sábado, 23 de agosto de 2008

Os partidos começam já a “afiar a língua”


Na linha do que Aguiar Branco já havia criticado, o PSD pede que a cabeça do Ministro da Administração Interna, seja servida como prato principal na rentrée do partido:

"O PSD recusa pactuar com a tentativa enganosa do primeiro-ministro em transmitir aos portugueses uma ideia de normalidade em matéria de segurança e exige a substituição do Ministro da Administração Interna, bem como o esclarecimento das medidas que irão ser postas em prática de forma a ultrapassar o aumento da criminalidade violenta"


Não acredito que Rui Pereira esteja isento de culpas nesta matéria, mas daí a pedir a sua demissão, vai um longo caminho. O PSD está a se aproveitar de que o país está a acordar para o aumento da criminalidade violenta, de modo a ganhar pontos [ou retira-los] para 2009, caindo no exagero. A insegurança tem vindo a fermentar há muito tempo, fruto da ineficácia policial e judicial [ou a mera sensação de tal]. O que reduz eficazmente a criminalidade, são as perspectivas de ser ou não apanhado, mesmo se considerarmos a gravidade maior ou menor das penas. Já para não falar, nos casos das “quintas” que derivam mais de aspectos que torneiam o modo como os bairros sociais são criados, as politicas de integração social e a situação económica. Uma melhor estratégia seria a de pedir que o MAI fosse ao parlamento e pegar a partir daí, atacando o que não foi feito e especialmente o que deveria ser feito, dada a necessidade de fugir à apresentação de uma critica oca.
A reacção do PS, por intermédio de Vitalino Canas foi rápida, indicando que o PSD está a tentar “desesperadamente dizer alguma coisa", de maneira a responder às criticas internas, acrescentando que o "PSD em vez de correr desesperadamente contra si próprio devia ter uma posição de Estado e apoiar o Governo." Eu não iria assim tão longe. A posição de Estado não incluirá com certeza o fechar os olhos.



Depois do acidente na linha do Tua, que provocou a morte de uma mulher e 42 feridos, Mário Lino anunciou a abertura de um inquérito: “Vamos fazer um inquérito aprofundado. Esperamos que até dia 24 de Agosto já esteja terminado.” Amanhã, portanto.
O Bloco não ficou muito convencido e decidiu chamar Mário Lino ao parlamento, como podemos confirmar pelo comunicado do Bloco. Já o Bloco de Esquerda de Mirandela, decide ir um bocadinho mais longe com este post, Chega de acidentes na linha do Tua!, onde podemos ler:


“Estranho é que os acidentes só tenham ocorrido depois de se ouvir falar na construção da Barragem Foz–Tua que, a ser construída e segundo o projecto, inviabilizaria grande parte do actual traçado, de grande valor patrimonial.”


“A situação de grande instabilidade que se está a criar quanto à segurança da linha, torna exigível que os responsáveis pela sua manutenção e segurança e, desde logo, os responsáveis governamentais pelos transportes e mobilidade, tornem pública uma avaliação integral das condições de operação da linha e do respectivo material circulante, bem como as conclusões sobre as razões e responsabilidades de tantos acidentes em tão pouco tempo.”

Fico-me…

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