ambiente, e por todas as formas de vida [sim, o animal homem também], até porque estas são realidades interdependentes.
Um dos objectivos a que o Partido se propõe, fora do âmbito dos direitos dos animais, é o de propor uma alteração à lei eleitoral, desbloqueando-a e transformando o sistema político português num mais permeável, a novos partidos, e à sua afirmação como tal.

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