terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Excepções

Rios de tinta e fôlegos sem fim de palavras dedicadas à excepção açoriana na redução do vencimento dos funcionários públicos, que se veio a chamar de remuneração compensatória.

Menos palavras gastas na excepção dos cortes salariais para os trabalhadores das empresas públicas atafulhada à última hora, e defendida pelo governo, que se veio a chamar de adaptações autorizadas.

Menos ainda na excepção madeirense à redução dos salários dos titulares dos cargos políticos, que se veio a chamar de coisa nenhuma, porque nem se deram ao trabalho.

Uns para compensar perdas eleitorais, outros para defender os interesses do costume, recorrem todos às excepções para manterem vivas as demagogias naturais. Se a mesma criatividade e empenho fosse empregue no bom desempenho dos seus cargos…

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Foi presente



No jantar de Natal do PSD-M que Jardim decidiu dar um “presente” aos madeirenses…

“É aqui, hoje, esta noite perante vós que eu digo: sou novamente candidato”

É a surpresa total de uma candidatura virtuosa que se insurge contra…

“… ataques mais vis e ignóbeis em que uma garotada, uma canalha, está fazer como nunca nestes 30 anos ao PSD.”

É certamente para proteger a Madeira das investidas de…

“…uma união da maçonaria da Madeira Velha, dos socialistas e dos comunistas que estão todos juntos num ataque ao PSD onde vale tudo.”

El presidente falou também sobre o “salto geracional” que o PSD-M tem que saber fazer, e que “não pode ser discutido na praça pública a brincar aos delfins”. Até porque quando se fala em algo do género os “delfins” tendem a atropelar-se uns aos outros.

Enfim… Jardim igual a si mesmo. Quanto ao “presente”, passa-se o mesmo com as meias e as gravatas, é aquele presente de natal que já sabemos que iremos receber e quem vai dá-lo…

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

São direitos

Hu Jintao visita Portugal.

A Amnistia Internacional convoca um protesto em frente ao Mosteiro dos Jerónimos, por causa das contínuas violações de direitos humanos na China e para exigir a libertação de presos políticos ou por delito de opinião.

A Associação de Comerciantes Luso-chineses promove manifestação de apoio ao presidente chinês.

De acordo com o Governo Civil a Associação de Comerciantes pediu primeiro [ver comunicação] . Assim sendo, a manifestação de apoio fica bem em frente dos Jerónimos.

Quanto à manifestação da Amnistia Internacional, só por ter sido pedida em segundo lugar passa a ser considerada uma contramanifestação. Algo que só por si já é muita fruta… mas o que fazer? Os “apoiantes” pediram primeiro… Então o que aconteceu à tal contramanifestação? Foi posta na junto à Torre de Belém, bem longe de olhares asiáticos, e com os cumprimentos de António Galamba [Governador Civil].


Eis as razões…


Hu Jintao quer ajudar Portugal a ultrapassar a crise económica

Sócrates e Hu Jintao assinam vários acordos institucionais e empresariais

Milennium BCP assina acordo com maior banco chinês para cooperar também em África

Eléctrica chinesa quer entrar no capital da EDP

sábado, 6 de novembro de 2010

Passos Coelho responsabiliza


Passos Coelho defende a responsabilização civil e criminal dos responsáveis pelos maus resultados:

“Quem impõe tantos sacrifícios às pessoas e não cumpre, merece ou não merece ser responsabilizado civil e criminalmente pelos seus actos?”

Num rasgo súbito de demagogia, Passos Coelho tenta recuperar da imagem de “dançarino de tango”… Vamos responsabilizar os malandros, porque eles merecem… e pelo caminho tenta colar o PS à irresponsabilidade do poder, mencionando a fraca execução orçamental. Muito surpreendente seria estas declarações passarem de mera conversa.

Se Passos Coelho quer uma cultura de responsabilidade, refrescante seria começar por deixar a táctica partidária de lado.


[Imagem retirada de Dar à tramela]

Alegre desamparado


“Não é a sucessão dentro do partido que neste momento está em causa. O que está em causa é a democracia e é o futuro da democracia.”

“Há dirigentes do partido que têm as suas responsabilidades, têm que falar, têm que se comprometer, porque este combate não é só meu, não é só dos militantes, é de todos.”





[Imagem retirada de Blog operatório]

Agarra que é ladrão

Até agora os aposentados do Estado que estão a desempenhar funções públicas não podiam acumular a totalidade do salário e da pensão. Tinham de escolher qual receberiam na totalidade, e qual receberiam só um terço. O governo decidiu que a partir de 2011 ou um ou outro. De acordo com o governo a dificuldade está agora em saber quantos funcionários públicos acumulam a pensão e o salário.

Pessoalmente, não tenho qualquer problema com o impedir que o Estado pague à mesma pessoa pensão e salário, muito menos se tiver em conta o actual clima económico. Aparentemente este assunto não é pacífico para todos, especialmente para Alberto João Jardim. O Estado “é ladrão”,  diz Jardim, porque não permite a tal acumulação.

A última vez que a reforma do Presidente Regional veio à baila:

“…eu digo bastardos para não lhes chamar [aos jornalistas do continente] filhos da puta." Jardim

Assim sendo, chamar o Estado de ladrão não está nada mau, e afinal, o Sr. está preocupado com os princípios “fundamentais da União Europeia.” Esta indignação não é nova. Aliás, tudo o que tem a ver com reduzir o rendimento de políticos e/ou de partidos o Sr. Jardim está contra [também não é favorável à regulação e por aí em diante]. O PSD-M já tomou a liberdade de “proteger” o rendimento dos políticos madeirenses, com o Estatuto Político-Administrativo da RAM.

Artigo 75.º

(…)

2 - Aplica-se aos titulares dos órgãos de governo próprio da Região o estatuto remuneratório constante da presente lei.

(… e para que não hajam dúvidas …)

20 - O estatuto remuneratório constante da presente lei não poderá, designadamente em matéria de vencimentos, subsídios, subvenções, abonos e ajudas de custo, lesar direitos adquiridos.

É por estas e por outras que a Madeira Política vive um regime de excepção no que toca a estas matérias. Do acesso a uma subvenção vitalícia, à acumulação total de salário e pensão, a vergonhosa situação prossegue incólume. Jardim acumula a pensão de 4124 euros, com a totalidade do salário de presidente, quando no resto do país só recebem um terço de um deles. Com ele, Miguel Mendonça [presidente da Assembleia Legislativa regional], Carmo Almeida, Ivo Nunes, Gabriel Drumond [os 3 deputados do PSD], e André Escórcio [deputado do PS], também usufruem da gloriosa excepção.

Indigne-se com isso…


[Imagem retirada de INGEEK]

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

São heróis!


Passou na generalidade, agora vai para a discussão na especialidade. O compromisso levou a melhor, mediante a difícil situação que o país atravessa… seria o que poderíamos dizer, caso tivesse havido algum pingo de responsabilidade e verdadeiro patriotismo por parte dos partidos. Mas na verdade a obstinação de sempre do PSocratismo, o consentimento do PSD [ambos com um teatrinho à mistura], bem como o medo velado do défice e dos mercados foi o que conduziu a esta viabilização.

A crispação na AR mostra bem a fragilidade política de um OE feito PEC em nome de um qualquer imperativo patriótico. A fraca execução orçamental, a estabilidade política de fachada, e a ilusão de crescimento económico promovida pelo Governo, dão uma “perninha” ao tal “comportamento especulativo”  para a subida dos juros. Aparentemente, apesar de toda a propaganda, essa coisa de aprovar um “mau orçamento” não dá muito resultado no que toca à credibilidade [Vá se lá saber porquê!?!]. Tanto patriotismo gasto com a ingratidão dos mercados. É uma pena…


Só nos vale a sorte nos erros de última hora que por aí acontecem, que têm um carácter equilibrado tal como todos os “erros” tendem a ter. Uma subida simultânea dos totais da despesa e receita em 831 milhões [não tem efeito no défice] não é engenharia financeira. É muita sorte. Quase tanta sorte como a que será precisa para evitar a recessão. 

De qualquer maneira os propósitos estratégicos dos partidos estão servidos. O PCP, BE, e CDS-PP opuseram-se à enxurrada que por aí vem… São heróis! O PSD, que lava as mãos das consequências deste OE, viabiliza-o salvando Portugal das mãos do implacável FMI e dos assanhados mercados… São heróis! O PSocratismo através de medidas corajosas combate a crise em que o país mergulhou [sem culpa nenhuma para o governo, claro está]… São heróis!


[Imagem retirada de Mauri Siqueira]

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Coelho ao Poleiro

Já tem página oficial de candidatura.



Enfim…

E já lançou a sua candidatura. Recuperou o carro funerário e o “amigo” das últimas autárquicas, desta forma:


[Imagem retirada do PND-Madeira]

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Um candidato a sério

Mais uma “reviravolta” nas Presidenciais. Um candidato madeirense que irá com certeza ameaçar a candidatura de Cavaco Silva … [rufo] … José Manuel Coelho do PND Madeira.



Ainda no processo de recolha de assinaturas a candidatura já tem um lema:

“Basta de pastéis, Coelho a Belém”

E para que não haja dúvidas os “pastéis” são mesmo os outros candidatos a Belém.


José Manuel Coelho pretende “percorrer Portugal de Viana do Castelo a Faro, porque esta é uma candidatura nacional, não é só madeirense.” Só boas notícias. Já era tempo do país conhecer o melhor que a palhaç… digo, propaganda política madeirense tem para oferecer.

Veja aqui os exemplos a que me refiro.

O Pacto


Enquanto decorria o Conselho de Estado dedicado ao tema, Teixeira dos Santos e Catroga reuniam na casa do segundo. Da chaminé de Catroga saiu fumo branco… objectivo atingido, foi negociada… uma abstenção. Um OE 2011 que já se tinha tornado um imperativo patriótico prossegue viagem. E que alteração substancial ao OE foi alvo de tanto rebuliço? Nenhuma, pois todos menos o Governo concordam este é um mau orçamento. O PSD cedeu aqui, o Governo ali. Ambos “salvam face” porque negociaram, e salvaram o país do monstro FMI.


Do lado de Coelho a necessidade perante as circunstâncias determina a viabilização, mas não sem minorar as consequências mais negativas deste OE. Assim tal como Pilatos o PSD lava as mãos e a responsabilidade pelo OE é só do Governo. Certamente que também não passará de mera coincidência a disponibilidade para acordo por parte do PSD e a candidatura do cidadão Cavaco. Podemos ler no comunicado do partido que...

”de acordo com os dados que finalmente o Governo apresentou sobre a evolução das contas públicas, foi possível constatar que a derrapagem orçamental (…) é bastante mais grave do que aquilo que tem sido afirmado”

…e por causa disso, não puderam…

“ir mais longe na procura de soluções que, nomeadamente no tocante ao IVA e à TSU, permitisse minorar mais a sobrecarga fiscal.”

Mais boas notícias que nos permitem desenhar um lindo cenário.

Do lado do governo o adiar do fumo branco permitiu a Sócrates poder ir falar para a Europa sobre a sua corajosa e solitária cruzada contra o défice. E esta coisa de ceder em pormenores tem muito que se lhe diga. Teixeira dos Santos pode agora dizer que “o acordo tem consequências”. Qualquer coisinha… foram as consequências! Com 500 milhões de euros para compensar o acordo, o ministro fala em encontrar um “mix adequado” [despesa\receita]. Já o PS promete que não irá recorrer ao aumento de impostos. Por muito que leia esta última frase, ela nunca deixa de ter piada…


Mesmo sem ter em conta a telenovela política que tivemos a “oportunidade” de assistir, o espírito por trás do acordo torna-se visível quando nem houve lugar para uma declaração conjunta. Só podemos antever “próximos episódios”. Não deixa de ser irónico que na conferência de imprensa onde Teixeira dos Santos confirmou o tão almejado acordo, ter falado também sobre novas medidas para pôr o défice em 4,3%. Avizinham-se mais anos da crise, dos PEC, e das danças.

 
Quanto aos outros partidos, o BE e PCP nem se preocuparam com a viabilização do OE, dado que a direita iria certamente preencher o vazio. Fecharam qualquer porta à negociação anunciando um chumbo. Uma atitude coerente tendo em conta os historiais, mas nem por isso responsável ou mesmo democrática. O CDS-PP deixa o anúncio do chumbo para quando estava claro que o palco ia ser todo de Coelho. Sócrates não permitiria que fosse de outra maneira. Uma vez parceiro de dança…


Uma notícia positiva é que aparentemente o pacto PS\PSD foi bem recebido na imprensa internacional. Pode ser que isso acalme o nervosismo dos mercados. E muito simpáticos foram os senhores jornalistas estrangeiros, porque caracterizaram o teatro político-partidário que durou 7 dias, como “várias semanas de tensas negociações”. Assim, até parece bem! 


domingo, 31 de outubro de 2010

Mui Nobre (2)

A candidatura de Fernando Nobre reconhece o atraso de um mês de renda, e não os seis meses avançados pela SIC em entrevista com o senhorio. Aparentemente já na última sexta-feira ficou combinado com o senhorio que a candidatura iria proceder a novos pagamentos.

O que será que aconteceu aos outros cinco meses? De acordo com Fernando Nobre “é óbvio” que “do que se trata não é de pagamentos em falta”, mas sim de “denegrir a candidatura.” Será?

De qualquer maneira, caso seja mesmo um atraso de um mês o meu último post não se justifica.

[Ver Mui Nobre (1)]

Mui Nobre

O candidato Fernando Nobre há pouco tempo falava na necessidade de rigor na gestão pública:


…e acrescentava…

"…há que repensar tudo isso e ter um saneamento das contas."

Sede de Candidatura




Dois meses depois destas palavras serem proferidas a candidatura de Fernando Nobre deveria pagar 108 mil euros ao senhorio, por 6 meses de renda. Acabaram por pagar 20 mil euros pois aparentemente estavam com problemas de financiamento. Que é como quem diz: Não têm dinheiro para pagar os sonhos que ultrapassam as suas capacidades.


Agora Fernando Nobre corre o risco de perder a sede...



Enfim... Façam o que eu digo e não o que faço...




[Ver Mui Nobre (2)]

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Outras campanhas



Os melhores momentos do período de campanha política em 2010 nos E.U.A.:





Uma candidata que já praticou bruxaria e que durante uma campanha ouvia a voz de Deus...

Um candidato democrata que diz:” Mr Obama could "take his endorsement and really shove it"...

Uma candidata que afirma haverem duas cidades norte-americanas que funcionam sob a Sharia [lei sagrada do Islão]...

“Scratch and sniff” a propaganda política que cheira mal...

Vale a pena dar uma olhada.



Negociações...

Em alturas de Conselho Europeu com a crise e a disciplina financeira na ordem do dia, a Alemanha e França querem apertar o cerco aos países incumpridores com mecanismos de gestão de crises e penalizações, chegando a ser sugerido o retirar de direitos de voto. Sob um clima de revisão do Tratado de Lisboa com vista a disciplina financeira, Lisboa chega sem acordo para o OE e com a pressão dos mercados a aumentar


As negociações entre PS e PSD foram rompidas com espalhafatosos directos televisivos indicativos do que foi a realidade das “negociações.” As mútuas acusações de falta de disponibilidade para negociar deixam a nu as verdadeiras razões para este desenlace. Não foi certamente uns milhões que provocaram o desentendimento. Foram antes razões políticas, só partidariamente relevantes, as verdadeiras causadoras desta trica. PS e PSD brincam agora à batata quente. Ambos estão disponíveis, ambos esperam que o outro dê o primeiro passo.


Em princípio o OE passará, mas não podemos deixar de lado toda a telenovela política. Para quê criar consensos e trabalhar em conjunto? Reunir com os vários partidos e pensar um orçamento atempadamente com negociações sérias, responsáveis e [necessariamente] demoradas? Não… Vamos antes deixar para as últimas e conseguir um arranjinho com o maior partido de oposição. Isso é que é negociar. Demoradas? Não há nada como tentar resolver o assunto uns dias antes, com umas horas de retórica partidária.


Neste caso, o autismo político do governo só é complementado pela incapacidade dos partidos para pensar além do próximo acto eleitoral. As inflamadas e muitas vezes jocosas declarações denunciam a incapacidade negocial de todos os partidos, bem como a facilidade com que cedem ao oportunismo partidário. Responsabilidade e Sentido de Estado são meras palavras na boca de muitos destes políticos usadas quase exclusivamente para justificar votações. Não é à toa que muitos destes filósofos da democracia só sabem funcionar com maiorias absolutas. Um mal que se estende do poder local, aos corredores de São Bento.


Amanhã Cavaco Silva dará um exemplo da tal “magistratura activa” [o pós magistratura de influência…] de que falava, com o Conselho de Estado apontado no OE. Atitude que também podia ter vindo mais cedo, pois a situação certamente o exigia.


[Imagem retirada de Corridas e patuscadas]

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Pormenores

O desnorte de um governo que deixou arrastar uma situação má de tal maneira que já não sabe onde mais cortar, leva a que no nosso Estado laico um governo socialista proponha no OE a discriminação de todas as religiões em relação à católica [quanto ao pedido de reembolso do IVA].



Erro ou manobrismo político?

Onde encontrar os candidatos?


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Reeditando candidatura

Acabou-se o tabu e Cavaco é candidato. Assim a bem dizer, Marcelo Rebelo de Sousa tomou a liberdade de levantar esse véu há uns dias atrás. Mas o discurso foi ontem e Cavaco optou por uma reedição da candidatura que o levou à presidência.

Em 2005 Cavaco candidatava-se por “imperativo de consciência” não se resignando a uma situação difícil, e com um olho no futuro. Agora candidata-se “por dever” perante uma situação extremamente difícil e pelo futuro de Portugal.

Cavaco apostou na sua experiência e na estabilidade da sua “magistratura de influência” para cativar os portugueses, só é pena que o “Presidente próximo das populações” por mais do que uma vez tenha roçado a altivez:

Orgulho-me de ser um dos responsáveis políticos que melhor conhece a realidade das diferentes regiões do País.”


O que teria acontecido sem os alertas e apelos que lancei na devida altura, sem os compromissos que estimulei, sem os caminhos de futuro que apontei, sem a defesa dos interesses nacionais que tenho incansavelmente promovido junto de entidades estrangeiras?”

Em 2005 o candidato Cavaco pediu a suspensão da sua filiação no PSD e não se candidatava contra ninguém, agora Cavaco tem uma candidatura independente de todas as forças partidárias, e: “O meu partido é Portugal.”…muito ao estilo do companheiro Jardim que afirma: “O meu Partido é a Madeira.” São palavras muito bonitas que caem bem no ouvido, mas na verdade o “independente” Cavaco é a candidatura do PSD apoiada pelo CDS-PP, tanto quanto o “independente” Alegre é a candidatura do PS apoiada pelo BE.

Para além da menção ao desempenho irrepreensível [de acordo com o próprio] do seu mandato como Presidente, a grande diferença para 2005 foi o anúncio da contenção na despesa da sua campanha. Em tudo diferente das últimas presidenciais onde Cavaco foi protagonista da campanha mais cara. “Não colocarei um único cartaz exterior” diz Cavaco em jeito de boca a Alegre…



… ou até mesmo a Nobre que pelo menos na sede pensa em grande…


Os restantes candidatos reagiram logo:

- Para Defensor Moura [o socialista que “complementa a candidatura de Alegre”… enfim…] Cavaco traz “zero novidades”;

- Para Francisco Lopes [candidato do PCP] a longa experiência de Cavaco, como PM e PR, foi o que nos trouxe a esta situação difícil;

- Para Nobre [o verdadeiro independente] é necessário "escrever um novo livro, com um novo Presidente da República";

- Já Alegre [candidato do PS], que antecipou-se ao anúncio de Cavaco, a única novidade é que este tem os mesmos apoios de 2005 enquanto ele [Alegre] agora tem mais apoios.

As Presidenciais 2011 já estão em marcha, agora só falta saber se Manuel João Vieira, líder dos Ena Pá 2000 sempre vai ser candidato.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Conta-me contos

A surpresa das surpresas! Ainda nem acabaram as negociações e  Passos Coelho já tenta justificar a abstenção do PSD:


Vai ou não vai um tango? Vai pois...


[Imagem retirada de Cidade Solitária]

PNR merece prémio

Em 2010 foram muitos os cartazes políticos que foram aparecendo [ver]. O PCP e BE dominam a paisagem propagandística, mas é o PNR que merece destaque com esta beleza:



Uns porquinhos, uma maminha... produção nacional... lindo.

[Imagem retirada do Politikae Imagens]

domingo, 24 de outubro de 2010

Regionais na Madeira... asseguradas

É com atenção aos “constrangimentos impostos pela situação económica e financeira do país” que a Assembleia Legislativa da Madeira optou por reduzir o seu orçamento 334,5 mil euros. Em nada diferente de um milagre, isto para uma Assembleia que não há muito tempo conseguiu a proeza de ter menos um terço de deputados e praticamente o mesmo orçamento do ano anterior a esse… Não obstante o que não deixou de aumentar foram as transferências para os partidos com uma subida de 5%. Até calha bem porque vai ser ano de eleições regionais e todos os tostões contam.


Não é segredo nenhum que aquilo que é para os grupos parlamentares rapidamente chegará às campanhas eleitorais. E a julgar pelo último chorrilho de multas relativas a 2007, o TC bem que pode censurar, mas de facto o “crime compensa”. As boas notícias são que os madeirenses poderão beneficiar de uma rica campanha em tempo de crise. E afinal, Alberto João Jardim precisa disso… já que a crise não permite a habitual campanha eleitoral recheada de inaugurações, alguém tem que pagar o habitual Tony Carreira...

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Vai uma dança?

Depois do último tango Sócrates e Coelho esforçaram-se por conseguir uma distância higiénica, não fosse voltar o fantasma da falta de alternativas e colagem conseguido em tempos idos… muitas entrevistas, as propostas de revisão constitucional pelo meio, e o aumentar de tensões com o próximo OE no olho.


Em 2009 o OE foi o cartaz eleitoral do governo, em 2010 foi uma ilusão, em 2011 após Pecs, Pics e Pocs, e só porque fingir simplesmente já não funciona, é o despertar [tardio] do governo para a realidade que há muito negava. Nada de anormal, pois para este governo o que agora é certo amanhã é impensável [e vice versa]. Foi assim no défice, nos impostos, na própria realidade… enfim. Com os mercados nervosos e a nossa credibilidade em causa só agora o nosso ministro das finanças consegue ler muito bem os tais mercados. Tal aptidão dava jeito noutras alturas em que se assobiava alegremente para o lado.


Agora na boca do governo estão as “medidas corajosas”, o sentido de responsabilidade, e como sempre não há alternativa às opções do governo. Na mesa de negociações a delicadeza de um hipopótamo, característica deste governo que da maioria absoluta à simples maioria nunca foi fã da democracia. Ao contrário do que vaticinava em tempos Manuel Alegre, Sócrates não tem talento nenhum para governar em minoria… Está tudo muito bem, desde que se faça assim…


Admita-se que é preciso muita coragem para aumentar o preço do leite achocolatado e por aí em diante, ao mesmo tempo que se planeia prosseguir com o TGV, aeroporto e auto-estradas. É preciso coragem para tentar vender a ideia que afogar o consumo e desfraldar o rendimento, não levará a uma economia recessiva. Muita coragem deve-se ter para querer dar lições sobre despesa, enquanto saem estes dados da execução orçamental. Coragem é essencial ao apresentar-se um OE cheio de sacrifícios, e a salganhada de um BPN que vamos acabar por pagar bem para vender. Ora não fosse necessário salvaguardarmo-nos do risco de contágio que na altura apareceu de um momento para o outro [na cabeça do governo e boca do ministro das finanças, claro está].


Mas outros dias se avizinham, o Governo vai negociar o OE com o PSD e apesar dos “cantos gregorianos” da retórica partidária Coelho e Sócrates vão dançar mais um tango, a rumba e a macarena se for preciso. Tomar as rédeas portuguesas agora não dá muito jeito… e não nos esqueçamos que este OE é um imperativo patriótico. Afinal, o governo esforçou-se tanto para reduzir [e não extinguir] a margem de manobra… tanto quanto se esforçou o PSD para navegar o compasso de espera. Só um completo autismo político do PSócratismo impedirá o OE. Já provaram sofrer deste mal, mas dadas as circunstâncias tal cenário afigura-se improvável.




[Imagem retirada de ..mau-maria papoila..]

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Na calada da noite

Vítor Baptista perde umas conturbadas eleições internas para a federação socialista de Coimbra. Eis que surge Na “calada da noite” onde o deputado socialista [entre outras acusações] se insurge contra o chefe de gabinete de Sócrates, André Figueiredo, acusando-o de tráfico de influências: um cargo numa empresa pública à escolha e uma “cenoura” de 15.000 euros mensais em troca de uma não recandidatura.

Vítor Baptista acusa, Sócrates manda uma “boca” ao deputado [saber perder], André Figueiredo processa.

Tal como é apresentada, toda a situação é preocupante, talvez não surpreendente, mas preocupante. Não menos preocupante é a razão pela qual o caso foi exposto. De acordo com o próprio Vítor Baptista, porque perdeu as eleições, pois se as tivesse ganho teria mantido segredo para “preservar o partido socialista”. Para além da aparente atitude ressabiada é de relevar o caminho que muitos estão dispostos a percorrer para proteger os seus partidos e seus cargos políticos, apesar dos vistosos “bons costumes” e da tão mencionada… “honorabilidade”.

Mais uma vez preocupante, mas nem por isso surpreendente…


[Imagem retirada da Nova Esquerda]

sábado, 25 de setembro de 2010

Manipulação? Propaganda?

Esta semana falou-se da situação Diário de Notícias e Jornal da Madeira na comissão parlamentar de ética, e como era de se esperar duras críticas foram feitas a Alberto João Jardim.

O Jornal da Madeira [… jornal do governo regional… Madeira Livre II … tanto faz] é na prática o equivalente a um instrumento do ministério da propaganda de Alberto João Jardim. Gratuito [isto é, pago pelo erário público…] e 100% laranja da madeira [há diferença!], este jornal é o mais triste exemplo tendência manipuladora do governo de Jardim, que não se fica pela imprensa escrita [ou sequer pela imprensa]. Dos artigos de opinião às notícias, tudo tresanda a propaganda, e mais uma vez… paga pelo erário público.

O PSD-M bloqueia as discussões sobre a situação da imprensa no parlamento regional. O governo hiper-financia o dito jornal, o governo manda nos conteúdos produzidos. O governo reduz a publicidade oficial quase a zero no DN em benefício do JN, e surgem acusações do uso de métodos ainda mais “reprováveis” para reduzir a publicidade no DN. O DN [anti-jardim] é encostado à parede, o pluralismo vai à fava, e a liberdade de imprensa sangra. Tudo isto com o beneplácito dos sucessivos governos, deputados, partidos e afins.

E agora um momento lúdico… tentar encontrar o querido líder do governo regional nas primeiras páginas do Jornal da Madeira dos últimos oito dias.









Para terminar nada melhor do que o “lema”… ou talvez ameaça… do Jornal da Madeira:

Se quer viver informado, leia o Jornal da Madeira. Se quer conflitos inúteis, leia e ouça outros.”

...Sublime...

domingo, 15 de agosto de 2010

Multados

Mais uma habitual ronda de multas para os partidos [Acórdão N.º 316/10] , com os Madeira em 2007. O PSD de Jardim lidera a tabela das multas, tendo que pagar 10 mil €. Logo a seguir o CDS-PP e a CDU, com uma multa de 8 mil € cada. Ao PS e BE uma prenda de 6 mil €, e o PND e MPT são presenteados com uma multa de 4 mil e 500 € cada.


Só mais um capítulo na telenovela partidária do “crime compensa”. Ainda assim, o TC foi ameno nas multas, pois os montantes poderiam ser muito mais elevados. Aparentemente o TC considerou como atenuante o facto de estas eleições serem as "primeiras eleições de deputados à Assembleia Regional" a "obedecer ao regime de financiamento e organização contabilística" definido pela lei 19/2003


Eles é… não reflectir nas contas as contribuições do partido em meios e dinheiro… receber dinheiro para a campanha depois do acto eleitoral… não apresentar descritivos pormenorizados e claros nas facturas de fornecedores… pagar despesas com contas bancárias que não a de campanha… falta de registo ou certificação das contribuições… subavaliação da subvenção estatal… enfim, uma baralhada onde se tenta que caiba tudo. Não obstante, tivemos alguns políticos a reclamar da lei:


Deve estar a referir-se à dinâmica da campanha em receber €90.000,00 do partido depois do acto eleitoral…

O TC tem “uma visão demasiado restritiva”…“O BE-M teve o cuidado de apresentar na sua contabilidade todas as despesas efectuadas.” Roberto Almada [coordenador regional do BE]

Até porque o problema do BE estava nas receitas…




Assim continua o incumprimento sistemático por parte dos partidos no que toca as receitas e despesas de campanha [outro exemplo]. Seja aldrabice, incompetência, ou pura desorganização, há uma coisa que não deixa de ser… um comportamento a não seguir. Nada mau… numa democracia representativa…

[Imagem retirada de froog.com.br]

sábado, 14 de agosto de 2010

Sistema de purga do PS II



Está feito, sem novidade ou exclamação. Narciso Miranda e mais uns quantos têm ordem de expulsão do PS.

Quanto às expulsões o que penso resume-se a isto:

“(…)No entanto não sei o que é pior:

- Se a tentativa de automatizar os militantes;
- Se a admissão de que a orientação de um partido é tão limitada, que oferece sempre uma via, a única para uma pessoa que em plena consciência abraçou um determinado partido;
- Se a ideia peregrina de que perante a decisão, o que eu considero melhor para o país [ou distrito, etc.], ou o que o partido considera ser melhor, um bom militante não pensa por si.

Enfim…” Sistema de purga do PS 

Mal ou bem, a prática é comum por entre os partidos [ex: PSD], e estando prevista nos estatutos é também legal. Por causa do pormenor de estar previsto nos estatutos, muito surpreende a atitude de revolta de Narciso Miranda. É caso para perguntar: Estava à espera de quê? Se Kafka consta dos estatutos…


Ainda no mesmo assunto, melhor resposta o PS não poderia dar:


Sejam bem vindos ao quintal de Narciso!

Tabuzinhos de Verão



Pois…


[Imagem retirada de nunomalo.com]

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Sobre os chumbos



Agora que pela mão da ministra, Isabel Alçada, voltamos a falar do valor pedagógico da reprovação [PSD, CDS-PP, PCP] importa lembrar que embora não seja necessário inventar o que já existe, a tentativa de um copy paste à la nórdica chocaria com a realidade da educação portuguesa. Isto já para não falar que a fórmula do chumbo só por si não têm nada de pouco pedagógico, desde que os casos sejam sujeitos ao acompanhamento devido. Menos pedagógico [e muito menos justo] será deixar que um aluno, que por qualquer razão não tenha atingido as metas de aprendizagem, transite de ano aumentando cada vez mais a lacuna de conhecimentos entre colegas e a própria matéria. Claro está que tudo isto é conversa se não houver um acompanhamento efectivo e proporcional.


De pouca monta será também o argumento pecuniário dado que devemos estar atentos ao preço por aluno e à redução dos custos, mas não podemos pôr um preço na educação desse mesmo aluno. Até porque 600 milhões de euros na educação batem de longe outros gastos que se vêem por aí. Este será até um caso em que um maior investimento preventivo no aluno provocará uma redução dos factores que levam à maior despesa, eliminando desta forma tal argumento.

Dos chumbos ninguém gosta. Só que o verdadeiro problema não é eles existirem, é eles acontecerem. Antes de dar um salto maior que as pernas, percamos mais tempo a considerar indicadores como as médias negativas dos exames nacionais, e menos tempo a olhar para indicadores que sofreram numa ou noutra altura  processos de cosmética, potenciais geradores do novo adulto português qualificado e incompetente. Embora seja reconhecidamente uma característica da governação PSócratista, nisto não basta parecer, é mesmo preciso ser.

 
[Imagem retirada de AirGun.com.br]

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Interesses estratégicos – Preço: 300 e tal milhões

Há pouco tempo atrás, com um não ao negócio:

“O Governo fez o que devia fazer para defender os interesses estratégicos de Portugal e da Portugal Telecom (PT)”


“E a verdade é que esta proposta não convenceu o Estado, não convenceu o Governo.” O Socialista, José Sócrates

Agora, com um sim a praticamente o mesmo negócio:

“A defesa intransigente do interesse estratégico foi absolutamente essencial para que a PT pudesse fazer um excelente negócio.”


A Oi, uma empresa “com mais clientes e mais facturação”.


Do PSD reclamam e bem



Afinal a Golden share não era um instrumento regulatório, era apenas um governo com um matraquilho financeiro. Algo que diz muito quer dos “interesses estratégicos”, quer da maneira de actuar deste governo.


[Imagem retirada de sabetudo.net]

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Política da não notícia


 
Vamos a meio de uma semana que continua marcada pela proposta de revisão constitucional do PSD, e mais importante ainda, marcada pelo coro de situacionistas da política portuguesa do BE ao CDS-PP que vêem o status quo ameaçado pelo… [tremei]… malfadado liberalismo [UuuuUUUuuuHhhhh…]. O drama de um “mal” que ainda não tem expressão em Portugal. Mesmo com Passos Coelho, um social-democrata [quer queira, quer não]. E do PS, acusações de retrocesso, a destruição do Estado Social, o retrocesso, o mau timing, o retrocesso… mas apesar de tudo até dá jeito ir na onda com comissões para analisar o “pesadelo“ que vem do PSD, ou não fosse útil tirar partido de clichés instituídos para “malhar” no PSD.


A custo de um suposto “preço político” Passos Coelho marcou a agenda política, e a diferença entre PSD e PS [diferença essa que se esbaterá por alturas do próximo tango]. Coelho mantém o ânimo combativo com o mau desempenho das contas públicas de um governo que, seguindo a moda política portuguesa, corta em tudo menos no que deve. Isto para preparar uma boa reentre capaz de sustentar o peso das cedências que eventualmente terá que fazer.


Coelho faz tudo menos embarcar no comboio de Jardim e demais seguidores, que numa prossecução da inimputabilidade política que vive o PSD-M, segue para uma recandidatura de Jardim que ninguém sabe se vai acontecer [pois…]. Uma espécie de parente exuberante do “tabuzinho” da recandidatura de Cavaco... enfim. Depois da sua habitual verborragia na festa do PSD-M, marcada pelo constante esbracejar do Presidente Regional, e pelo “pano de fundo” da musiquinha do PSD, Jardim decidiu “diagnosticar" a justiça em Portugal:


Queixinhas contraproducentes quando não interessam ao Sr. Jardim. Pois quando Sua Excelência decide fazer queixinhas das suas [Jardim processa: o dirigente do PND-Madeira; a PSP Madeira; Carlos Pereira e o DN-Funchal] o “funcionamento da justiça” já não é relevante.


Já que é de justiça que falamos, “A verdade acaba por vir ao de cima”, diz Sócrates sobre o Freeport. E é mesmo verdade… veio ao de cima a verdade de uma justiça castrada e condicionada.


[Imagem retirada de Muambeiros]