É o que diz o livro [JN] "A Corrupção e os Portugueses. Atitudes, práticas e valores". A cunha funcional, a corrupção facilitadora… Um dos poucos exemplos em que a corrupção aparece como um factor aparentemente positivo, algo muito característico de um Estado pesado e pouco funcional. Só é pena que a imagem positiva se perde quando focamos o problema. Se tomarmos o exemplo do Lisboagate, não basta ser-se pobre ou necessitado, temos que ser pobres com a felicidade de ter uma cunha.
O reconhecer-se o que provoca a aceitação da cunha como algo positivo ou até mesmo necessário, é um passo que leva a reconhecer-se a necessidade de diminuição do poder discricionário [com a rotação regular do titular do poder, ou a diminuição do âmbito desse poder], a necessidade de completa transparência [o que aumenta a responsabilização e facilita a supervisão], a necessidade de processos simples e abertos [sem mais entraves do que os necessários]. Todas elas, alterações que requerem vontade política e uma não acomodação social. Não culpemos só a cultura portuguesa ou os cidadãos, por uma situação também criada pelas estruturas.
O país dos cordelinhos? Não… O país com cordelinhos…
O reconhecer-se o que provoca a aceitação da cunha como algo positivo ou até mesmo necessário, é um passo que leva a reconhecer-se a necessidade de diminuição do poder discricionário [com a rotação regular do titular do poder, ou a diminuição do âmbito desse poder], a necessidade de completa transparência [o que aumenta a responsabilização e facilita a supervisão], a necessidade de processos simples e abertos [sem mais entraves do que os necessários]. Todas elas, alterações que requerem vontade política e uma não acomodação social. Não culpemos só a cultura portuguesa ou os cidadãos, por uma situação também criada pelas estruturas.
O país dos cordelinhos? Não… O país com cordelinhos…
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