domingo, 31 de outubro de 2010

Mui Nobre (2)

A candidatura de Fernando Nobre reconhece o atraso de um mês de renda, e não os seis meses avançados pela SIC em entrevista com o senhorio. Aparentemente já na última sexta-feira ficou combinado com o senhorio que a candidatura iria proceder a novos pagamentos.

O que será que aconteceu aos outros cinco meses? De acordo com Fernando Nobre “é óbvio” que “do que se trata não é de pagamentos em falta”, mas sim de “denegrir a candidatura.” Será?

De qualquer maneira, caso seja mesmo um atraso de um mês o meu último post não se justifica.

[Ver Mui Nobre (1)]

Mui Nobre

O candidato Fernando Nobre há pouco tempo falava na necessidade de rigor na gestão pública:


…e acrescentava…

"…há que repensar tudo isso e ter um saneamento das contas."

Sede de Candidatura




Dois meses depois destas palavras serem proferidas a candidatura de Fernando Nobre deveria pagar 108 mil euros ao senhorio, por 6 meses de renda. Acabaram por pagar 20 mil euros pois aparentemente estavam com problemas de financiamento. Que é como quem diz: Não têm dinheiro para pagar os sonhos que ultrapassam as suas capacidades.


Agora Fernando Nobre corre o risco de perder a sede...



Enfim... Façam o que eu digo e não o que faço...




[Ver Mui Nobre (2)]

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Outras campanhas



Os melhores momentos do período de campanha política em 2010 nos E.U.A.:





Uma candidata que já praticou bruxaria e que durante uma campanha ouvia a voz de Deus...

Um candidato democrata que diz:” Mr Obama could "take his endorsement and really shove it"...

Uma candidata que afirma haverem duas cidades norte-americanas que funcionam sob a Sharia [lei sagrada do Islão]...

“Scratch and sniff” a propaganda política que cheira mal...

Vale a pena dar uma olhada.



Negociações...

Em alturas de Conselho Europeu com a crise e a disciplina financeira na ordem do dia, a Alemanha e França querem apertar o cerco aos países incumpridores com mecanismos de gestão de crises e penalizações, chegando a ser sugerido o retirar de direitos de voto. Sob um clima de revisão do Tratado de Lisboa com vista a disciplina financeira, Lisboa chega sem acordo para o OE e com a pressão dos mercados a aumentar


As negociações entre PS e PSD foram rompidas com espalhafatosos directos televisivos indicativos do que foi a realidade das “negociações.” As mútuas acusações de falta de disponibilidade para negociar deixam a nu as verdadeiras razões para este desenlace. Não foi certamente uns milhões que provocaram o desentendimento. Foram antes razões políticas, só partidariamente relevantes, as verdadeiras causadoras desta trica. PS e PSD brincam agora à batata quente. Ambos estão disponíveis, ambos esperam que o outro dê o primeiro passo.


Em princípio o OE passará, mas não podemos deixar de lado toda a telenovela política. Para quê criar consensos e trabalhar em conjunto? Reunir com os vários partidos e pensar um orçamento atempadamente com negociações sérias, responsáveis e [necessariamente] demoradas? Não… Vamos antes deixar para as últimas e conseguir um arranjinho com o maior partido de oposição. Isso é que é negociar. Demoradas? Não há nada como tentar resolver o assunto uns dias antes, com umas horas de retórica partidária.


Neste caso, o autismo político do governo só é complementado pela incapacidade dos partidos para pensar além do próximo acto eleitoral. As inflamadas e muitas vezes jocosas declarações denunciam a incapacidade negocial de todos os partidos, bem como a facilidade com que cedem ao oportunismo partidário. Responsabilidade e Sentido de Estado são meras palavras na boca de muitos destes políticos usadas quase exclusivamente para justificar votações. Não é à toa que muitos destes filósofos da democracia só sabem funcionar com maiorias absolutas. Um mal que se estende do poder local, aos corredores de São Bento.


Amanhã Cavaco Silva dará um exemplo da tal “magistratura activa” [o pós magistratura de influência…] de que falava, com o Conselho de Estado apontado no OE. Atitude que também podia ter vindo mais cedo, pois a situação certamente o exigia.


[Imagem retirada de Corridas e patuscadas]

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Pormenores

O desnorte de um governo que deixou arrastar uma situação má de tal maneira que já não sabe onde mais cortar, leva a que no nosso Estado laico um governo socialista proponha no OE a discriminação de todas as religiões em relação à católica [quanto ao pedido de reembolso do IVA].



Erro ou manobrismo político?

Onde encontrar os candidatos?


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Reeditando candidatura

Acabou-se o tabu e Cavaco é candidato. Assim a bem dizer, Marcelo Rebelo de Sousa tomou a liberdade de levantar esse véu há uns dias atrás. Mas o discurso foi ontem e Cavaco optou por uma reedição da candidatura que o levou à presidência.

Em 2005 Cavaco candidatava-se por “imperativo de consciência” não se resignando a uma situação difícil, e com um olho no futuro. Agora candidata-se “por dever” perante uma situação extremamente difícil e pelo futuro de Portugal.

Cavaco apostou na sua experiência e na estabilidade da sua “magistratura de influência” para cativar os portugueses, só é pena que o “Presidente próximo das populações” por mais do que uma vez tenha roçado a altivez:

Orgulho-me de ser um dos responsáveis políticos que melhor conhece a realidade das diferentes regiões do País.”


O que teria acontecido sem os alertas e apelos que lancei na devida altura, sem os compromissos que estimulei, sem os caminhos de futuro que apontei, sem a defesa dos interesses nacionais que tenho incansavelmente promovido junto de entidades estrangeiras?”

Em 2005 o candidato Cavaco pediu a suspensão da sua filiação no PSD e não se candidatava contra ninguém, agora Cavaco tem uma candidatura independente de todas as forças partidárias, e: “O meu partido é Portugal.”…muito ao estilo do companheiro Jardim que afirma: “O meu Partido é a Madeira.” São palavras muito bonitas que caem bem no ouvido, mas na verdade o “independente” Cavaco é a candidatura do PSD apoiada pelo CDS-PP, tanto quanto o “independente” Alegre é a candidatura do PS apoiada pelo BE.

Para além da menção ao desempenho irrepreensível [de acordo com o próprio] do seu mandato como Presidente, a grande diferença para 2005 foi o anúncio da contenção na despesa da sua campanha. Em tudo diferente das últimas presidenciais onde Cavaco foi protagonista da campanha mais cara. “Não colocarei um único cartaz exterior” diz Cavaco em jeito de boca a Alegre…



… ou até mesmo a Nobre que pelo menos na sede pensa em grande…


Os restantes candidatos reagiram logo:

- Para Defensor Moura [o socialista que “complementa a candidatura de Alegre”… enfim…] Cavaco traz “zero novidades”;

- Para Francisco Lopes [candidato do PCP] a longa experiência de Cavaco, como PM e PR, foi o que nos trouxe a esta situação difícil;

- Para Nobre [o verdadeiro independente] é necessário "escrever um novo livro, com um novo Presidente da República";

- Já Alegre [candidato do PS], que antecipou-se ao anúncio de Cavaco, a única novidade é que este tem os mesmos apoios de 2005 enquanto ele [Alegre] agora tem mais apoios.

As Presidenciais 2011 já estão em marcha, agora só falta saber se Manuel João Vieira, líder dos Ena Pá 2000 sempre vai ser candidato.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Conta-me contos

A surpresa das surpresas! Ainda nem acabaram as negociações e  Passos Coelho já tenta justificar a abstenção do PSD:


Vai ou não vai um tango? Vai pois...


[Imagem retirada de Cidade Solitária]

PNR merece prémio

Em 2010 foram muitos os cartazes políticos que foram aparecendo [ver]. O PCP e BE dominam a paisagem propagandística, mas é o PNR que merece destaque com esta beleza:



Uns porquinhos, uma maminha... produção nacional... lindo.

[Imagem retirada do Politikae Imagens]

domingo, 24 de outubro de 2010

Regionais na Madeira... asseguradas

É com atenção aos “constrangimentos impostos pela situação económica e financeira do país” que a Assembleia Legislativa da Madeira optou por reduzir o seu orçamento 334,5 mil euros. Em nada diferente de um milagre, isto para uma Assembleia que não há muito tempo conseguiu a proeza de ter menos um terço de deputados e praticamente o mesmo orçamento do ano anterior a esse… Não obstante o que não deixou de aumentar foram as transferências para os partidos com uma subida de 5%. Até calha bem porque vai ser ano de eleições regionais e todos os tostões contam.


Não é segredo nenhum que aquilo que é para os grupos parlamentares rapidamente chegará às campanhas eleitorais. E a julgar pelo último chorrilho de multas relativas a 2007, o TC bem que pode censurar, mas de facto o “crime compensa”. As boas notícias são que os madeirenses poderão beneficiar de uma rica campanha em tempo de crise. E afinal, Alberto João Jardim precisa disso… já que a crise não permite a habitual campanha eleitoral recheada de inaugurações, alguém tem que pagar o habitual Tony Carreira...

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Vai uma dança?

Depois do último tango Sócrates e Coelho esforçaram-se por conseguir uma distância higiénica, não fosse voltar o fantasma da falta de alternativas e colagem conseguido em tempos idos… muitas entrevistas, as propostas de revisão constitucional pelo meio, e o aumentar de tensões com o próximo OE no olho.


Em 2009 o OE foi o cartaz eleitoral do governo, em 2010 foi uma ilusão, em 2011 após Pecs, Pics e Pocs, e só porque fingir simplesmente já não funciona, é o despertar [tardio] do governo para a realidade que há muito negava. Nada de anormal, pois para este governo o que agora é certo amanhã é impensável [e vice versa]. Foi assim no défice, nos impostos, na própria realidade… enfim. Com os mercados nervosos e a nossa credibilidade em causa só agora o nosso ministro das finanças consegue ler muito bem os tais mercados. Tal aptidão dava jeito noutras alturas em que se assobiava alegremente para o lado.


Agora na boca do governo estão as “medidas corajosas”, o sentido de responsabilidade, e como sempre não há alternativa às opções do governo. Na mesa de negociações a delicadeza de um hipopótamo, característica deste governo que da maioria absoluta à simples maioria nunca foi fã da democracia. Ao contrário do que vaticinava em tempos Manuel Alegre, Sócrates não tem talento nenhum para governar em minoria… Está tudo muito bem, desde que se faça assim…


Admita-se que é preciso muita coragem para aumentar o preço do leite achocolatado e por aí em diante, ao mesmo tempo que se planeia prosseguir com o TGV, aeroporto e auto-estradas. É preciso coragem para tentar vender a ideia que afogar o consumo e desfraldar o rendimento, não levará a uma economia recessiva. Muita coragem deve-se ter para querer dar lições sobre despesa, enquanto saem estes dados da execução orçamental. Coragem é essencial ao apresentar-se um OE cheio de sacrifícios, e a salganhada de um BPN que vamos acabar por pagar bem para vender. Ora não fosse necessário salvaguardarmo-nos do risco de contágio que na altura apareceu de um momento para o outro [na cabeça do governo e boca do ministro das finanças, claro está].


Mas outros dias se avizinham, o Governo vai negociar o OE com o PSD e apesar dos “cantos gregorianos” da retórica partidária Coelho e Sócrates vão dançar mais um tango, a rumba e a macarena se for preciso. Tomar as rédeas portuguesas agora não dá muito jeito… e não nos esqueçamos que este OE é um imperativo patriótico. Afinal, o governo esforçou-se tanto para reduzir [e não extinguir] a margem de manobra… tanto quanto se esforçou o PSD para navegar o compasso de espera. Só um completo autismo político do PSócratismo impedirá o OE. Já provaram sofrer deste mal, mas dadas as circunstâncias tal cenário afigura-se improvável.




[Imagem retirada de ..mau-maria papoila..]

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Na calada da noite

Vítor Baptista perde umas conturbadas eleições internas para a federação socialista de Coimbra. Eis que surge Na “calada da noite” onde o deputado socialista [entre outras acusações] se insurge contra o chefe de gabinete de Sócrates, André Figueiredo, acusando-o de tráfico de influências: um cargo numa empresa pública à escolha e uma “cenoura” de 15.000 euros mensais em troca de uma não recandidatura.

Vítor Baptista acusa, Sócrates manda uma “boca” ao deputado [saber perder], André Figueiredo processa.

Tal como é apresentada, toda a situação é preocupante, talvez não surpreendente, mas preocupante. Não menos preocupante é a razão pela qual o caso foi exposto. De acordo com o próprio Vítor Baptista, porque perdeu as eleições, pois se as tivesse ganho teria mantido segredo para “preservar o partido socialista”. Para além da aparente atitude ressabiada é de relevar o caminho que muitos estão dispostos a percorrer para proteger os seus partidos e seus cargos políticos, apesar dos vistosos “bons costumes” e da tão mencionada… “honorabilidade”.

Mais uma vez preocupante, mas nem por isso surpreendente…


[Imagem retirada da Nova Esquerda]