segunda-feira, 22 de setembro de 2008

O PSD continua estacionado


Enquanto o PS se lança com todo o fulgor da “Força da Mudança”, o PSD mantém-se estático, já bem merecedor da piadinha de Sócrates: “ao contrário de outros, a liderança do PS não se esconde das bases, nem anda a jogar às escondidas com o país.”

Manuela Ferreira Leite com a sua liderança, prometia dignidade, uma quebra com a hemorragia verbal da lideranças anteriores, bem como uma “unidade na diversidade”, ao invés, tornou-se especialista na arte do silêncio, com um conjunto de intervenções esporádicas, que para além de propiciarem mais margem de manobra aos outros partidos, denunciam uma crónica falta de propostas, ou [mais importante ainda] de alternativas.
Mostrou também uma total incapacidade para gerir as vontades internas, o que não admira nada, pois Manuela Ferreira Leite está mais acostumada ao estilo autoritário de Sócrates.
Como se isso não bastasse, a líder recusa-se uma e outra vez a cultivar a sua própria imagem, algo que quer queiram quer não, é inevitavelmente importante numa democracia mediatizada como a nossa. Eu também gostaria de pensar que as ideias só por si têm a força do voto, porém infelizmente, hoje em dia são necessários mais artifícios do que as meras ideias. Ainda para mais se tivermos em conta a máquina bem oleada de PSócrates.


Passos Coelho já se apercebeu que o PSD tem que se mexer, e defendeu que é preciso “acelerar” a construção de uma alternativa ao PS. Santana Lopes “o ponderado”, já falou na falta de ambição do PSD e na necessidade de se criar uma “dinâmica de vitória”, deixando de lado a ideia de se retirar ao PS a maioria absoluta. Até Marcelo Rebelo de Sousa no “Conversas em família”, já criticou o PSD por não se ter antecipado ao discurso de mudança de Sócrates.


Entretanto o PSD, pela boca de Aguiar Branco, considerou que o Governo “não tem força nem capacidade para fazer mudanças”, e… estaciona outra vez. Assim não vai lá de certeza.

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