quarta-feira, 3 de março de 2010

Debate Coelho-Rangel


Começa agora o ciclo de renovação do PSD, com três candidatos já há muito na ofensiva. Tendo em conta o normal tom das contendas laranjas, podemos esperar tempos humorísticos.


Pedro Passos Coelho foi o primeiro candidato e já possui uma “rede” de apoios e apoiantes [fruto das últimas eleições no PSD], bem como uma estratégia bem definida [que na sua forma é um tanto ou quanto Obamizada]. Rangel por outro lado saiu da actual direcção como o herói das europeias, e apresenta-se como a alternativa a Coelho e à actual direcção, porém ainda não conseguiu cimentar o seu lugar de candidato no que toca a apoios. Depois temos Aguiar-Branco um candidato por direito próprio, mas que não deixa de ser um herdeiro da direcção de Ferreira Leite, e como tal, um herdeiro da “elite” do PSD.


Este primeiro debate expôs desde logo as estratégias de cada um dos candidatos. Coelho tentou colar Rangel à actual direcção, e Rangel devolveu a cortesia colando-o à governação socialista. Vimos um Rangel demasiado confiante e desde inicio mais agressivo, munido de presentes armadilhados que ia deixando aqui e ali. Passos Coelho por outro lado, estava seguro e assertivo, deixando o tom agressivo do seu discurso escalar lentamente, ao longo da conversa. Não deixou de relevar o seu longo currículo no PSD, algo que deixa Rangel sem resposta, nem de dizer para Rangel que “faltar um compromisso eleitoral do ano passado, não é a melhor maneira de começar”.

Já no final as coisas começaram a aquecer com Passos Coelho a se eriçar. Rangel falava sobre deixar o Parlamento Europeu caso venha a ser líder do PSD, e Passos Coelho diz: “essa é uma das rupturas que vai fazer”… Rangel picou-se e urgiu ao adversário que não terminasse o debate com remoques. O que Rangel não sabia era que aquele foi um pré-remoque, o verdadeiro veio no finalzinho e acompanhado do dedo indicador de Passos Coelho: “Eu contarei convosco como os senhores não quiseram contar comigo.” [Remoca lá esta… deve ter pensado Coelho]. Uma derradeira hostilidade, para militante ver, que chapa na testa de Rangel tudo o que muitos militantes não gostam da actual direcção. A partir daqui houve um clique e o debate passou a capoeira nos últimos segundos.

Apesar do bom desempenho de Passos Coelho, Rangel não teve propriamente mal, e nestas coisas, o vencedor depende mais de quem vê. Já para não falar que cada candidato sabe a que militantes estão a apelar. Teremos agora mais debates que serão interessantes, porém o congresso do PSD é a arena principal desta disputa, e onde serão afincadas posições. Até lá Rangel prosseguirá com a sua ruptura e Coelho com a sua mudança.

[imagem retirada de Alegria Breve]

1 comentário:

jacinto disse...

O Rangel é um nojo