A demagogia e o populismo são conceitos que muitas vezes vemos atirados ao desbarato nas mais inúmeras situações. Mas o que significam na realidade? Uma melhor pergunta seria, quando é que o que motiva o uso destes conceitos, partilha da mesma essência daquilo que se pretende apontar? Dada a natureza destes, torna-se difícil separar o “trigo do joio”, pois o grau de certeza é sempre relativo e advém sempre daquilo que nós pensamos que sabemos, não necessariamente do que é.
Nos primórdios do conceito, a demagogia era encarada como a arte de conduzir o povo e estava desprovida de qualquer sentido pejorativo. Com o passar do tempo [e ainda com os gregos] a demagogia passou a chamar a si uma conotação mais negativa, que implicava o domínio do factor poder sobre a acção daqueles que o desejam ou o mantêm, passando estes a fazer uso de todos os artifícios possíveis, de modo a influenciar a seu favor os detentores desse poder [que em princípio é o povo]. O poder é aqui o conceito central, e em volta deste, é usada a demagogia. Um demagogo pode ser: o que pretende adquirir o poder; o que quer manter o poder; o que pretende fragilizar o poder de outrem; o que pretende exercer o seu poder numa determinada direcção ou de uma determinada forma. A demagogia produz mais efeitos quando actua no campo dos medos e preconceitos dos indivíduos que compõem o grupo alvo. O demagogo define os seus objectivos e “entra” na psique do grupo ou dos indivíduos para saber qual o caminho a seguir, de modo conseguir uma maior adesão à sua causa, que esconde os seus intentos, mesmo quando estes não fazem parte das ambições daqueles que a ela aderem. Esta é uma lógica assente na manipulação, como forma de obter o desejado; algo que não é estranho à sociedade e à mais comum vivência, no entanto aqui o poder e o que o rodeia, é a fonte das aspirações demagógicas.
O campo de acção, por excelência, da demagogia é a democracia, onde o poder reside no povo. De certa maneira, a maior parte do que rodeia os combates políticos tem aparentemente o seu quê de demagógico, especialmente quando nos delimitamos aos períodos eleitorais. É portanto no estabelecimento do que é ou deixa de ser demagógico, que encontramos os maiores problemas. Ninguém consegue com toda a certeza afirmar que seja lá o que for é demagógico, a não ser o demagogo claro está. A fronteira entre algo demagógico e uma simples linha de acção é ténue quando vista de fora. Partindo do princípio que não nos achamos donos de todo o saber e considerando que a um problema, várias soluções lhe assistem, nunca poderemos afirmar que determinada linha de acção é em si meramente demagógica. Na eventualidade de existir um qualquer iluminado que pensa saber tudo e identifica algo como inviável, esse mesmo iluminado fica-se ainda com o problema de estabelecer se quem defende a posição contrária, é ou não demagogo. Isto porque para ser possível acusar alguém de demagogia, teríamos que provar que essa pessoa não acredita nessa via, visando assim, exclusivamente o poder. Excluo aqueles que usam a demagogia para seguir um intento, sendo que os resultados dessa linha são opostos à manutenção do que queriam à partida. Esses são simplesmente estúpidos. Assim sendo, à parte das raras vezes em que a demagogia é mesmo denunciada [sempre posteriormente], ficamos apenas com o cliché barato e sem qualquer substância do: Ah! Isso é demagogia.
Nos primórdios do conceito, a demagogia era encarada como a arte de conduzir o povo e estava desprovida de qualquer sentido pejorativo. Com o passar do tempo [e ainda com os gregos] a demagogia passou a chamar a si uma conotação mais negativa, que implicava o domínio do factor poder sobre a acção daqueles que o desejam ou o mantêm, passando estes a fazer uso de todos os artifícios possíveis, de modo a influenciar a seu favor os detentores desse poder [que em princípio é o povo]. O poder é aqui o conceito central, e em volta deste, é usada a demagogia. Um demagogo pode ser: o que pretende adquirir o poder; o que quer manter o poder; o que pretende fragilizar o poder de outrem; o que pretende exercer o seu poder numa determinada direcção ou de uma determinada forma. A demagogia produz mais efeitos quando actua no campo dos medos e preconceitos dos indivíduos que compõem o grupo alvo. O demagogo define os seus objectivos e “entra” na psique do grupo ou dos indivíduos para saber qual o caminho a seguir, de modo conseguir uma maior adesão à sua causa, que esconde os seus intentos, mesmo quando estes não fazem parte das ambições daqueles que a ela aderem. Esta é uma lógica assente na manipulação, como forma de obter o desejado; algo que não é estranho à sociedade e à mais comum vivência, no entanto aqui o poder e o que o rodeia, é a fonte das aspirações demagógicas.
O campo de acção, por excelência, da demagogia é a democracia, onde o poder reside no povo. De certa maneira, a maior parte do que rodeia os combates políticos tem aparentemente o seu quê de demagógico, especialmente quando nos delimitamos aos períodos eleitorais. É portanto no estabelecimento do que é ou deixa de ser demagógico, que encontramos os maiores problemas. Ninguém consegue com toda a certeza afirmar que seja lá o que for é demagógico, a não ser o demagogo claro está. A fronteira entre algo demagógico e uma simples linha de acção é ténue quando vista de fora. Partindo do princípio que não nos achamos donos de todo o saber e considerando que a um problema, várias soluções lhe assistem, nunca poderemos afirmar que determinada linha de acção é em si meramente demagógica. Na eventualidade de existir um qualquer iluminado que pensa saber tudo e identifica algo como inviável, esse mesmo iluminado fica-se ainda com o problema de estabelecer se quem defende a posição contrária, é ou não demagogo. Isto porque para ser possível acusar alguém de demagogia, teríamos que provar que essa pessoa não acredita nessa via, visando assim, exclusivamente o poder. Excluo aqueles que usam a demagogia para seguir um intento, sendo que os resultados dessa linha são opostos à manutenção do que queriam à partida. Esses são simplesmente estúpidos. Assim sendo, à parte das raras vezes em que a demagogia é mesmo denunciada [sempre posteriormente], ficamos apenas com o cliché barato e sem qualquer substância do: Ah! Isso é demagogia.
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