segunda-feira, 29 de setembro de 2008

PSocratismo em alta


Acabou o Fórum Novas Fronteiras do PS. Com o encerramento a cargo de Sócrates, tivemos a oportunidade de ouvir que a realidade das escolas nos dias de hoje está completamente diferente da de 2005, isto porque o actual Governo “foi o primeiro a apostar na educação e formação como forma de ultrapassar as desigualdades existentes em Portugal.”
Pois está… até estatisticamente já está melhor [com menos reprovações]… um verdadeiro milagre. Que se continue… acabem-se com os chumbos e facilite-se o caminho ao “novo português” [qualificado e incompetente]. E temos agora mais tecnologia nas escolas, fruto de um plano tecnológico estrategicamente localizado.
Sócrates afirmou também, não querer que o país "volte atrás e seja novamente um mercado de mão-de-obra barata". Quando é que deixou de ser?... Lembro-me, assim de repente, de uma certa vez em que esse factor até foi evidenciado, para atrair o investimento de empresas estrangeiras… são coisas que me lembro.


Entretanto Mário Soares dá uma palavrinha sobre o Primeiro-ministro, afirmando tratar-se de “um homem que não sabe dizer que não”. [Que bela qualidade, para um Primeiro-ministro. Pensei eu.] E continuou:
Sócrates é um primeiro-ministro que vai à luta. Não manda os ministros. Nas coisas principais ele entra.” Público
A minha memória às vezes pega-me cada partida… vejam lá que o que eu só me consigo lembrar de um Primeiro-ministro:
- autoritário [quero mando e posso];
- que saltou para algumas das coisas principais, de modo a salvar o coiro aos seus ministros;
- que foge a sete pés de tudo o que é mau, e que foca a sua atenção em tudo o que lhe possa trazer vantagem;
- que interpreta a realidade portuguesa como mais lhe convém.
Mas isto é a minha memória...


Assistimos também à entrevista de Alberto Martins, na RTP2:

“O pior que podemos fazer é apresentar propostas experimentalistas ou vanguardistas e não procurar o maior consenso.”
[Notou-se o esforço do PSocratismo para procurar um maior consenso em torno das suas medidas vanguardistas, durante o seu mandato.]

”Não há calculismo político por causa das eleições a curto prazo. Há uma avaliação política no sentido de dizer que leis deste tipo devem ter uma legitimação social e eleitoral bastante.”
[Calculismo político, alguma vez. PSócrates não orientou toda a sua política e actuação em função do período eleitoral. È pura coincidência, o facto da questão social só recentemente ter aparecido, coberta de medidas. O governo humano que agora reluz, é o mesmo governo autoritário de outros tempos… antes é que estávamos a vê-lo mal.]

”Quem faz a interpretação do programa de Governo somos nós”
[Não me surpreende nada. Vindo de alguém que considera ter havido um mandato implícito na Lei do Divórcio, não me admira a engenharia de interpretação.]

”Não tenho medo de ser abandonado, mas não me sinto abandonado. Até porque em todas estas questões há uma interacção forte com o secretário-geral do PS.”
[Isto é o mais perto que vamos chegar do PS admitir o quão controlador é o PSocratismo… interacção forte…]


Ainda este fim-de-semana, Chávez veio a terras lusas e “disse acreditar também em José Sócrates para transmitir "a verdade" do que se passa na América Latina.” E aqui enganou-se, El Presidente… aparentemente nós é que estamos a contar com Chávez, para transmitir “a verdade” do que se passa em Portugal…

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