quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Noites Olímpicas

Ontem à noite estive a ver o programa da RTP, Noites Olímpicas, que teve como convidada Odete Santos. Também lá estava o bode expiatório da comitiva portuguesa em Pequim Marco Fortes, autor do lançar de manhã é complicado.

«Cheguei à conclusão que de manhã só estou bem na “caminha”. Lançar a esta hora foi muito complicado. Apesar de ter entrado bem na prova, com dois lançamentos longos com mais de 19 metros, no último lançamento as pernas queriam era estar esticadas na cama», disse o atleta, em declarações à RTP. Embora não seja uma boa explicação, a da “caminha”, fiquei surpreendido [talvez por ingenuidade] pelo turbilhão que tais declarações causaram na cabeça de algumas “princesas” portuguesas que, esbaforidas, começaram logo a cuspir veneno em todas as direcções. Gostava de saber quem mais que o próprio atleta gostaria que o mesmo tivesse melhor desempenho nos jogos olímpicos. E que atire a primeira pedra aquele que não acha que tem maior rendimento físico pela tarde. Não estou a sugerir que aquelas declarações não tenham sido um pouco infelizes no entanto, não me parecem ter sido o suficientemente escabrosas para provocarem esta onda de indignação. De qualquer maneira, já foi oferecido o cordeiro para o sacrifício na tentativa de se acalmarem os espíritos mais irados. Foi o próprio atleta que confirmou ter sido elegantemente convidado a abandonar a missão olímpica portuguesa. Muito divertido pois quanto a mim, houveram declarações bem piores… enfim.


Apreciei saber, pela boca de Odete Santos, que os atletas cubanos estão a conseguir mais medalhas, pois lá em Cuba são mais patrióticos, do que cá em Portugal. Oferecendo como exemplo a frase revolucionária de Castro, “Pátria o Muerte ”, que é como quem diz, ou é como eu quero ou muerte. Em cada país existem maneiras singulares de se expressar o patriotismo e a meu ver, cá em Portugal não é por não haver um fervor patriótico desmesurado [como por exemplo com os “imperialistas” Norte-americanos], que podemos afirmarmo-nos, menos patrióticos. Aproveito para dizer que “Pátria o Muerte”, cá em Portugal, ”só por cima do meu cadáver”.

Mais para o fim do programa, a RTP decidiu ser “malandra” e passou uma peça sobre a repressão chinesa. Como devem calcular, à Odete saltou-lhe a tampa. Começou por explicar que era normal as medidas de segurança redobradas [não repressivas…simplesmente mais medidas], tendo em conta os “desafios” que a China foi obrigada a enfrentar com as manifestações pró Tibete [nos países em que se pode manifestar, claro está] e com a passagem conturbada da chama olímpica. Pois… é normal é… na cabeça de alguns. “Em Portugal também temos problemas de liberdades a torto e a direito”, disse indignada. Sim… mas não vamos comparar o incomparável. E se a Sra. se indigna tanto com os problemas de falta de liberdade em Portugal, não deveria falar baixinho quando os direitos humanos mais básicos são espezinhados, “a torto e a direito”, na China e em Cuba. Depois, Odete apontou baterias ao Sr. Dalai Lama que, segundo ela, era o chefe de uma classe dominante que torturava a população e cortava membros às pessoas. Aliás, uma das características mais evidentes, presentes no budismo e na mensagem que Dalai Lama tenta passar ao mundo. Ah, pois é. Não sabiam? Os chineses foram salvar o Tibete…

1 comentário:

Planetas - Bruno disse...

"De qualquer maneira, já foi oferecido o cordeiro para o sacrifício..."

Olhe que não Sr Dr, olhe que não...

http://planetaspolitik.blogspot.com/2008/08/no-h-pinga-de-vergonha.html